São muitos os treinadores que marcaram os 100 anos do Cruzeiro. O primeiro comandante celeste foi o ítalo-brasileiro Matturio Fabbi, que ficou mais temporadas consecutivas à frente da Raposa, de 1928 a 1932. Quem mais dirigiu o time celeste foi o ex-jogador Ílton Chaves, com 362 jogos. Outros ganharam a torcida com títulos importantes, como Zezé Moreira, Airton Moreira, Ênio Andrade, Levir Culpi, Vanderlei Luxemburgo, Marcelo Oliveira e Mano Menezes. Confira a lista de técnicos que mais dirigiram a Raposa.
Ílton Chaves
Ílton de Oliveira Chaves foi o treinador que mais vezes dirigiu o Cruzeiro. Ao todo, foram 362 jogos, com 209 vitórias, 92 empates e 61 derrotas. Ele comandou o time de forma consecutiva de 1972 a 1975. Também assumiu a equipe no fim dos anos 1970 e na década de 1980.
No começo, Ílton foi auxiliar e treinador interino. Em uma entrevista em 2010, ele comentou o feito de ser o treinador com mais jogos pelo clube. "Como técnico era muito novo, fui campeão mineiro em 1972, 1973, 1974 e 1975. Fiquei quatro anos sem sair do cargo, até hoje tenho 386 partidas [números oficiais são 362] dirigindo o Cruzeiro, ninguém chegou a tanto. A gente tinha uma turma muito bacana. Os jogadores prestavam atenção e atendiam a gente, né? Fui muito feliz porque peguei jogadores fantásticos", frisou.
Antes de fazer história no banco, Ílton defendeu o Cruzeiro em campo. Ele participou do título do Campeonato Brasileiro de 1966, a antiga Taça Brasil. Também conquistou os estaduais de 1965, 1966, 1967 e 1968.
Levir
Levir é o segundo treinador com mais jogos pelo Cruzeiro. Ao todo, são 257 partidas, com 140 vitórias, 68 empates e 49 derrotas. A primeira passagem dele pela Toca da Raposa ocorreu em 1996. Comandou o clube na histórica conquista da Copa do Brasil de 96 contra um dos melhores Palmeiras de todos os tempos. O primeiro jogo no Mineirão ficou em 1 a 1, gols de Marcelo Ramos e Cláudio.
Na volta, o time celeste conseguiu calar o Parque Antártica ao vencer o time de Vanderlei Luxemburgo por 2 a 1. Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos marcaram para o time celeste. Luizão descontou. O Verdão era formado por craques, como os laterais Cafú e Júnior, o zagueiro Cléber, o meia Djalminha e os atacantes Luizão e Rivaldo.
Levir também conquistou o Estadual em 1996. No ano seguinte, transferiu-se para o futebol japonês. O treinador voltou ao Cruzeiro em 1995. Mais uma vez, ele mostrou ser vitorioso, ao erguer o Campeonato Mineiro de 1998, a Copa dos Campeões Mineiros de 1999, a Copa Centro-Oeste de 1999, além da Recopa Sul-Americana de 1998. A derradeira passagem ocorreu em 2005. Nesse ano, ficou pouco tempo no cargo, sendo demitido após a perda do Campeonato Mineiro para o Ipatinga e a eliminação da Copa do Brasil para o Paulista.
Niginho
Leonízio Fantoni, mais conhecido como Niginho, foi o terceiro treinador que mais dirigiu o Cruzeiro, com 256 jogos, (145 vitórias, 58 empates e 53 derrotas). No banco, conquistou o tricampeonato mineiro em 1959, 1960 e 1961. Dirigiu o clube em três passagens: 1948-1949, 1959-1961 e 1962-1963.
Niginho é um dos ícones da história do Cruzeiro. Além de treinador, foi jogador do clube para o qual torceu desde a infância. É o terceiro maior artilheiro da história da Raposa, com 210 gols em 280 jogos. Conquistou seis títulos mineiros: 1930, 1940, 1941, 1943, 1944 e 1945.
A família de Niginho é intimamente ligada à fundação do Cruzeiro, então Palestra Itália. O irmão mais velho, Ninão (João Fantoni), e o primo Nininho (Otávio Fantoni) também jogaram no clube.
Mano Menezes
O gaúcho Luiz Antônio Venker Menezes é o quarto com mais jogos pelo Cruzeiro. Foram 235 partidas, com 112 vitórias, 69 empates e 54 derrotas. Assumiu o clube pela primeira vez em setembro de 2015. Afastou o risco de rebaixamento e terminou a temporada em alta. Em dezembro, aceitou proposta do Shandong Luneng, da China, e deixou Belo Horizonte.
