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Adilson abre o jogo, revela conversa 'de peito aberto' com Oswaldo, cita problema pessoal e diz: 'Quero fazer história no Atlético'

Volante admite que perdeu espaço na reta final da temporada passada

postado em 23/01/2018 19:04 / atualizado em 23/01/2018 21:39

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Adilson abriu o jogo na Cidade do Galo. Em longa entrevista, o volante tentou explicar como saiu da titularidade da equipe para a disputa da Florida Cup, nos Estados Unidos, ao lado de atletas do time sub-23. O jogador alvinegro revelou que não quis abrir qualquer tipo de conversa com outras equipes, já que o seu pensamento era sempre de permanecer no clube. Uma conversa de ‘peito aberto’ com o técnico Oswaldo de Oliveira, pouco antes da viagem para Orlando, também foi relatada.

A entrevista do volante foi bem franca na Cidade do Galo. Adilson não se esquivou de nenhuma pergunta. Ele afirma que, enquanto estava em queda física na reta final da temporada 2017, Yago e Gustavo Blanco estavam em ascensão. Para ele, esse foi um dos motivos de ter perdido espaço no clube no início deste ano.

“A minha situação é de extrema tranquilidade no momento. Fiz uma avaliação do meu ano passado. Pude entender que muita coisa aconteceu durante o ano e muita gente terminou bem o ano, o Blanco, o Yago. Não terminei o ano tão bem como vinha até outubro. Foi um processo natural dos meninos, e acabei ficando um pouco para trás. Claro que não posso jogar fora toda a dedicação que tive e que a gente já esperava. Tudo que eu mais queria era permanecer no Atlético, fazer os trabalhos no início do ano, para seguir com mais tranquilidade. Estou melhor do que eu cheguei no ano passado. Estou tendo a chance de brigar pelo meu espaço no time com os trabalhos fortes na pré-temporada”, disse.

Adilson foi relacionado para a disputa da Florida Cup. Ele revelou que, antes do embarque para os Estados Unidos, teve uma conversa com o técnico Oswaldo de Oliveira. O volante acredita que o momento é de recuperar o espaço com a camisa atleticana.

“Conversei com o Oswaldo, procurei ele antes de viajar, para bater um papo com ele. Não fui cobrar. Ele não tem que dar explicações. Fui de peito aberto perguntar. Ele foi bastante sincero comigo. Muita gente terminou o ano bem, melhor do que eu. Foi mérito deles. Você acaba indo para trás na fila e tem que recuperar seu espaço. Ele deixou isso bem claro. Ele não poderia ignorar o que os outros meninos fizeram. Encarei com tranquilidade, entendi perfeitamente. Falei para ele que gostaria de permanecer e brigar pelo meu espaço. Minha esperança é, quando for solicitado, estar bem e ajudar no ano”, disse.

Intenção de ficar

Um dos pontos mais tocados por Adilson em sua entrevista foi a vontade de continuar no Atlético. O jogador, que passou cinco anos no Grêmio e outros cinco no Terek Grozny, da Rússia, não tinha intenção de deixar o Galo após apenas um ano defendendo a equipe. O volante ressaltou que, em momento algum, se abriu a propostas de outras equipes.

“Eu preferi não me manifestar, porque acabaria gerando mais notícias. Não teve nada de conversas com outros clubes, foi um pouco de irresponsabilidade (de quem noticiou). Todo mundo sabia da minha intenção de permanecer no Atlético. Antes de chegar aqui, tinha dez anos de carreira, sendo cinco no Grêmio e cinco no Terek, da Rússia. Não queria ficar só um ano no clube, sair numa condição não tão boa. Quero fazer história ainda no Atlético, quero permanecer por muito tempo aqui. Falei de imediato com meu representante que não tinha a menor intenção de sair, que queria permanecer e não ouviria nada sobre saída”.

Confira outros pontos da entrevista de Adilson 

Problema familiar

Houve um pouco de confusão a partir dessa informação. Na última semana do ano passado, contra o Grêmio, minha esposa fez uma cirurgia, teve uma complicação, e tive que acompanhá-la em hospitais. Mas foi apenas na última semana. Foi uma pequena confusão. Cheguei no jogo contra o Grêmio cansado, perdi peso, foi uma semana muito difícil. Queria jogar aquele jogo, poderia falar que não estava 100%. Nunca fez parte do meu caráter não jogar, me coloquei à disposição. São coisas que acontecem. Tive uma carga muito grande de jogos. A partir do jogo contra o Botafogo, que sofri uma pancada no joelho, não conseguia me preparar bem durante a semana, ficava no DM e logo depois iria para o jogo. Consigo avaliar melhor que outras pessoas. O Oswaldo tem tanta gente para cuidar, a responsabilidade tem que ser minha. Corri o risco de perder espaço, porque me ofereci para jogar. Corro atrás novamente. Quero estar bem para o momento em que for solicitado.

Está nos planos?

Eu me blindei. Foquei totalmente na minha permanência no Atlético. Não me abri a outras possibilidades. Acredito que estou nos planos, foi o que conversei. Se não estou nos planos, outras pessoas que devem se manifestar. Meus treinos nas férias foram pensados na permanência no Atlético. Os profissionais que trabalham aqui têm todo o conhecimento do meu corpo, o que preciso para jogar. Se eu mudasse de clube, teria que mudar tudo, levaria tempo para me adaptar. Foi um ano positivo para mim. Do fim do Campeonato Brasileiro até aqui só pensei em ficar.

Alguma comunicação da diretoria?

Ninguém falou comigo que não estou nos planos. Não posso gerar uma situação que não está acontecendo.

Chance contra o Villa

Caso o Yago não jogue, pode surgir uma oportunidade muito mais cedo do que eu esperava. É muito mais cedo que ano passado, quando cheguei só em março. Estamos em janeiro ainda, tem muito tempo de trabalho. Se jogar o próximo jogo, é tentar fazer o melhor possível e entender que é ainda faz parte da preparação.

O que fazer para recuperar a titularidade?

Numa equipe como o Atlético, que só tem jogador qualificado, você tem que estar sempre preparado. No fim do ano, perdi espaço para jogadores que são muito qualificados. Tem que estar sempre alerta, se cuidando, sendo profissional.

Experiência na Florida Cup

Sempre gostei desse cenário. Jogamos em estádios bons, contra adversários que a gente nunca enfrentaria. Tentei fazer o meu melhor. Encarei com profissionalismo. Aproveitei o que teve de bom lá. Foi positivo nesse sentido. Tenho que entender que a pré-temporada é importante para mim. Ela começou um pouco mais tarde, mas não muito. Tenho que fazer o melhor para buscar meu espaço.

Busca para recuperar o espaço perdido

É uma briga muito boa, sadia. Não é a primeira vez que tenho que buscar esse espaço. É um desafio bom. Não importa o quanto eu fale, o que vai valer é minha atitude, minha entrega nos treinamentos. Tudo que você faz fica salvo no sistema do clube. Minha resposta vai ser nos treinos, no dia a dia. Vou mostrar que não existe comodidade. Meu contrato vai até o início do ano que vem. Tenho que fazer um bom ano para permanecer, renovar o meu contrato.

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