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Mesmo com críticas a pontos do Profut, Galo finaliza detalhes para aderir ao refinanciamento

Atlético discorda de pagamento integral em caso de rescisão e idade de acolhimento

postado em 07/08/2015 15:50 / atualizado em 07/08/2015 16:40

Flickr/Atlético
O Atlético prepara os documentos para finalizar a adesão à MP 671 (do futebol), Lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff nessa semana e também chamada de Profut. O objetivo é quitar as dívidas fiscais dos clubes do país em um prazo que pode se estender por até 20 anos.

O diretor jurídico do Galo, Lásaro Cândido da Cunha, explicou que dois pontos do programa desagradam o clube, embora os detalhes finais para a adesão estejam em andamento.

“A adesão será feita, o presidente (Daniel Nepomuceno) já falou sobre isso. É uma questão de verificar os dados e promover. Ainda não há dia certo. Infelizmente, o governo poderia ter utilizado o momento para modernizar o futebol de uma vez. A questão do pagamento integral do salário em caso de rescisão, coisa que não acontece nem com o trabalhar comum, e a idade de acolhimento nos clubes são coisas que não dá para entender. Parece que não leram todo o documento”, avaliou o diretor.

Durante as discussões, os clubes pediram que a rescisão de contrato realizada de forma antecipada ficasse em 50% do valor para multa, mas o governo declarou que isso seria prejuízo para as agremiações. Portanto, um jogador que ganha R$ 100 mil mensais e tem contrato de dois anos, deve receber integralmente a quantia estipulada até o fim do vínculo, mesmo que seja liberado 10 meses antes e vá para outro time.

“Até 2011, o valor era de 50% dos salários restantes. Depois virou 100%. Nos mudamos isso no texto, mas o governo não aprovou. A justificativa é que isso causaria prejuízo aos clubes. Como assim? É o contrário. O jogador pode estar em outra equipe e continuará com direito a receber 100% do salário pelo tempo de contrato. Nos casos dos trabalhadores comuns com o mesmo tipo de vínculo, a multa fica em 50%”, criticou Lásaro.

No Brasil, o jogador só pode assinar o primeiro contrato profissional aos 16 anos. A idade de acolhimento nos clubes é a partir dos 14. A intenção era reduzir para 12 anos, mas o governo também não autorizou. Na visão do diretor alvinegro, esse veto abre precedentes perigosos e é uma das justificativas do momento ruim do futebol brasileiro.

“Eles disseram que o acolhimento aos 12 poderia mascarar uma relação de emprego. Não faz mal começar mais cedo. Estamos num mundo competitivo e, para vencer, não apenas no futebol mas na vida, quanto mais cedo se preparar, melhor. É evidente que há necessidade de cuidados e educação que devem ser vistos. Mas proibir os clubes de acolher as crianças está errado. Com isso proliferam escolinhas de futebol de condição duvidosa e os clubes europeus vêm aqui, oferecem estímulos às famílias e grandes promessas vão embora”, completou.

Valor do refinanciamento

O Galo deve refinanciar em torno de R$ 170 milhões, mas os valor pode sofrer redução. Isso porque a entrada retida na Fazenda Nacional, na negociação de Bernard ao Shakhtar Donetsk, ainda em 2013, pode ser usado para abater parte da dívida ou ser diluído nas parcelas. Essa migração dos R$ 25 milhões ainda não foi definida.

Certo é que o Atlético terá 240 meses (20 anos) para quitar todas as dívidas e não sofrerá mais com problemas de bloqueios financeiros se estiver adimplente. Segundo o diretor Lásaro Cândido da Cunha, o Alvinegro, em termos gerais, entende que a adesão é o melhor caminho, embora considere que há problemas (como os citados acima).

Nos primeiros seis anos, os clubes que aderirem ao Programa de Modernização do Futebol Brasileiro (Profut) terão redução nos juros. A quantia mensal tem abatimento de 50% nos primeiros 24 meses, 25% até completar 48 meses e 10% até o fim do 72º mês. A Lei sancionada por Dilma prevê redução de 70% da multa e de 40% nos juros, 10% e 15% a mais em cada item, respectivamente, em comparação com o Refis do ano passado.

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