Em julho de 2016, voltou ao Cruzeiro. Nesta última passagem, conquistou duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Campeonatos Mineiros (2018 e 2019). Mano acertou sua saída do cargo logo após a derrota por 1 a 0 para o Internacional, no Mineirão, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. Ele foi um dos responsáveis por montar o elenco do time rebaixado no Campeonato Brasileiro de 2019.
Airton Moreira
Airton Moreira é de uma família de treinadores. Além dele, exerceram o ofício os irmãos Aymoré e Zezé Moreira. O carioca de Miracema-RJ é o quinto treinador com mais jogos pela Raposa. Foram 206 jogos, com 130 vitórias, 33 empates e 43 derrotas.
Airton foi o treinador que montou a equipe que conquistou o primeiro grande título nacional do Cruzeiro, a Taça Brasil de 1966. Aquele time desbancou um dos maiores times de todos os tempos, o Santos de Pelé, que era o atual pentacampeão da competição.
Airton comandou e ajudou a formar uma legião de grandes jogadores, como Raul, Pedro Paulo, Willian, Procópio, Neco, Piazza, Dirceu Lopes, Natal, Tostão, Evaldo e Hilton Oliveira, entre outros.
Matturio Fabbi
Descendente de italiano, Matturio Fabbi chegou ao Cruzeiro em 1928. Ele é considerado o primeiro treinador da história do clube. Naquela época, era comum o capitão e dirigentes escolherem a escalação. Portanto, o técnico ainda tinha uma função de pouca preponderância.
Fabbi é o sexto com mais jogos à frente do Cruzeiro, com 201 (112 vitórias, 31 empates e 58 derrotas). Nenhum outro treinador ficou por mais tempo no comando celeste de forma consecutiva, de 1928 a 1932.
Ênio Andrade
O gaúcho de Porto Alegre é um dos ídolos dos cruzeirenses que viveram os anos 1990 nas arquibancadas. Ele ficou à frente da Raposa em cinco oportunidades: 1989, 1990, 1991-1992, 1994 e 1995.
Ênio colecionou títulos no Cruzeiro. Ao todo, foram seis: dois Campeonatos Mineiros (1990 e 1994), uma Copa dos Campeões Mineiros (1991), uma Supercopa Libertadores (1991), uma Copa Ouro (1995) e uma Copa Master da Supercopa (1995).
Adilson Batista
Adilson ficou identificado como jogador e treinador do Cruzeiro. Dentro de campo, conquistou duas vezes a Supercopa da Libertadores (1991 e 1992) e dois Campeonatos Mineiros (1990 e 1992).
Como treinador, teve duas passagens pelo clube. A primeira no triênio 2008, 2009 e 2010, quando conquistou duas vezes o Campeonato Mineiro (2008 e 2009). Também levou o time celeste à final da Copa Libertadores de 2009, sendo derrotado pelo Estudiantes.
Na segunda passagem em 2019, Adilson assumiu o Cruzeiro e participou das três partidas finais do Campeonato Brasileiro, ajudando a rebaixar o clube. Ficou no clube até o início de 2020, momento no qual foi demitido depois de início ruim no Campeonato Mineiro.
Orlando Fantoni
Fantoni tem 173 jogos à frente do Cruzeiro (95 vitórias, 52 empates e 26 derrotas). Ele é o nono treinador com mais partidas. O baiano de Salvador conquistou um Campeonato Mineiro (1968) com a Raposa.
Marcelo Oliveira
O ex-jogador atleticano fecha o top 10 dos treinadores do Cruzeiro, com 169 jogos à frente do clube. Foram 106 vitórias, 32 empates e 31 derrotas.
Marcelo Oliveira assumiu o Cruzeiro em dezembro de 2012 e ficou até junho de 2015. Montou o time bicampeão brasileiro em 2013 e 2014. Ainda conquistou o Estadual de 2014.
Técnicos marcantes
O Cruzeiro teve outros treinadores marcantes. Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, conquistou a Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro) em 2003. Marco Aurélio fez um grande trabalho nos anos 2000 e venceu a Copa do Brasil (2000), a Copa Sul-Minas (2002) e o Supercampeonato Mineiro (2002). Na década de 1990, Pinheiro teve uma passagem rápida pelo clube, mas garantiu a conquista da primeira Copa do Brasil do Cruzeiro, em 1993. Por sua vez, Carlos Alberto Silva comandou o time celeste em 135 jogos, conquistando o Estadual de 1987 e a Copa Master da Supercopa em 1995, além de ajudar na formação do craque Ronaldo Fenômeno. A torcida também não esquece de Paulo Autuori, que em 1997 assumiu o time durante a Copa Libertadores e levantou a taça. A primeira conquista continental, em 1976, veio com Zezé Moreira. Ele dirigiu o clube de 1975 a 1977, somando 115 jogos.