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Aos 38 anos, Ricardo Oliveira faz renascer mística e alcança 700 jogos na carreira

Artilheiro do Galo na temporada, atacante atinge marca contra o Furacão

postado em 09/09/2018 08:01 / atualizado em 08/09/2018 22:11

Bruno Cantini/Atlético
Esta semana foi marcada por um discurso que incendiou a torcida do Atlético na véspera do confronto com o São Paulo, e a próxima será aberta com um jogo para lá de especial na carreira do experiente atacante Ricardo Oliveira. O duelo contra o Atlético-PR, nesta segunda-feira, às 20h, no Independência, será histórico para o jogador de 38 anos, que vai completar a 700ª partida como atleta profissional. Sua presença nos gramados começou em 2000, na Portuguesa, e seguirá pelo menos até 2020, quando expira seu contrato com o Atlético.

Em 18 anos de carreira, a média é satisfatória para um centroavante: 0,52 gols por partida. O Santos foi o clube pelo qual o camisa 9 mais atuou, com 173 jogos e 92 gols em duas passagens (2003 e 2015 a 2017). Multicampeão na Europa, ele carrega o status de principal goleador do futebol mineiro em 2018, com os 18 marcados em sua passagem pelo Atlético, seu primeiro clube fora do eixo paulista.

A renovação de contrato do jogador coincidiu com a declaração dada para incentivar os torcedores antes da vitória sobre o São Paulo, duelo decisivo para as pretensões alvinegras de título. Em 11 minutos de conversa (e desabafo) com a imprensa, ele reconheceu que estava em momento ruim (foram quatro jogos sem balançar as redes) e pediu a volta do “Eu acredito”, que embalou o título da Libertadores em 2013. Mas seus números na temporada justificaram a decisão da diretoria: além dos gols, ele deu oito assistências para os companheiros e sequer esteve no departamento médico por causa de lesão.

O técnico Thiago Larghi afirma que o jogador contribui muito no aspecto coletivo, com seu próprio desempenho e a motivação aos companheiros: “O Ricardo conseguiu essa renovação por causa da performance, o quanto ele representa dentro de campo, o quanto ele ajuda em números, gols e assistências. Ele estimula os jogadores a trabalhar e, felizmente, consegue traduzir as ações em números. Ele trabalha no dia a dia e merece muito a renovação”.

O fato de Ricardo Oliveira não se contundir acaba abrindo poucas chances para os outros atacantes. Denílson (ex-Vitória) foi contratado durante o período da Copa do Mundo para ser o reserva do camisa 9, mas só entrou no decorrer das partidas. Outro à espera de oportunidades é o prata da casa Alerrandro, de 18 anos, goleador na base. Ricardo Oliveira está pendurado com dois cartões amarelos desde a terceira rodada (ambos por reclamação contra a arbitragem) e deve redobrar os cuidados nesta segunda-feira, já que o próximo confronto será o clássico com o Cruzeiro, no próximo domingo.

Três perguntas para Ricardo Oliveira 

Qual é o significado de completar 700 jogos?
É imensurável. Primeiro, porque o caminho é estreito e poucos conseguem chegar a ser profissional. Quando você chega, encontra dificuldades, pode cair bastante e os tombos são profundos. Precisamos ser fortes para nos levantar. Muitos de nós temos pessoas à volta quando estamos de pé, nos holofotes, em destaque. Mas, quando caímos, os que permanecem são aqueles que Deus nos preparou para fazer parte de nossas vidas, como nossos familiares e poucos amigos. Passei por todas as dificuldades na carreira, mas encontrei apoio da família.

Qual jogo você diria que é o mais importante da carreira?
Ficarei com o primeiro jogo que fiz pelo Valencia, preparação para a temporada de 2003-2004, num torneio tradicional. Foi contra o Real Madrid, que tinha Beckham, Zidane, Ronaldo, Figo, Helguera, Casillas e Roberto Carlos. Fiz um gol na partida, ganhamos nos pênaltis. Eu bati um. Pelo Atlético, acredito que o mais marcante ainda está por vir. Vai ser algo que vai marcar muito minha etapa como jogador.

Você renovou até 2020. Pensa em completar as 800 partidas pelo Galo?
Com a renovação de contrato, me sinto valorizado e honrado com o Atlético. Mas gosto de dar um passo de cada vez. Não dá para mensurar a importância de chegar aos 700. Ainda não quero pensar nos 800. Quero dar tudo o que tenho, me dedicar ao máximo, conquistar títulos, ser ídolo e marcar uma época. Quando chegar à marca de 800, se for possível, será algo incrível e inimaginável, que nunca passou pela minha cabeça. Mas, com minha dedicação, disciplina e paixão pelo esporte, posso atingir essa marca.

A CARREIRA DO ATACANTE

Portuguesa (2000-2002) - 85 jogos e 51 gols
Santos (2003/2005-2017) -  173 jogos e 92 gols
Valencia (2003-2004) - 33 jogos e 10 gols
Betis (2004-2006) - 70 jogos e 38 gols
Milan (2006-2007) - 33 jogos e 4 gols 
Zaragoza (2007-2009) - 61 jogos e 30 gols
São Paulo (2006/2010) - 51 jogos e 21 gols
Al Jazira-EAU (2009-2014) - 120 jogos e 91 gols
Al Wasl-EAU (2014-2015) - 12 jogos e 4 gols
Atlético (2018) - 43 jogos e 18 gols
Seleção Brasileira (2004-2016) - 18 jogos e 6 gols

Total
699 jogos
367 gols
0,52 de média por partida

Tags: Ricardo Oliveira atlético galo atacante interiormg gols