Sistema tático estabelecido, perfil de atletas e mais de 350 jogadores avaliados: Marques analisa início de trabalho na base do Atlético

Nesta semana, Marques deixou o escritório e os gramados - ambientes aos quais está acostumado - para apresentar o próprio trabalho no auditório Elias Kalil, na sede administrativa do Atlético. Ídolo alvinegro, o ex-atacante coordena as categorias de base desde que Sérgio Sette Câmara foi eleito presidente do clube, em dezembro de 2017.

Durante reunião do Conselho Deliberativo do Atlético, Marques deu detalhes sobre as estratégias e os procedimentos adotados pelos dirigentes para a base. Entre perguntas e respostas, o ex-jogador disse que os técnicos de todas as categorias são instruídos a adotar o mesmo sistema tático para as equipes, revelou o perfil dos jogadores desejados pelo clube e falou sobre a rede de captação de jovens atletas.

“Um tema de nossa discussão é qual o esquema que sera explorado na base. A gente deixa as comissões à vontade para trabalhar também. A gente imagina que, na base, tenhamos que adotar um esquema 4-3-3, com dois volantes e um meia, ou dois meias e um volante. Eu quero um centroavante, um homem-gol, que sabe jogar de costas, fazer a parede, mas ele tem que ‘meter gol’. Eu quero meus extremos com velocidade e habilidade, senão não serve para o Atlético”. 

“A minha equipe de campo é muito capacitada no sentido de avaliação, de entender o perfil de atleta que a gente quer para o Atlético. Qual perfil é esse? Como joga o Atlético na base? É uma discussão que a gente começou a ter com nossa comissão técnica. Como tem que ser um lateral? Eu imagino um lateral que seja posicional, saiba cobrir bem os espaços, fechar uma linha de três quando a bola sair do outro lado. Mas ele tem que ser ofensivo. Não posso ter um lateral exclusivamente posicional, isso não cabe no Atlético”.

“Dentro do que a gente tem buscado nas avaliações, e elas são muito sérias, vamos traçar e levar para dentro do campo esse perfil de atleta que a gente quer, chegando no sub-20, que a categoria que afunila. No sub-20, vamos trabalhar com qualidade. Estou dentro do campo, eu falo isso categoricamente, estou vendo. Isso foi minha vida, eu joguei pra cacete essa p* de futebol. Joguei muito. Eu entendo. Junto com os caras que chegaram comigo, dentro dessa avaliação criteriosa, dentro do perfil que a gente imagina para o Atlético, se ele não se encaixar, infelizmente, não vai ficar”.

“Quem está no Atlético hoje, e isso quero que me cobrem, todos eles vão gostar do clube e de correr nos campos com a camisa do Atlético. Temos uma marca na base que é muito legal. Em todos os jogos, antes do início, depois da reza, que é um momento sempre muito forte no vestiário, os garotos cantam o hino do clube e isso mexe muito comigo. Nossa obrigação, hoje, é fazer com que eles se sintam mexidos com isso e joguem com mais amor, com muita raça e amor”.

Integração com o futsal

"Acredito muito nesse projeto e diria que esse é o legado que queremos deixar, trazer novamente o futsal para o Atlético, de forma integrada com o futebol de campo".

Somente nos últimos três meses, foram avaliados 118 atletas em todo o território nacional e 236 em seletivas na Cidade do Galo. Essa equipe de captação é capitaneada por ex-atletas do clube, como Valdir Benedito, Edgar e Hernani.