Atlético
None

ESPECIAL BH 120 ANOS

Paixões: conheça melhor a Vovó do Galo, ilustre torcedora do Clube Atlético Mineiro

Ana Cândida de Oliveira Marques, de 97, se tornou um xodó da torcida

Quando o americano Fernando Brant e o cruzeirense Milton Nascimento descreveram as ruas e avenidas vazias nas tardes de domingo por causa do futebol, eles poderiam, muito bem, estar imaginando um típico domingo belo-horizontino. Seja nos seus primeiros anos, nos estádios do Barro Preto, Lourdes ou Alameda; no Independência e, sobretudo, nos últimos 52 anos, no Mineirão, o futebol sempre ditou a rotina das famílias da capital mineira.

Para celebrar os 120 anos de BH, o Superesportes/Estado de Minas reuniu três torcedoras que transformaram as camisas de América, Atlético e Cruzeiro em segunda pele. Zuleine Epiphanio Garcia Leão, a dona Zuzu, de 82 anos, cruza o país de ônibus e avião onde o Coelho estiver. Ana Cândida de Oliveira Marques, de 97, a Vovó do Galo, se tornou um xodó e amuleto da torcida alvinegra. Salomé Silva, de 83, gaba-se de ter faltado a pouco mais de 20 jogos do Cruzeiro em toda a história do Mineirão.

Futebol é paixão e, nas arquibancadas mineiras, elas conjugam o verbo torcer com devoção.



“UMA VEZ ATÉ MORRER”

A cada nova partida do Atlético, Ana Cândida de Oliveira Marques escolhe uma entre as muitas camisas autografadas que coleciona. Antes de se vestir para o programa de gala, repete a concentração dos jogadores, “com alimentação reforçada e um tempo de cochilo a mais”. Nestes anos todos, comemorou títulos e sofreu como é praxe na rotina do torcedor apaixonado.

Nascida e criada em Rio Espera, na Zona da Mata, Ana Cândida de Oliveira Marques veio para BH em 1949, acompanhando o marido, João Marques de Oliveira, atleta amador e torcedor fanático. Já chegou como torcedora do Atlético, cujos jogos acompanhava de longe, nas ondas do rádio e pelo jornal, ao lado do amado.

“Sempre tive carinho pelo clube, e hoje ainda mais pois o Galo trouxe essa energia pra mim, as pessoas me abraçam, beijam a minha mão. E olha que nem sou padre, para você ver”, brinca ela. Não por acaso, a simpática senhora ficou famosa entre a torcida atleticana depois de o rapaz postar um vídeo dela na Internet, flagrante de calorosa torcida durante a campanha da Libertadores. “Tenho amigos até na Alemanha”, gaba-se a Vovó, que tem 47 mil seguidores no Facebook e 31,6 mil no Instagram.

Grata pela graça divina da longevidade, a Vovó afirma que não se importa com rugas, manchas ou a cabeça branquinha, e nem pede muitos anos de vida a mais, mas, sim, coragem para seguir sempre em frente. A disposição, conta, vem do amor à família e ao Galo, um “remédio contra depressão”, garante. “Meu cardiologista aprova, pois o Galo é uma terapia! Provoca o sorriso, que faz bem para a própria pessoa e para os outros.”


Tags: atleticomg interiormg vovó galo seriea