Torcida, velocidade e 'camisa 5': as armas do Raja Casablanca para encarar Atlético

Rodrigo Fonseca
Enviado especial ao Marrocos

Eles não estavam nos planos do técnico Cuca. Mas surpreenderam o Monterrey, do México, e agora vão enfrentar o Atlético na semifinal do Mundial de Clubes, no Marrocos. Os anfitriões do Raja Casablanca viraram objeto de estudo do Galo. Tudo isso para evitar uma nova “zebra” no torneio.

O primeiro destaque do clube é a torcida. Além de ser fanática e cantar de forma semelhante aos argentinos, ela comparecerá em peso ao estádio de Marrakesh, nesta quarta-feira. O Raja é o atual campeão marroquino e tem torcedores por todo o país, sem contar os que deixarão Casablanca rumo ao local da partida.

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Em campo, a velocidade é a tônica. Os jogadores do Atlético assistiram ao jogo do Raja contra o Monterrey e já se preparam para uma partida em ritmo forte. “É uma equipe que não é tão técnica, mas procura o tempo todo sair no toque de bola, com atacantes rápidos. Tem suas qualidades. Encaramos com muito respeito”, ressalta o volante Josué.

Apesar de surpresos com o adversário da semifinal, os atleticanos apontam qualidade no Raja: “É uma equipe boa, não é boba. Trabalha muito a bola, dificilmente dão chutão. Jogam em duas linhas de quatro. Os caras dão a vida, correm bastante”, diz o meio-campista Pierre.

Confronto inesquecível para marroquinos

O repórter esportivo Yassine Marrach é marroquino e acompanha o Raja pelo escritório da TV Al Jazeera Sports, em Casablanca. Ele reforça o estilo veloz da equipe e projeta uma partida cheia de vibração, uma vez que o Atlético também conta com jogadores de muita explosão em campo.

“Será uma partida muito difícil para as duas equipes. Penso que Raja jogará com muita intensidade. É uma equipe muito rápida. Promete ser um confronto vibrante, e difícil para o Atlético Mineiro.”

Segundo Yassine Marrach, o melhor jogador do Raja é o camisa 5 Mohsine Moutaouali, capitão do time e ídolo da torcida.

A classificação à semifinal do Mundial também não era esperada pela imprensa marroquina: “Foi surpreendente porque o novo treinador assumiu poucos dias antes do primeiro jogo. Penso que Raja foi afortunado frente ao Monterrey”, diz Marrach. O tunisiano Nabil Maaloul foi anunciado como técnico no fim de novembro.

A expectativa em Marrakesh para o jogo da semifinal já era grande graças à presença de Ronaldinho Gaúcho. Agora, com o time marroquino na disputa, uma grande festa promete agitar a cidade: “Será um jogo inesquecível para os jogadores marroquinos. Uma experiência que nunca tiveram”, destaca o repórter.