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Renda não é bloqueada, e Cruzeiro quer reverter 'vitória' da Minas Arena nos próximos dias

Administradora conseguiu, na última semana, liminar que determina que 25% do valor líquido arrecadado pelo clube em jogos no Mineirão sejam repassados à Justiça

postado em 01/06/2016 18:45 / atualizado em 01/06/2016 18:53

Rodrigo Clemente/EM
A batalha entre Cruzeiro e Minas Arena deve ter capítulos importantes nos próximas dias. Após a administradora do Mineirão conseguir na Justiça o bloqueio de 25% da renda líquida das partidas realizadas pelo clube no estádio, os advogados da Raposa entraram com pedido para reverter a decisão e esperam receber novidades sobre o caso em breve.

"O Cruzeiro acertou um pedido de reconsideração em relação à liminar da Minas Arena sobre o bloqueio dos 25%. Estamos aguardando a decisão, que pode sair a qualquer momento. A expectativa nossa é que, no mais tardar, devemos ter algum retorno da Justiça até o final desta semana", disse ao Superesportes o advogado Felipe Cândido, representante do Cruzeiro no caso.

Apesar de determinado na última quarta-feira, o bloqueio não ocorreu na partida entre Cruzeiro e América, no último sábado, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. "Como o Cruzeiro não tinha sido intimado formalmente, o bloqueio não aconteceu no clássico contra o América", explicou Cândido. Se cobrado, o valor não irá direto para os cofres da Minas Arena, mas para um depósito judicial e, posteriormente, seria repassado para uma das partes envolvidas após a decisão final da Justiça.

A Minas Arena cobra do Cruzeiro R$9,1 milhões, em referência à taxa de operação do Mineirão em dias de jogos. O clube não efetua o pagamento da taxa desde agosto de 2013, quando o Atlético utilizou o estádio na final da Libertadores contra o Olímpia e não arcou com as despesas operacionais. O setor jurídico do Cruzeiro entende que a Raposa passou a ter o mesmo direito, pois o contrato prevê que todas as concessões feitas a um clube tornam-se regra para os demais.

Em contato com a reportagem, a assessoria da Minas Arena afirmou que o setor jurídico da administradora ainda não foi notificado sobre a tentativa do Cruzeiro de reverter o bloqueio das rendas dos jogos. A próxima partida do clube no Mineirão está marcada para domingo, às 18h30, contra o São Paulo, pela sexta rodada do Brasileirão.

Rescisão contratual

O Cruzeiro confirmou na última quarta-feira que enviou à 32ª Vara Cível de Belo Horizonte um pedido de rescisão contratual com a Minas Arena e ainda aguarda decisão da Justiça sobre o caso. O clube alega descumprimento de cláusulas do acordo de fidelidade e cobra cerca de R$ 25 milhões da concessionária.

Entre as razões que motivaram o Cruzeiro a solicitar o encerramento do vínculo estão a indisponibilidade de todas as vagas de estacionamento nos dias de jogos, os eventos simultâneos às partidas da Raposa, a venda de ingressos da gestora abaixo do preço mínimo estabelecido em contrato entre as partes e as mais de 400 ações movidas por torcedores por causa de incidentes operacionais na reabertura do estádio, no clássico contra o Atlético em fevereiro de 2013.

Mesmo se o contrato for rescindido, a diretoria do Cruzeiro acredita que não terá problemas para seguir utilizando o estádio. A intenção do setor jurídico é que o clube ocupe datas reservadas ao Estado (66 por ano) para mandar seus jogos.

Até o momento, a Minas Arena alega ainda não ter sido notificada oficialmente sobre o pedido de rescisão contratual. Há pouco mais de dois meses, a empresa havia acionado o clube na Justiça para cobrar dívida referente a cláusulas contratuais (leia).

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