Atlético
None

ATLÉTICO

Um mês com Larghi: interino dá nova cara ao Atlético e ganha moral com os jogadores, mas efetivação ainda não é unanimidade

Auxiliar técnico comandou equipe alvinegra nas últimas sete partidas

postado em 09/03/2018 17:00 / atualizado em 09/03/2018 17:02

Bruno Cantini/Atlético

No dia 9 de fevereiro de 2018, o Atlético passava por uma situação que ocorreu seguidas vezes nos últimos anos: a troca de treinador. A demissão de Oswaldo de Oliveira fez a diretoria procurar treinadores de renomes nacional. Os negócios não avançaram. Com isso, um nome bem menos tarimbado ganhou força. Em um mês de Thiago Larghi, muita coisa mudou na Cidade do Galo.

Uma das situações que publicamente não se modificaram foi a ‘situação’ do auxiliar de 37 anos: ele segue como treinador interino. Internamente, entretanto, Larghi ganhou moral com os jogadores e a diretoria do Atlético. Os líderes do elenco afirmaram, repetidas vezes, que concordam com a efetivação do auxiliar.

“No meu modo de ver, é um trabalho excelente. A gente vê a melhora da equipe. Tem uma mecânica melhor, um posicionamento em que cada um sabe o que tem que fazer. Acredito que o trabalho tem sido bem feito. A evolução, de repente, não é tão notória para vocês (jornalistas), mas a gente vê um crescimento muito grande dentro do clube”, avaliou o lateral-esquerdo Fábio Santos, em entrevista nesta sexta-feira.

O discurso do experiente jogador, de 32 anos, é repetido pelos companheiros. Afinal, o Atlético ainda oscila, mas apresenta mais padrão de jogo desde que Thiago Larghi assumiu o comando, há 29 dias.

“O Thiago vem fazendo um trabalho muito bem feito, todos os jogadores compraram a ideia dele. É um grande treinador, um cara seguro, inteligente. A gente está feliz com o desempenho dele, com a proposta de trabalho dele. A gente está torcendo para que ele fique com a gente”, disse o zagueiro Gabriel, também nesta sexta.

Desempenho

Com Oswaldo de Oliveira, o Atlético tentava propor o jogo na maior parte do tempo - estratégia natural diante dos adversários com menor qualidade técnica enfrentados pelo time no início de 2018. 

Thiago Larghi optou, seguidas vezes, por apostar em um time reativo. A ideia é dominar os espaços e não necessariamente a posse da bola. Com isso, o Atlético apostava nos rápidos contra-ataques para matar os jogos - especialmente os disputados fora de casa.

Quando precisa, o Atlético de Larghi também retém a bola e tenta agredir o adversário (situação em que mais tem encontrado dificuldades com o interino). Não à toa, o time atual tem, em média, mais tempo de posse por partida do que quando comandado por Oswaldo de Oliveira. O número de finalizações e o de passes também aumentou. As estatísticas, divulgadas pelo Footstats, dizem respeito aos dez primeiros jogos da equipe no Campeonato Mineiro (cinco com cada treinador).

  • Com Oswaldo de Oliveira: 11,8 finalizações, 8,2 assists para finalização, 427,4 passes trocados (91,2% de acerto) e 58,8% posse de bola
  • Com Thiago Larghi: 17,8 finalizações, 14,8 assists para finalizações, 495,2 passes (92,4% de acerto) e 60,6% posse de bola

As estatísticas do time de Larghi, em tese, são melhores. Na prática, foi o Atlético de Oswaldo que conquistou mais pontos em cinco jogos: oito contra sete. Foram 15 somados no total - número que deixa a equipe na terceira posição do estadual, a uma rodada do final da fase classificatória.

Na Copa do Brasil, o desempenho de Larghi é melhor. Foram duas vitórias fora de casa (4 a 0 sobre o Botafogo-PB e 1 a 0 contra o Figueirense), contra um empate de Oswaldo de Oliveira (1 a 1 com o Atlético-AC).

Confiança, mas com cautela

Bruno Cantini/Atlético

São sete jogos sob o comando de Thiago Larghi. Foram quatro vitórias, um empate e duas derrotas - aproveitamento de 61,9% dos pontos disputados. Apesar das críticas recebidas pelo desempenho em algumas partidas, como na derrota por 1 a 0 no clássico contra o Cruzeiro, o treinador interino tem conquistado a confiança da torcida alvinegra.

Internamente, a diretoria também avalia positivamente o trabalho de Larghi. O presidente Sérgio Sette Câmara, o vice Lásaro Cândido da Cunha e o diretor de futebol Alexandre Gallo já demonstraram apoio público ao auxiliar. 

A alta cúpula alvinegra, entretanto, ainda aguarda o desempenho do time em novos desafios ‘grandes’ antes de, eventualmente, efetivá-lo. Larghi é considerado promissor e talentoso, mas a decisão de torná-lo treinador agora não é unânime entre os membros da diretoria.

Thiago Larghi, por sua vez, é ainda mais cauteloso. Diante dos seguidos questionamentos sobre uma possível efetivação, ele repete, com serenidade, que ocupa interinamente a função de treinador.

Tags: thiago larghi galo seriea futnacional interiormg atleticomg