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Viagem, sol, pressão: torcida se aglomera por 'sim' a projeto do estádio do Atlético

Votação do Conselho na sede do clube tem presença de atleticanos

postado em 18/09/2017 12:01 / atualizado em 18/09/2017 16:55

João Vitor Marques/Superesportes
A preocupação da diretoria do Atlético nesta segunda-feira é clara: a situação conseguiria reunir conselhos suficientes para votar ‘sim’ e aprovar o projeto do novo estádio? Se a presença dos membros do Conselho Deliberativo no pleito é motivo de apreensão, a dos torcedores do clube, não.

Dezenas de pessoas vestidas com camisas do Atlético circularam na entrada da sede, localizada no bairro Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Torcedores começaram a chegar às 7h, com o objetivo de ficar até o final da votação, marcado para 21h.

As manifestações envolviam faixas, gritos e pressão pelo ‘sim’ dos conselheiros. Torcedores enfrentaram o sol de BH e, em alguns casos, viajaram até a capital para participar de um dos momentos mais importantes da história do Atlético.

“Cheguei aqui 7h30. Enquanto não terminar, não vou embora. Vim lá de Divinolândia de Minas só para poder marcar presença”, diz Sinval Rabelo, 54.

Entre os torcedores, um em especial chamava atenção. Em meio aos gritos insistentes de “pense nos seus netos, é sim, é sim, é sim”, Rubélio Vieira, 55, brincava e tentava recuperar o fôlego.

“Rapaz, a voz está indo embora (risos). Mas é a maior alegria estar participando desse momento. Programei para estar aqui”, disse o caminhoneiro, que, de tanto participar, ganhou até uma caneta personalizada do Atlético de um dos conselheiros do clube.

Faixas de apoio

Torcedores estenderam duas faixas de apoio à aprovação do projeto do estádio: “Conselheiros, a massa quer o estádio do Galo”, diz uma delas. A outra, posicionada ao lado da primeira, brada “Conselheiros: estádio sim! Galo precisa ter a sua casa!”.

João Vitor Marques/Superesportes


O projeto

A proposta para a construção do estádio multiuso tem sido avaliada e preparada pela diretoria do Atlético desde a gestão de Alexandre Kalil, que terminou em 2014. O projeto ganhou forma quando o clube já era comandado por Daniel Nepomuceno.

O estádio, com capacidade para 41.800 torcedores, ficaria localizado no bairro Califórnia, Região Noroeste de BH. A obra está orçada em R$ 410 milhões. Para bancar a construção, o clube planeja receber R$ 60 milhões pela venda dos naming rights para a MRV e R$ 100 milhões com a negociação de cadeiras cativas (60% deste valor está garantido pelo BMG).

Os outros R$ 250 milhões se referem à venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Essa seria a contribuição do clube com a construção.

A venda de parte do shopping é o ponto mais polêmico do projeto. A oposição alega que os lucros com o shopping aumentariam a partir de 2026, quando o clube, por contrato, voltaria a ter direito a 100% da receita bruta do Diamond. Atualmente, a porcentagem anual destinada ao Atlético é de 15% - o que correspondeu a R$ 8,7 milhões em 2016. O restante fica com a Multiplan, empresa que administra o Diamond Mall.

O projeto do estádio, por outro lado, defende que o mercado de shopping centers tem caído anualmente em função do comércio online. Por isso, a venda seria positiva. Se a negociação for aprovada pelo Conselho Deliberativo do Atlético, o clube ainda ficaria com 49,9% do Diamond e teria o poder de veto garantido. Nos próximos quatro anos (período para a construção do estádio), a porcentagem da renda bruta destinada ao clube se manteria.

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