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COPA LIBERTADORES

Alex Silva confia em ofensividade e paixão da torcida boliviana para surpreender Atlético

Brasileiro destaca ressurgimento no Wilstermann, rival do Galo nesta quarta

postado em 03/07/2017 13:33 / atualizado em 03/07/2017 14:11

 AFP / NELSON ALMEIDA

Adversário do Atlético nas oitavas de final da Copa Libertadores da América, o Jorge Wilstermann tem, entre os principais destaques, um rosto bastante conhecido do torcedor brasileiro: o zagueiro Alex Silva. Com passagens por grandes clubes, como São Paulo, Cruzeiro, Flamengo e Hamburgo-ALE, além da Seleção Brasileira, o defensor de 32 anos demonstrou confiança na boa arrancada da equipe no mata-mata diante do Galo, nesta quarta-feira, às 21h45, em Cochabamba. Irmão do também zagueiro Luisão, o paulista apontou a vibração da torcida no Estádio Félix Capriles, com capacidade de 30 mil espectadores, como trunfo para desbancar o favoritismo alvinegro e avançar na competição.
 
“A torcida do Wilstermann é apaixonada. Já foram vendidos mais de 7 mil ingressos, e o jogo é só na quarta. Temos uma torcida que canta e nos empurra o tempo todo. Isso é comprovado pela nossa campanha em casa na Libertadores. É muito difícil a gente perder um jogo aqui. Nossa campanha não é boa na liga nacional, mas é bom ressaltar que a prioridade do clube é a Libertadores. Como o foco é a Libertadores, você acaba perdendo alguns pontos na liga local. Mesmo assim, perdemos poucos jogos em casa no campeonato. O poder da nossa torcida é muito importante”, declarou o Pirulito, como é apelidado, em entrevista ao Superesportes.

O Jorge Wilstermann teve a segunda pior campanha entre os classificados às oitavas de final da Libertadores. No entanto, o desempenho como mandante na fase de grupos foi perfeito: três vitórias, incluindo a goleada por 6 a 2 sobre o tradicional Peñarol. Atlético Tucumán e Palmeiras também sucumbiram em Cochabamba. Apesar das três derrotas fora de casa, o ‘Aviador’ garantiu a segunda colocação do Grupo 6, abaixo da equipe paulista. Já o Atlético fechou a fase classificatória como líder geral, com 13 pontos – quatro vitórias, um empate e um revés

Alex Silva destacou o espírito ofensivo do Wilstermann, que já marcou 12 gols no torneio, e apostou em ótimo jogo contra o Galo. Ele ainda garantiu que a equipe boliviana está preparada para o esquema do técnico atleticano Roger Machado devido a trabalho minucioso do departamento de análise e desempenho do clube.

“Todos nós sabemos o poder do Atlético. Basta só olhar o elenco do Atlético. Nós os respeitamos muito. Sabemos que será um jogo muito difícil. Eles têm um treinador que sabe muito de tática, que sabe armar o time. Da mesma forma que o Atlético apresenta um forte poder de marcação, nós temos um forte poder de ataque. Somos jogadores rápidos, e a campanha mostra que o Wilstermann foi o melhor segundo colocado com maior número de gols na Libertadores. Creio que será um grande jogo entre uma equipe que marca muito contra outra bastante ofensiva. Respeitando o Atlético, espero que o Wilstermann se saia bem nesses primeiros 90 minutos. Enfrentei o Atlético em outros jogos, e sempre foi difícil. O pessoal da análise e desempenho do Wilstermann tem acompanhando o Atlético e vai nos passar a melhor maneira de surpreender o Atlético aqui e em Minas”, vislumbrou.

Revelado pelo Vitória, Alex Silva viveu a melhor fase da carreira no São Paulo, entre 2006 e 2007, se sagrando bicampeonato brasileiro. Ele fez parte do grupo da Seleção Brasileira que ganhou o título da Copa América, em 2007. No ano seguinte, disputou os Jogos Olímpicos de Pequim e conquistou a medalha de bronze. Apesar do início promissor, o ‘Pirulito’ passou por problemas pessoais e não repetiu o bom desempenho em Flamengo e Cruzeiro. Após passagens sem brilho por Boa Esporte, São Bernardo, Rio Claro, Hercílio Luz e Brasiliense, o zagueiro teve a oportunidade de atuar no futebol boliviano, em 2017.

Grande preocupação de times visitantes, a temida altitude boliviana não foi problema na adaptação de Alex Silva. Cidade do Jorge Wilstermann, Cochabamba está a 2.500 metros acima do nível do mar. Vivido no mundo da bola, o defensor analisou as características do futebol local, agradeceu ao clube pela chance de se recuperar na carreira e exaltou o objetivo de provar que ainda pode atuar em alto nível em qualquer time importante.
 
“Eu não tive problema com adaptação à altitude. Atuei desde a primeira rodada em que cheguei aqui. É um futebol mais rápido, corrido, para frente o tempo todo. As equipes buscam o resultado. A adaptação veio rapidamente, porque vinha jogando em divisões do futebol brasileiro parecidas com o futebol daqui. Não tive problema. Estou conseguindo me destacar cada vez mais no futebol boliviano. A expectativa sobre os jogadores brasileiros é sempre grande. A desconfiança, também. Eu vim do Brasiliense, mas, aos poucos, fui conquistando a confiança da torcida, da diretoria, da comissão técnica e dos companheiros. Por se tratar de um clube boliviano, eu já entrei para a história, porque eu sou o segundo brasileiro a conquistar a classificação à segunda fase da Libertadores, depois do Jairzinho (ex-atacante do Botafogo, que atuou no Wilstermann no início da década de 1980). Eu almejo mais. Temos total convicção de avançarmos ainda mais. É uma oportunidade muito boa para a minha carreira, principalmente por tudo que eu estava passando no futebol brasileiro, sem chances em grandes clubes. O Jorge Wilstermann me deu essa oportunidade de jogar futebol e mostrar ao meu país que eu tenho totais condições de atuar em qualquer clube brasileiro", projetou.

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