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Presidente do Atlético confia em acordo para solucionar dívida com WRV ainda neste mês

Sérgio Sette Câmara anuncia que fará proposta para chegar a consenso

postado em 05/02/2018 22:06 / atualizado em 06/02/2018 00:08

Marcos Vieira/EM D.A Press
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, demonstrou confiança em um acordo para encerrar as pendências financeiras com o grupo WRV Empreendimentos e Participações. A empresa reivindica o pagamento de dívida no valor de R$ 64.333.000 e pediu o bloqueio do dinheiro referente à venda do atacante Lucas Pratto ao São Paulo e da quitação de futura multa que o clube teria direito a receber pela saída do centroavante Fred para o Cruzeiro. 

Presente à cerimônia de premiação da 17ª edição do Troféu Telê Santana, na noite desta segunda-feira, no Mineirão, Sérgio Sette Câmara projeta um acordo com a WRV ainda neste mês. O dirigente disse à reportagem do Superesportes que a primeira reunião entre as partes, na semana passada, foi proveitosa e vislumbra um consenso com o credor. 

“Começamos a desenvolver algumas planilhas. Estamos preparando uma proposta efetiva para apresentar. Existe uma boa vontade muito grande. Houve um investimento, em 2000. O Atlético tem que acertar suas contas. A gente conta com a boa vontade dos credores. A WRV tem atleticanos que querem ter seu dinheiro de volta, mas entenderam nossa situação atual. Passa por aí a nossa possibilidade de começar a reduzir o endividamento do clube”, declarou o mandatário.

Sette Câmara não descarta um acordo ainda em fevereiro, apesar do feriado de carnaval, o que poderia atrasar um pouco mais a negociação. “Acredito (em um acordo) ainda neste mês. Temos alguns jogos fora, tem o carnaval. Nossa turma da área financeira está trabalhando para apresentar essa proposta. Temos conversado com eles, está tudo tranquilo. O que existe com a WRV existe com todos os credores. Vou procurar todos para tentar equacionar. O Atlético tem algumas dívidas, mas acredito naquilo que foi assinado pelos dirigentes anteriores. A gente está dando continuidade”, frisou. 

Entenda o caso

Em dezembro de 2017, Atlético e Fred decidiram conjuntamente estabelecer uma cláusula que prevê o pagamento de multa de R$ 10 milhões caso o atacante acertasse com o Cruzeiro. No acordo com o jogador, o clube celeste aceitou a exigência de assumir a dívida e deu prosseguimento às negociações.

Em meio ao imbróglio, a diretoria do Cruzeiro foi notificada extrajudicialmente por representantes da WRV Empreendimentos e Participações, credor do clube alvinegro, para aguardar decisão do magistrado da 24ª Vara Cível a respeito do tema. Marco Aurélio Chaves Albuquerque definiu o pagamento em juízo dos R$ 10 milhões.

A dívida cobrada pela empresa diz respeito a um empréstimo de cerca de R$ 7 milhões que data do final da década de 1990. O Atlético utilizou a quantia para contratar Guilherme, em 1999, e para renovar os contratos do zagueiro Cláudio Caçapa e do próprio atacante, no ano seguinte. Atualmente, os advogados da WRV entendem que o valor devido está na casa dos R$ 64.333.000,00.

A mesma dívida fez com a empresa pedisse que o juiz determinasse o bloqueio de R$ 20 milhões referentes à venda do atacante Lucas Pratto do São Paulo ao River Plate. Durante a negociação com a diretoria paulista, ficou acordado que o clube alvinegro mantivesse 45% dos direitos econômicos do centroavante argentino.

Dívida antiga

A disputa judicial entre WRV e Atlético começou em 2015. Em 2017, o juiz Marco Aurélio Chaves Albuquerque ordenou ao São Paulo que não deposite o dinheiro da contratação de Lucas Pratto nas contas alvinegras, mas em uma conta judicial. Na época, o clube paulista havia acabado de adquirir os direitos econômicos do jogador.

À época, o Atlético alegou que já existia um recurso em Brasília que pode fazer a anulação total do crédito pedido pelos ex-parceiros e que deveria pedir uma liminar para a cassação da ordem judicial.

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