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Oswaldo contradiz Sette Câmara e aponta motivo de demissão do Atlético: 'Foi só isso, não tem outra alternativa'

Ex-treinador do Galo deu lugar a Thiago Larghi, que comanda o time

postado em 28/03/2018 16:17


Quase dois meses depois de ser demitido do Atlético, Oswaldo de Oliveira falou sobre a conturbada saída do clube mineiro. Segundo a diretoria alvinegra, o rompimento do contrato se deveu apenas a aspectos técnicos. O experiente treinador de 67 anos, entretanto, contradisse as explicações do presidente Sérgio Sette Câmara e do diretor de futebol Alexandre Gallo.

De acordo com Oswaldo de Oliveira, o único motivo para a demissão foi a polêmica com o repórter Léo Gomide, da rádio Inconfidência. No dia 7 de fevereiro, os dois discutiram após o empate do Atlético por 1 a 1 com o Atlético-AC, em Rio Branco, pela primeira fase da Copa do Brasil. Irritado com um suposto xingamento, o então comandante alvinegro partiu para cima do jornalista.

“Foi só isso (o motivo da demissão), não tem outra alternativa. Foi isso. Claro que foi. Porque a manifestação de todos que estavam comigo ali, estava o presidente (Sérgio Sette Câmara), o diretor de futebol (Alexandre Gallo), enfim… Toda a cúpula do futebol do Atlético, todo mundo me deu razão. Aquilo me deu uma estranheza muito grande no momento em que eu fui comunicado de que eu não seria mais o treinador do Atlético. Foi no dia seguinte”, disse o treinador em entrevista ao SporTV.

Inicialmente, a diretoria do Atlético defendeu publicamente o treinador e vetou, por algum tempo, a entrada de Léo Gomide na Cidade do Galo. No dia seguinte à polêmica discussão, Oswaldo foi comunicado da demissão. Sérgio Sette Câmara e Alexandre Gallo concederam entrevista no dia 9 de fevereiro, na manhã posterior à noite do rompimento do contrato.


Na ocasião, o diretor de futebol alvinegro foi claro e garantiu que a demissão não tinha nada a ver com o ocorrido no Acre. “Inicialmente, a questão foi exclusivamente técnica. Nós entendemos que nós contratamos um time, na montagem, claro, com o aval do treinador sempre, que tinha condições de nos entregar tecnicamente um jogo melhor. Mas quem está jogando bem no Brasil hoje? Ninguém ainda. Porém, a gente sentiu que a evolução não estava existindo na parte técnica”, disse à época.

O posicionamento de Alexandre Gallo foi endossado por Sérgio Sette Câmara. "Foi exclusivamente técnica (a decisão da demissão). A gente acha que tinha que fazer a mudança agora. Não ia esperar dois ou três jogos. Poderia muito bem esperar o jogo da Paraíba (segunda fase da Copa do Brasil) e ver o que dava. Se ganha, fica ou não. Se perder, teria um motivo para decidir com a diretoria a saída dele. É a avaliação. Temos expectativa. Isso depende de um desempenho no gramado. O desempenho, até então, não agradou. A gente espera muito mais dos jogadores. Alguns que até estavam no elenco estão abaixo do rendimento normal. Vamos buscar alternativa. Não é operação salvamento, como quando ocorreu ano passado com a chegada do Oswaldo. Avaliamos e entendemos que era necessária a mudança. Vamos fazer e acreditamos muito que essa é a melhor decisão a ser tomada", disse o mandatário na ocasião.


A saída de Oswaldo de Oliveira deu espaço a Thiago Larghi. O auxiliar chegou ao Atlético sob indicação do ex-treinador do clube. A demissão do então comandante não o impediu de permanecer na Cidade do Galo. Atualmente, ele é o responsável por dirigir a equipe que enfrentará o Cruzeiro na final do Campeonato Mineiro nos dois próximos domingos.

