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Bom na teoria, mas devendo na prática: resumo do ataque do Atlético no Brasileiro

Jogadores do Galo vivem (ou viveram) longos jejuns em 2017

postado em 13/09/2017 13:47 / atualizado em 13/09/2017 14:25


No papel, o Atlético tem um dos setores ofensivos mais valiosos do país, contando com nomes como Fred, Robinho, Valdívia, Luan e Cazares. Mas essa badalação não tem se traduzido em gols, sobretudo no Campeonato Brasileiro. Dono do quinto pior ataque da competição, tendo balançado a rede 25 vezes, a equipe não conseguiu nem mesmo beliscar uma vaga entre os seis primeiros devido à queda de rendimento dos atacantes. Entre os concorrentes, 12 marcaram mais que o alvinegro, incluindo dois que estão na zona de rebaixamento: Chapecoense (27) e São Paulo (30).

O jogo contra o Avaí, domingo, às 11h, na Ressacada, pode ser um prenúncio do tamanho do desafio da equipe alvinegra: o adversário tem sabido, como poucos, manter a regularidade defensiva e segurar ataques rivais. Os problemas da linha de frente do Galo não se resumem apenas a Fred e a Robinho. Os demais jogadores da posição convivem ou conviveram com jejum de gols em momento importante na temporada. Peça importante no esquema tático de Rogério Micale, Luan ganhou sequência de cinco jogos como titular, mas já está há bom tempo sem balançar as redes. Seu único gol em 2017 ocorreu diante da URT, nas semifinais do Campeonato Mineiro. Com Micale, o jogador tem sido muito usado na recomposição defensiva e, mais distante do gol, tem menos possibilidades de finalizar com precisão.

Valdívia, que também está prestigiado com o treinador, passou por longo jejum recente. Ele só conseguiu marcar pela primeira vez com a camisa alvinegra na derrota para o Fluminense por 2 a 1, no Rio, 10 jogos depois de ter estreado. Diferentemente de Luan, o armador que veio do Internacional viveu má fase técnica, tendo desperdiçado várias chances nas primeiras partidas no novo clube. Rafael Moura é outro que amargou a seca de gols: nove duelos. Ele voltou a marcar contra Coritiba e Flamengo.

Líder em assistências do Galo na temporada, o equatoriano Cazares atravessa fase irregular e acumula 14 compromissos sem ter o gosto de comemorar um gol – seu último foi de falta, no clássico com o Cruzeiro, pelo primeiro turno do Brasileiro. O momento ruim do jogador coincidiu com a demissão de Roger Machado e as eliminações em sequência na Copa do Brasil e na Libertadores. Dos jogadores de frente, o que marcou recentemente foi o venezuelano Otero, de falta, contra a Ponte Preta. O armador, contudo, não é titular com Micale.

O zagueiro Leonardo Silva vê com naturalidade a irregularidade do ataque e avalia que há evolução do time nas últimas partidas: “Os números aos poucos estão se equilibrando. Tivemos um começo difícil, em que fomos melhores fora, e no Horto não conseguíamos vencer. Há momentos em que a defesa vai sofrer menos gols e o ataque não vai marcar. Em outros, o ataque vai fazer e a defesa sofre. O importante é equilibrar para mantermos a equipe no zero para marcar no tempo oportuno. Não vejo uma média tão ruim no campeonato”.

Jogadores de defesa

Com a fase ruim do setor ofensivo, os jogadores de defesa e meio-campo apareceram com mais frequência nas redes. Vice-artilheiro alvinegro no ano, ao lado de Rafael Moura, com 10 gols, o volante Elias marcou em dois jogos consecutivos, contra Ponte Preta (Brasileiro) e Paraná (Primeira Liga). E Fábio Santos confirmou o bom aproveitamento nas cobranças de pênalti ao deixar o seu contra o Palmeiras, no Independência (já havia marcado também diante de Coritiba e Flamengo).

Arma importante nas bolas aéreas, Leonardo Silva espera desencantar ainda na temporada atual: “Faz bastante tempo que não faço gols. Nesse ano não consegui marcar, até mesmo pela dificuldade de me movimentar na área e a marcação forte. Mas é treinar, que uma hora vai ter chance, uma bolinha para que possa marcar”. Domingo, ele volta ao palco onde marcou pela primeira vez com a camisa do Galo: em 2011, na Ressacada, fez dois na vitória alvinegra sobre o Avaí por 3 a 1. Seu vínculo contratual termina em dezembro. Aos 38 anos, ele ainda não foi procurado pela diretoria para renovação.  No momento certo as coisas vão acontecer. “Penso em continuar. Daqui a pouco as conversas vão avançar. O importante é pensar dentro de campo, buscar evoluir para que a equipe chegue ao G-6”, declarou.

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