CRUZEIRO 100 ANOS
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CRUZEIRO 100 ANOS

Neco, o lateral do Cruzeiro que 'contrariou' o técnico Airton Moreira

Ida para o time celeste foi a salvação da carreira do jogador, que deixou o Corinthians, onde não tinha chances, para ser campeão da Taça Brasil de 1966

postado em 05/01/2021 15:36

(Foto: Arquivo EM - 30/11/1966)
“Nasci em Rio Casca e de lá fui jogar na Caldense, que, na época, era um time amador. Aí apareceram Villa Nova e Corinthians interessados. Fui para Nova Lima em 1962, onde fiquei até o ano seguinte. Daí, o Corinthians se interessou. Fiquei lá dois anos e, em 1965, o Cruzeiro me contratou, que foi onde vivi um sonho”. Assim o ex-lateral-esquerdo Manoel Caetano da Silva, o Neco conta sobre o início de sua carreira.

Ele era um dos integrantes do grande time de 1966, que praticamente iniciou a história nacional e internacional do Cruzeiro.

“Não esperava acontecer comigo o que aconteceu quando cheguei ao Cruzeiro. Encontrei uma situação que nunca tinha vivido. Foi, na verdade, um grande encontro de amigos. Nós nos tornamos grandes amigos, acima de tudo”, conta o jogador, hoje com 80 anos.

Neco diz que para ele, o Cruzeiro nasceu enfrentando a descrença das pessoas. “Fizemos o impossível.”

Ele relembra a vida sem prespectiva tão logo trocou o Villa Nova pelo Corinthians. No time paulista, fez apenas 16 partidas em dois anos. Ou seja, não tinha muita perspectiva de futuro. Até que o Cruzeiro apareceu em sua vida.

Ele conta uma peculiaridade dos idos dos anos 1960: “O lateral não podia passar do meio-campo. O nosso treinador, Airton Moreira, gritava sem parar para que voltasse. Mas eu fui subindo e, numa sobra de bola, dentro da área, chutei e fiz o gol. Foi demais. Depois disso, virei alvo de brincadeiras e gozações por parte dos companheiros. Eram brincadeiras de bom gosto, afinal, não era normal um lateral marcar gol”.

Lembranças do único gol

Neco ficou no Cruzeiro até agosto de 1971, tendo participado das conquistas da Taça Brasil de 1966 e do pentacampeonato Mineiro, de 1965 a 1969. Foi vendido para o Londrina, do Paraná. Retornou a Belo Horizonte para defender o América e encerrou a carreira no Villa Nova.

Neco atuou pelo time celeste em 249 partidas e fez apenas um gol, do qual não se esquece: “Foi na Argentina. Fomos disputar um amistoso contra o Sport Boys. Ganhamos por 3 a 1 e, um dos gols foi meu.”

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