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Cinco motivos para a queda de produção do Atlético no Campeonato Brasileiro

Alvinegro venceu apenas um dos últimos cinco jogos na competição

postado em 28/10/2020 07:00 / atualizado em 27/10/2020 22:17

(Foto: Pedro Souza / Atlético)


Depois de conquistar quatro vitórias seguidas, o Atlético caiu de rendimento no Campeonato Brasileiro. Nos últimos cinco jogos, apenas um triunfo - foram ainda dois empates e duas derrotas. Mas qual é o motivo da queda do time na competição nacional? O Superesportes lista algumas falhas nos últimos confrontos.
 

1 - Dificuldade em parar contra-ataques

 
O Atlético joga com a equipe bem avançada, às vezes com todos os jogadores de linha no campo do adversário. A estratégia propicia aos rivais a chance do contra-ataque, principalmente quando o Galo não consegue recuperar a posse da bola rapidamente após perdê-la. 
 
Para Jorge Sampaoli, o momento seguinte à perda da posse deve ser marcado por uma pressão automática e intensa para recuperar a bola. Se executada com sucesso, a estratégia não apenas evita o contragolpe rival, mas também possibilita que o Atlético esteja bem perto do gol.
 
O chamado “perde-pressiona” também é importante mesmo se não houver a retomada da posse, já que pode retardar a saída de bola adversária e, com isso, fazer com que o time ganhe tempo para que a recompor as linhas defensivas.
 
"(Sofre com contra-ataques) Porque é a única equipe que se planta totalmente no campo rival. Então, tem que parar transições o tempo todo. Em meio a esse desejo de atacar, quando estamos em inferioridade posicional, os rivais aproveitam no que vêm fazer: jogar por uma bola só, contragolpear rapidamente se aproveitando de um erro ou um ataque mal-sucedido", disse o treinador argentino.
 
O Atlético teve dificuldades com contra-ataques dos adversários em algumas partidas no Campeonato Brasileiro: derrotas para Botafogo (2 a 1), Santos (3 a 1), Fortaleza (2 a 1) e Bahia (3 a 1) e mesmo em partidas que o time não perdeu, como contra Fluminense (1 a 1) e Corinthians (3 a 2).
 

2 - Erros nas finalizações

 
Contra o Sport, no último sábado, no Mineirão, o Atlético finalizou 26 vezes e não conseguiu balançar as redes. Nos últimos três jogos (contando também o empate com o Fluminense por 1 a 1 e a derrota para o Bahia por 3 a 1), foram dois gols marcados em 60 tentativas.
 
A queda de rendimento “na frente do gol” fez o Atlético perder o posto de melhor ataque do Campeonato Brasileiro. O Galo balançou as redes 31 vezes, uma a menos que o Flamengo, que nas últimas três partidas marcou oito gols.
 
Após o empate com o Sport, Sampaoli disse que o nervosismo atrapalha o Atlético a concluir melhor as oportunidades. “Fomos buscar como em todas as partidas, mas lamentavelmente não estamos conseguindo fazer o gol. Isso faz com que se transforme a necessidade ou o desejo em nervosismo, em busca. A verdade é que são jogos que merecem um pouco mais de tranquilidade para terminar as jogadas”.
 

3 - Elenco curto

 
Nos últimos jogos, o Atlético sofreu com ‘falta de peças’. No período de instabilidade, a equipe ficou sem o zagueiro Junior Alonso, o meia Alan Franco e o atacante Jefferson Savarino em três confrontos. Na ocasião, até mesmo o jovem Sávio, de 16 anos, assumiu a titularidade da equipe. 
 
As peças escolhidas por Jorge Sampaoli não conseguiram manter o nível dos titulares. No empate com o Sport, quando os selecionáveis já estavam disponíveis, o treinador fez apenas duas substituições (entraram Marrony e o estreante Matías Zaracho). O motivo: os suplentes não dariam ao time um poder maior de finalização.
 
“Me parecia que a partida estava controlada e que só faltava a definição na área e a contundência que se poderia dar nas mudanças que achei que deveria fazer foram as que pensei que necessitava. Talvez poderia ter colocado um extremo a mais, mas pensei que só faltava o final do ataque. Não havia grandes finalizadores no banco para poder variar”.
 

4 - Queda de desempenho individual de alguns jogadores

 
A queda de rendimento da equipe começou quando peças importantes para o esquema de Sampaoli passaram a ter atuações irregulares. Entre eles estão o lateral-direito Guga, o meia Nathan e o atacante Eduardo Sasha.
 
O lateral-direito, peça crucial na criação da equipe, não teve boa participação nos últimos jogos, principalmente no setor ofensivo. Defensivamente, o jogador cometeu erros que prejudicaram a equipe, como no jogo contra o Bahia, quando um recuo errado resultou no gol do adversário.
 
Já Nathan não vem tendo boas atuações nos últimos jogos. Bem marcado pelos adversários, não está conseguindo infiltrar na área adversária para tentar a finalização, como fez com bastante frequência em períodos anteriores. Nos últimos cinco jogos, só conseguiu cumprir com eficiência a função tática na goleada por 3 a 0 sobre o Goiás, quando, inclusive, marcou um gol. Foi a única vitória do Galo no período.
 
Eduardo Sasha é o contrário de Nathan. O atacante abre espaços para que os meias apareçam como elemento surpresa na área e também prepara as jogadas para os companheiros (são duas assistências no clube). Mas, como centroavante da equipe, Sasha vem sendo questionado. O atacante fez apenas um gol nos últimos dez jogos. Desde que foi contratado, em 17 de agosto, participou de 15 partidas e foi às redes três vezes.
 

5 - Adversários já conhecem as jogadas do time (previsibilidade)

 
O Atlético surpreendeu adversários em seu início com Jorge Sampaoli em função de jogadas ‘imprevisíveis’. Mas, com o passar dos jogos, os treinadores adversários estudaram alguns lances utilizados pelo time do argentino. Como consequência, o time teve queda no número de gols por partida.
 
“Tem várias jogadas que a gente treina durante a semana e uma delas é a puxada para dentro e a cavada no segundo pau. Dá para perceber que os adversários estão fechando a gente... Mas é continuar trabalhando, continuar se dedicando, porque no próximo jogo a vitória vai vir”, disse o meia Nathan, um dos mais ‘prejudicados’ com a ausência de espaços para o ataque alvinegro fluir em campo.

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