Uma das situações que publicamente não se modificaram foi a ‘situação’ do auxiliar de 37 anos: ele segue como treinador interino. Internamente, entretanto, Larghi ganhou moral com os jogadores e a diretoria do Atlético. Os líderes do elenco afirmaram, repetidas vezes, que concordam com a efetivação do auxiliar.
“No meu modo de ver, é um trabalho excelente. A gente vê a melhora da equipe. Tem uma mecânica melhor, um posicionamento em que cada um sabe o que tem que fazer. Acredito que o trabalho tem sido bem feito. A evolução, de repente, não é tão notória para vocês (jornalistas), mas a gente vê um crescimento muito grande dentro do clube”, avaliou o lateral-esquerdo Fábio Santos, em entrevista nesta sexta-feira.
O discurso do experiente jogador, de 32 anos, é repetido pelos companheiros. Afinal, o Atlético ainda oscila, mas apresenta mais padrão de jogo desde que Thiago Larghi assumiu o comando, há 29 dias.
“O Thiago vem fazendo um trabalho muito bem feito, todos os jogadores compraram a ideia dele. É um grande treinador, um cara seguro, inteligente. A gente está feliz com o desempenho dele, com a proposta de trabalho dele. A gente está torcendo para que ele fique com a gente”, disse o zagueiro Gabriel, também nesta sexta.
Desempenho
Com Oswaldo de Oliveira, o Atlético tentava propor o jogo na maior parte do tempo - estratégia natural diante dos adversários com menor qualidade técnica enfrentados pelo time no início de 2018.
Thiago Larghi optou, seguidas vezes, por apostar em um time reativo. A ideia é dominar os espaços e não necessariamente a posse da bola. Com isso, o Atlético apostava nos rápidos contra-ataques para matar os jogos - especialmente os disputados fora de casa.
Quando precisa, o Atlético de Larghi também retém a bola e tenta agredir o adversário (situação em que mais tem encontrado dificuldades com o interino). Não à toa, o time atual tem, em média, mais tempo de posse por partida do que quando comandado por Oswaldo de Oliveira. O número de finalizações e o de passes também aumentou. As estatísticas, divulgadas pelo Footstats, dizem respeito aos dez primeiros jogos da equipe no Campeonato Mineiro (cinco com cada treinador).
- Com Oswaldo de Oliveira: 11,8 finalizações, 8,2 assists para finalização, 427,4 passes trocados (91,2% de acerto) e 58,8% posse de bola
- Com Thiago Larghi: 17,8 finalizações, 14,8 assists para finalizações, 495,2 passes (92,4% de acerto) e 60,6% posse de bola
As estatísticas do time de Larghi, em tese, são melhores. Na prática, foi o Atlético de Oswaldo que conquistou mais pontos em cinco jogos: oito contra sete. Foram 15 somados no total - número que deixa a equipe na terceira posição do estadual, a uma rodada do final da fase classificatória.
Na Copa do Brasil, o desempenho de Larghi é melhor. Foram duas vitórias fora de casa (4 a 0 sobre o Botafogo-PB e 1 a 0 contra o Figueirense), contra um empate de Oswaldo de Oliveira (1 a 1 com o Atlético-AC).
Confiança, mas com cautela
Internamente, a diretoria também avalia positivamente o trabalho de Larghi. O presidente Sérgio Sette Câmara, o vice Lásaro Cândido da Cunha e o diretor de futebol Alexandre Gallo já demonstraram apoio público ao auxiliar.
A alta cúpula alvinegra, entretanto, ainda aguarda o desempenho do time em novos desafios ‘grandes’ antes de, eventualmente, efetivá-lo. Larghi é considerado promissor e talentoso, mas a decisão de torná-lo treinador agora não é unânime entre os membros da diretoria.
Thiago Larghi, por sua vez, é ainda mais cauteloso. Diante dos seguidos questionamentos sobre uma possível efetivação, ele repete, com serenidade, que ocupa interinamente a função de treinador.
Thiago Larghi, por sua vez, é ainda mais cauteloso. Diante dos seguidos questionamentos sobre uma possível efetivação, ele repete, com serenidade, que ocupa interinamente a função de treinador.