A versão de Gomide

Em entrevistas posteriores à polêmica, Oswaldo de Oliveira se desculpou pelas atitudes tomadas durante a coletiva no Acre. O treinador garantiu que reagiu de forma agressiva em função de um suposto xingamento de Léo Gomide. O repórter, entretanto, nega ter ofendido o então comandante do Atlético.

“Eu desafio qualquer treinador que eu citei que tenha ouvido qualquer palavra de baixo calão em algum momento, seja dentro do CT, seja em alguma viagem, seja em alguma entrevista. Ou qualquer outro profissional. Uma pergunta um pouco mais ríspida, mais pertinente, uma pergunta que talvez seja para instigar um pouco a resposta, eu confesso que muitas vezes procuro fazê-la, mas acredito que estou no meu papel, assim como reconheço que em alguns casos eu já errei. Mas não neste caso, não neste caso”, disse Gomide em entrevista à ESPN à época da confusão.

Veja o que Oswaldo falou ao SporTV sobre a polêmica com Gomide

Polêmica com Gomide

“Em primeiro lugar, eu queria dizer o seguinte: eu não queria mais falar nesse assunto. Aquilo me aborreceu muito, porque foi uma atitude que eu tomei e que normalmente não tomaria. Estava vindo de um problema seríssimo. Tive um problema dentário em Belo Horizonte. Tive que extrair um implante. Aquilo, enfim… Imediatamente, tive que viajar. Não pude viajar para o jogo anterior, porque eu estava proibido de viajar. Tudo aconteceu numa cadeia muito difícil. Não quero fazer nenhuma relação ao rapaz. É assunto morto. Ele se tornou uma celebridade depois daquilo, porque ninguém sabia quem era ele. Infelizmente, aconteceu aquilo e ficou muito ruim para mim, porque eu tive uma atitude agressiva, que normalmente eu não tenho. É um encadeamento que até hoje, para mim, eu tenho a minha justificativa. Para as pessoas, às vezes, não cai assim. Quem vivia o relacionamento diário do Atlético entendeu plenamente, me deram todas as razões na hora. Mas, infelizmente, depois houve uma deposição de pensamentos nas pessoas, dada a pressão que aquilo provocou. As pessoas mudaram de opinião. Eu fiquei muito chateado, porque a imprensa foi muito corporativista naquele caso. Ouvi muita gente dizer assim: ‘O que o Oswaldo fez não se faz’. Mas não levaram em consideração o que me motivou a fazer aquilo. Você ser agredido verbalmente num ambiente profissional, onde aquilo é inaceitável… Você tem uma reação que, muitas vezes, é incompreendida.

Pergunta: Isso ajudou a determinar a saída do Atlético ou não tem nada a ver?

Foi só isso (o motivo da demissão), não tem outra alternativa. Foi isso. Claro que foi. Porque a manifestação de todos que estavam comigo ali, estava o presidente (Sérgio Sette Câmara), o diretor de futebol (Alexandre Gallo), enfim… Toda a cúpula do futebol do Atlético, todo mundo me deu razão. Aquilo me deu uma estranheza muito grande no momento em que eu fui comunicado de que eu não seria mais o treinador do Atlético. Foi no dia seguinte. O jogo foi no dia 7 de fevereiro. Nós viajamos a noite inteira, porque nós saímos de lá e tínhamos jogo já no domingo. Durante o dia, houve uma série de manifestações. Entrei no ar em várias estações para falar do assunto. A primeira aqui com o SporTV, depois entrei com a Fox. Depois, quando entrei com a ESPN, o rapaz (Leo Gomide) entrou de lá, mas porque… Ele não entrou nas outras. Ele entrou na ESPN, que era a qual ele fazia participações em alguns programas. Foi uma coisa que foi, de certa forma, encadeada. No meio da minha fala, colocaram o rapaz para falar também. Uma coisa que é feita de uma forma, no meu ponto de vista, articulada. Isso me entristeceu muito. Até hoje, não tinha falado neste assunto, nem na minha casa. Ninguém fala comigo sobre esse assunto.

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