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Atlético tem conta bloqueada e processa Grêmio, que rebate notificação: 'Lixo'

Clubes movem ações um contra o outro; Justiça marca audiência em BH

postado em 04/04/2017 21:28 / atualizado em 04/04/2017 22:02

EDU ANDRADE
A polêmica entre Atlético e Grêmio ganhou mais um capítulo esta semana. Decisão tomada na 17ª Vara Cível de Porto Alegre bloqueou conta do clube mineiro em função de dívida relacionada à compra do goleiro Victor, em 2012. A diretoria alvinegra já recorreu.

Em resposta, o Atlético move processo referente a valores que supostamente deveriam ser pagos pelos gaúchos devido aos empréstimos do zagueiro Werley ao Santos e ao Figueirense.

O Grêmio recebeu com irritação - e até mesmo indiferença - a cobrança alvinegra. Em contato com a reportagem, o diretor jurídico Nestor Hein chegou a dizer que a notificação "vai para o lixo”.

“É um negócio sem pé, nem cabeça. Vai beirar má fé. Não temos dívida. O Atlético alega que o Werley foi emprestado e que o Atlético tem direito a um pedaço do valor. Esse pedaço eu já pedi para virem buscar. O Werley foi emprestado a preço zero. E ainda pagamos parte dos salários. Como vou pagar parte do Werley ao Atlético se não recebi nada?”, alegou o diretor.

O Atlético, por sua vez, se baseia em um outro processo - movido na Justiça mineira.

“Está aí o trecho da decisão no processo na vara cível de BH. Vai haver uma audiência no dia 4 de maio. Já que o Grêmio se recusou a discutir a indenização a que o Atlético tem direito, o Atlético moveu uma ação”, limitou-se a dizer à reportagem Lásaro da Cunha, diretor jurídico do clube mineiro.

O Atlético possuía 50% dos direitos econômicos de Werley em 2015 e 2016 - anos em que o zagueiro foi emprestado pelo Grêmio ao Santos e ao Figueirense.

“No negócio [da compra de Victor], foi envolvido o Werley. Nos termos, o Grêmio ficava com 50% dos direitos do Werley, e se fosse envolvido em algum negócio, o Atlético teria um percentual ou teria que ser indenizado. Ele foi envolvido em um negócio, e o Atlético não recebeu uma parcela. Assim, o Atlético tem que ser indenizado”, defendeu-se Lásaro da Cunha em fevereiro.

Apesar da cobrança alvinegra, o diretor do Grêmio manteve a postura irredutível. Para Nestor Hein, o modus operandi atleticano pode estremecer a relação entre os clubes.

“É uma bobagem. É uma manobra para ganhar tempo. A gente esperava uma postura de sentar, conversar. O Atlético sempre teve com Grêmio uma relação qualificada. O (Fábio) Koff (ex-presidente do Grêmio) era muito amigo do Kalil. Até esse novo presidente (Daniel Nepomuceno), tivemos uma relação muito fraterna com o Atlético. Fomos recebidos com elegância na final da Copa do Brasil. A torcida do Atlético não tem nada a ver com esse problema. É grotesco, grosseiro”, disse.

Caso Victor
Divulgação/Grêmio

A disputa judicial entre Grêmio e Atlético por conta da dívida pela compra do goleiro Victor esquentou nos últimos meses. O clube gaúcho alega que os mineiros devem R$ 10,5 milhões.

Nestor Hein se recusou a comentar a cobrança pelos direitos econômicos de Victor por conta de “segredo de Justiça”, uma vez que o processo movido em Porto Alegre contém detalhes da venda do ex-atleticano Lucas Pratto ao São Paulo. A transferência do argentino daria subsídios ao clube alvinegro para pagar o devido por Victor.

“Sugerimos parcelar, mas o Atlético se nega a conversar sobre isso”, alega o diretor.

Irritada com o atraso nos pagamentos, a diretoria do Grêmio processou o Atlético no início do ano. Em fevereiro, obteve vitória parcial e conseguiu penhorar contas alvinegras. O clube gaúcho também ameaçou acionar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo a proibição de compras de atletas por parte do Galo por até dois anos.

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