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Há quatro anos, Atlético fechava a maior venda do futebol mineiro: 25 milhões de euros

No dia 8 de agosto de 2013, Shakhtar oficializava a compra de Bernard

postado em 08/08/2017 15:40 / atualizado em 08/08/2017 16:52

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Há quatro anos, no dia 8 de agosto de 2013, o Atlético fechava a maior negociação do futebol mineiro: a venda do meia-atacante Bernard ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por 25 milhões de euros (cerca de R$ 77 milhões, na época). A maior parte deste valor esteve longe de cair nas contas do Galo, por causa de dívidas fiscais. Aproximadamente 60% da quantia foi bloqueado pela Justiça no mesmo dia da assinatura do contrato. A retenção do dinheiro virou uma grande novela, com reflexos nas finanças do clube. 

Considerado uma das principais revelações do Atlético nos últimos anos, Bernard participou ativamente da conquista da Copa Libertadores de 2013. Ele formou o famoso quarteto ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Jô. No auge pelo Galo, o jogador despertou interesse de clubes europeus. Antes dos ucranianos, o Tottenham ofereceu 18 milhões de euros para pagar em cinco anos, mas depois retirou a proposta. Na sequência, o Shakhtar apresentou números irrecusáveis.

Site especializado em vazar documentos sigilosos ligados ao mundo da bola, o Football Leaks chegou a divulgar, em março do ano passado, o contrato de venda do meia-atacante Bernard, assinado no dia 8 de agosto. Sem muitas novidades, o documento confirmou o valor da negociação: 25 milhões de euros.

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Novela pelo dinheiro

No mesmo dia da negociação, a Justiça bloqueou parte do dinheiro por causa de dívidas fiscais do Atlético em três processos movidos pela Fazenda Nacional, que, juntos, chegaram ao valor de R$ 40 milhões. Posteriormente, outra ação atingiu o clube, somando R$ 54 milhões retidos na Justiça.

Nos meses seguintes, os reflexos começaram a aparecer. O presidente Alexandre Kalil chegou a revelar dificuldade de cumprir compromissos assumidos. O dirigente chegou a fazer um apelo à então presidente da república, Dilma Rousseff. “Hoje eu vim pedir pelo amor de Deus à nossa presidenta Dilma Rousseff que nos trate como mineiros, como ela é”, afirmou Kalil.

A batalha nos tribunais durou três anos e nove meses, com negociações, reuniões, acordos alinhavados, idas a Brasília. Em abril deste ano, o departamento jurídico do Atlético conseguiu liberar o dinheiro retido para antecipar o pagamento de parcelas do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut).

Embora a maior parte do dinheiro tenha sido barrado na Justiça, o Galo chegou a receber uma quantia do valor da venda do jogador. O dinheiro entrou no caixa do clube e serviu para diversas demandas. “A parte não bloqueada foi um pagamento inicial. Esse dinheiro foi para o caixa do clube, para gastos de toda ordem”, explica o diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha. “Outra parte foi para terceiros, já que não era a totalidade dos direitos que pertencia ao Atlético, além de parte de comissões de vendas. E um montante dos valores que pertencia ao Atlético foi objetivo de penhora, somados a outras penhoras. Hoje, se aproximam de R$ 60 milhões. Este valor estamos utilizamos no pagamento do Profut. Somos o primeiro clube a antecipar o pagamento em torno de seis anos”, conclui.

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