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Mattos vê relação de Rubens Menin com Atlético semelhante à de Paulo Nobre no Palmeiras

Diretor traçou um paralelo entre dono da MRV e ex-presidente do Verdão

postado em 13/07/2020 06:00 / atualizado em 13/07/2020 08:58

(Foto: Arquivo pessoal)
O diretor de futebol do Atlético, Alexandre Mattos, enxerga o empresário Rubens Menin, dono da MRV, de maneira semelhante ao ex-presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, que construiu grande patrimônio ao aplicar principalmente na Bolsa de Valores. Para o executivo, os dois são torcedores apaixonados a ponto de desembolsar cifras milionárias para suprir necessidades financeiras dos clubes.

Em participação no programa Mesa Redonda, da Rádio Itatiaia, Mattos apontou diferenças entre a relação de Menin com o Galo e de Leila Pereira com o Palmeiras. Enquanto a conselheira do Verdão patrocina o alviverde por meio de suas empresas, a instituição financeira Crefisa e a Faculdade das Américas (FAM), o proprietário da MRV empresta dinheiro como pessoa física, tal como Paulo Nobre fez no início de sua gestão no clube paulista, em 2013.

“Sem dúvida alguma com o Paulo Nobre. Ele não tem semelhança praticamente nenhuma com relação à questão da Crefisa, da FAM (Faculdade das Américas), da Leila. Com o Paulo, sim. O Paulo é um torcedor apaixonado, uma pessoa física, como o Rubens Menin, muito parecido. O Paulo colocou algo em torno de R$ 200 ou R$ 220 milhões no Palmeiras para o Palmeiras funcionar. O Palmeiras não conseguia nem pagar a conta de luz”, disse o diretor atleticano, que conduziu o departamento de futebol palmeirense por quase cinco anos, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019.

Com o empréstimo feito por Paulo Nobre, o Palmeiras organizou a casa, saneou dívidas e se tornou um clube sustentável. O sucesso esportivo veio com as conquistas de uma Copa do Brasil, em 2015, e dois Campeonatos Brasileiros, em 2016 e 2018 - ano em que a agremiação obteve R$ 623 milhões em receitas e quitou todas as pendências com o ex-mandatário. Esse é o compromisso do Atlético com Rubens Menin, que garante não cobrar juros e nem pressionar o time do coração a lhe devolver o dinheiro.

“Diga-se de passagem, em 2018 nós pagamos absolutamente tudo para ele (Paulo Nobre), o projeto pagou, as receitas foram lá para cima e foi pago pelo presidente Maurício Galiotte (sucessor de Nobre), que foi, para mim, espetacular, porque geralmente é comum ver pessoas colocando dinheiro em clube de futebol não recebendo nunca mais na vida. Então o Paulo é muito parecido com o que Rubens Menin vem fazendo”, frisou Alexandre Mattos.

Em 2019, o Palmeiras contabilizou receita de R$ 119,2 milhões com publicidade e patrocínio, muito superior aos R$ 22,2 milhões arrecadados pelo Atlético. Além disso, o Verdão informava em seu balanço R$ 172,1 milhões em empréstimo contraído junto à Crefisa - o que diferencia o auxílio de Menin como pessoa física ao Galo.

“A Leila é absolutamente diferente, tem um patrocínio muito forte dentro do clube, é uma apaixonada, acho ela fundamental para todos o Palmeiras em todos os títulos que ganhamos (...), mas é um pouco diferente daquilo que vem hoje do Rubens Menin, que é muito parecido com a situação do Paulo Nobre. São apaixonados, que não tem contrapartida, a não ser quando o jogador for vendido, recebe o dinheiro de volta, com correção bem menor que o mercado, e não estão muito preocupados com isso especificamente, querem o time crescendo”, comentou Mattos.

“A Leila também tem esse perfil, que quer o Palmeiras forte, vitorioso, na parte de cima, e ela tem um patrocínio que todos sabem que é bem acima de um patrocínio de mercado, que seria por essa paixão, querendo ajudar, mas são situações diferentes da do Paulo e do Rubens Menin”, complementou o executivo.

Acionista principal da MRV Engenharia e presidente do conselho de administração do Banco Inter, Rubens Menin Teixeira de Souza, de 64 anos, tem patrimônio pessoal estimado em US$ 1,8 bilhão - R$ 9,5 bilhões, de acordo com a revista Forbes. Somente durante a pandemia do novo coronavírus, o conselheiro ajudou o Galo a investir mais de R$ 85 milhões em contratações. Além disso, sua empresa de construção civil terá os naming rights do estádio do clube, cujas obras estão em andamento e devem ser concluídas em 2022.

Em participação no canal do jornalista Jorge Nicola no YouTube, Menin afirmou que pretende ajudar o Galo a se tornar potência mundial em um prazo de cinco anos. “O Atlético tem tudo para ser (uma potência). O Atlético tem torcida, um dos melhores centros de treinamentos do país, terá uma arena própria totalmente paga, sem dívidas, que esperamos inaugurar em até dois anos”.

Paulo Nobre, de 52 anos, é erroneamente mencionado como acionista do Itaú. “Se eu tivesse 1% do Itaú o Palmeiras não perdia nem do Real Madrid”, brincou, em entrevista ao Infomoney, em 2015. A declaração tem fundamento, já que a instituição conta com ativos totais de R$ 1,8 trilhão, segundo o Banco Data.

Advogado de formação e trader (negociante, em inglês) da Bolsa, o ex-presidente do Palmeiras multiplicou o patrimônio ao aplicar uma grande herança da família da mãe, Taïsa de Almeida, que morreu em 1985. Uma de suas empresas, o Manitu High Yield Fundo de Investimento de Ações, tem patrimônio líquido de R$ 213,21 milhões. Em coluna publicada em 8 de maio de 2018, o jornalista Cosme Rímoli, do portal R7, afirmou que a fortuna de Nobre bate nos R$ 4 bilhões.

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