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Após recusa inicial, Atlético tenta desfecho diferente em 'novela' envolvendo Robinho

Galo vai aumentar a proposta salarial para tentar permanência do atacante

postado em 10/12/2017 11:00 / atualizado em 10/12/2017 17:04

Bruno Cantini/Atlético

Enquanto os jogadores curtem a segunda semana de férias, o Atlético poderá ter seus dias mais agitados de 2017 nos bastidores. Com a provável eleição de Sergio Sette Câmara nesta segunda-feira para a administração do clube no próximo triênio, a tendência é de que a situação do atacante Robinho finalmente tenha um desfecho. A novela envolvendo o jogador é o maior entrave para que o alvinegro monte parte de seu planejamento para o ano que vem. Se a primeira proposta de renovação foi recusada pelo atleta, o Galo vai rever sua política de gastos para apresentar uma oferta melhor e estender o compromisso por pelo menos mais um ano.

A expectativa é de que a questão seja solucionada até o fim da semana. Com a redução do orçamento de R$ 316 milhões para R$ 296 milhões no ano que vem, a diretoria quer justamente enxugar os gastos, cortando salários mais altos. Por isso, a ideia seria apresentar uma proposta ao camisa 7 que não fuja da realidade financeira atleticana. A diretoria espera aumentar a oferta de cerca de R$ 400 mil mensais, que inicialmente não foi aceita pelo atleta e seu staff.

Robinho curte férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos, e só voltará ao Brasil para as festas de fim de ano. A pessoas próximas ele teria manifestado o desejo de continuar na capital mineira, uma vez que os filhos se adaptaram bem à escola e à cidade.

Embora tenha o desejo de permanecer no Atlético, ele vai ouvir a proposta de outros clubes, entre eles o Santos, pelo qual foi revelado e que demonstrou interesse em seu retorno. O Peixe estaria disposto a oferecer um vínculo maior, de três a quatro anos, com salários semelhantes aos que o Atlético está propenso a pagar. Mas ele poderia enfrentar um ambiente de hostilidade, já que foi duramente criticado pelos torcedores, teve seu retrato numa pintura na Vila Belmiro pichado no ano passado depois de ser contratado pelo Atlético e ainda foi xingado quando atuou no estádio.

A conquista da vaga na Libertadores ou não também pode interferir na permanência do camisa 7 em Minas. Para ir à competição, o Galo torce para que o Flamengo conquiste a Copa Sul-Americana, o que abriria vaga para a equipe, nona colocada no Brasileiro. Caso a classificação não venha, a diretoria vai repensar o planejamento, descartando a manutenção do jogador.

Em 2016, a vinda do Rei das Pedaladas só foi possível graças à parceria feita com a DryWorld, desfeita depois de a empresa não honrar com os aportes financeiros previstos. Com o rompimento, o Atlético assumiu integralmente os salários do atacante, que atualmente giram em torno de R$ 800 mil mensais e representam exatamente 10% do que o clube espera ter como folha na temporada seguinte.

BOAS ATUAÇÕES O atleta de 33 anos recentemente completou 100 jogos pelo Galo e, a exemplo de Fred, conseguiu se livrar de longo jejum de gols no Campeonato Brasileiro e voltar às boas atuações depois da chegada do técnico Oswaldo de Oliveira – ele balançou as redes 38 vezes com a camisa alvinegra, sendo 13 em 2017. Artilheiro do Brasil no ano passado, com 25 gols, perdeu a posição para Cazares no meio do ano e ficou vários jogos no banco de reservas com Rogério Micale.

A permanência de Oswaldo seria um fator positivo para a continuidade do jogador, já que ambos têm relação muito boa e são amigos fora do ambiente do futebol. Outro trunfo para o alvinegro convencê-lo a ficar é a boa relação com os dirigentes, que conseguiram manter os salários de Robinho mesmo em meio a dificuldades financeiras.