Por mais que existam diferenças nos orçamentos, os confrontos entre times da capital com os do interior tendem a ganhar mais equilíbrio a cada edição do Campeonato Mineiro. Apesar disso, os resultados nos jogos de mata-mata são amplamente a favor dos clubes de maior investimento. Uma prova disso é o Atlético, que vai enfrentar a URT amanhã, às 16h, no Independência, pelas quartas de final, defendendo um tabu de mais de duas décadas: desde 1997 a equipe não perde um confronto eliminatório para um time do interior.
Há 21 anos, o Galo foi superado nas semifinais pelo Villa Nova, que acabou perdendo o título para o Cruzeiro. Desde então, o time alvinegro, embora capengue nas fases iniciais jogando contra os adversários de menor expressão, mostra sua força na reta decisiva. Em 2010 e 2015, essa supremacia foi mostrada na decisão, vencendo Ipatinga e Caldense, respectivamente.
Ainda que o retrospecto seja favorável, os jogadores alvinegros evitam fazer qualquer projeção sobre o duelo com a URT, campeã do interior nas duas últimas temporadas. Em ambas as edições, o Trovão foi eliminado nas semifinais justamente pelo Galo, sempre com jogos equilibrados e duros. “A gente sabe que temos uma grande oportunidade de decidir dentro de casa, contra um adversário duro. Sentimos isso no jogo da primeira fase. É uma partida que requer muita atenção. O Atlético se habituou a jogar decisões e precisamos mais uma vez nos doar ao máximo para superar isso”, afirma o atacante Ricardo Oliveira, que marcou diante da URT, no turno, em Patos de Minas, o primeiro gol com a camisa alvinegra.
Como em todos os jogos no Horto contra adversários de menor expressão, o Atlético espera que o time de Patos atue de forma recuada. Por isso, a comissão técnica vem preparando estratégias para tentar penetrar na defesa rival. Na visão do técnico interino Thiago Larghi, a URT virá a Belo Horizonte para jogar por uma bola: “A gente sabe que é uma das características desse jogo, que é tentarmos furar a defesa. Mas sabemos que temos de tomar os cuidados na nossa defesa, atenção nos contra-ataques, pois há um lateral-direito rápido. A gente também prepara as defesas para eventuais surpresas e contra-golpes que eles vão querer ter. Mas vamos tentar focar bastante para atacar e defender bem e conseguir o resultado positivo”.
NOVIDADE
O time que jogará amanhã terá uma novidade importante. Depois de ficar fora contra o Figueirense, pela Copa do Brasil, devido a uma amigdalite, o volante Elias entra na vaga de Arouca. O zagueiro Gabriel voltou a treinar com o grupo ontem, recuperado de conjuntivite – o camisa 4 chegou a ser titular contra o time catarinense, mas teve de deixar o jogo no intervalo, substituído por Maidana.
Apesar das críticas da torcida, Thiago Larghi sabe que o Galo poderá render muito mais do que mostrou contra o Figueirense: “Acho que o jogo em si serve de lição, como todos os jogos. A partida teve suas características próprias e tirar as lições é importante. Estamos no início de trabalho e temos que levar em consideração para buscar nossa evolução. A gente tirou lições, conseguimos melhorar e vamos consertar para fazer grande jogo no domingo (amanhã)”.
GALO X TIMES DO INTERIOR
Edição Adversário batido Colocação
1998 Caldense (quartas de final) Vice-campeão
2004 Caldense (semifinal) Vice-campeão
2007 Democrata-GV (semifinal) Campeão
2008 Tupi (semifinal) Vice-campeão
2009 Rio Branco (semifinal) Vice-campeão
2010 Democrata-GV (semifinal) Campeão
2012 Tupi (semifinal) Campeão
2013 Tombense (semifinal) Campeão
2015 Caldense (final) Campeão
2016 URT (semifinal) Vice-campeão
2017 URT (semifinal) Campeão
Obs: de 1999 a 2001, a fórmula de disputa não previu mata-mata na segunda fase. Em 2002, os times da capital só entraram na disputa na segunda fase, com o Supercampeonato Mineiro, vencido pelo Cruzeiro. Já a edição de 2003 foi definida em pontos corridos em turno único, sem mata-mata. Em 2005 e 2006, o Galo foi eliminado nas semifinais pelo Cruzeiro. Em 2014, superou o América na segunda fase