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Presidente do Atlético revela que Róger Guedes fez pressão para ser negociado

Atacante desejava se transferir devido aos valores envolvidos nas propostas

postado em 12/07/2018 20:45 / atualizado em 12/07/2018 20:39

Bruno Cantini/Atlético
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, esclareceu nesta quinta-feira os motivos que resultaram na saída de Róger Guedes do clube. Não bastasse a alta proposta apresentada pelos chineses do Shandong Luneng, a direção também tinha ciência de que o atacante de 21 anos queria se transferir para o exterior neste momento.

“O jogador Róger Guedes pertence ao Palmeiras, estava emprestado ao Atlético. Nós fizemos de tudo para manter o jogador aqui durante o restante deste ano, tentamos também adquirir o passe do jogador junto ao Palmeiras, conseguimos um investidor. Mas, infelizmente, o Palmeiras não quis vender o jogador para o Atlético. Não há interesse do Palmeiras em vender o jogador para o mercado brasileiro. Nós, então, recebemos diversas sondagens e diversas ligações do procurador e do jogador, dizendo que não queria mais permanecer no Atlético, que tinha propostas do mercado europeu, ‘Mundo Árabe’ e China, como acabou acontecendo. Valores estratosféricos envolvidos. Evidentemente, chegou um momento em que a gente não tinha mais como segurar”, declarou o presidente à Rádio Itatiaia.

Róger Guedes foi negociado pelo Palmeiras com os chineses por 9,5 milhões de euros (R$ 43 milhões na cotação atual). A quantia foi dividida entre Palmeiras (que detinha 25% dos direitos econômicos do atleta), Criciúma (ex-dono dos outros 75%) e Atlético.

A princípio, o clube alvinegro receberia apenas 5% sobre os 25% dos paulistas. A negociação, entretanto, caminhou de forma a fazer com que o Galo ficasse com 27% do total. Ou seja: 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 11,3 milhões). O presidente também comentou os valores.

“O que nós pudemos fazer foi, obviamente, defender os interesses do Clube Atlético Mineiro e impor que o clube tivesse uma compensação financeira muito melhor até do que aquela prevista no contrato de empréstimo com o Palmeiras, que era de 5% de vitrine em cima dos 25% que o Palmeiras detém do passe do jogador. Na verdade, o jogador está sendo negociado para o Shandong por algo em torno de 9 milhões de euros. Desse valor aí, o Atlético vai receber, praticamente à vista, até o dia 10 de agosto, algo em torno de 2,5 milhões de euros. Também um fato inédito é que nós exigimos que o procurador do jogador devolvesse metade da comissão que ele recebeu no início do ano, quando ele trouxe o jogador e, obviamente, recebeu uma comissão pelo período total de contrato, que deveria terminar em dezembro. E que agora, infelizmente, veio a ser interrompido. Não tínhamos outra solução senão pelo menos exigir uma compensação financeira. É realmente uma perda muito grande, o jogador vinha bem, encaixado no nosso sistema de jogo, artilheiro do campeonato, mas, infelizmente, não tivemos como segurar”, acrescentou Sette Câmara.

Róger Guedes estava emprestado ao Atlético pelo Palmeiras de janeiro a dezembro de 2018. O jogador era o principal destaque do Galo nesta temporada, com 13 gols e três assistências em 28 partidas. O atacante deixa o Galo também como artilheiro do Brasileirão, com nove gols.

Leia, na íntegra, a entrevista do presidente Sérgio Sette Câmara para a rádio Itatiaia:

A negociação


“O jogador Róger Guedes pertence ao Palmeiras, estava emprestado ao Atlético. Nós fizemos de tudo para manter o jogador aqui durante o restante deste ano, tentamos também adquirir o passe do jogador junto ao Palmeiras, conseguimos um investidor. Mas, infelizmente, o Palmeiras não quis vender o jogador para o Atlético. Não há interesse do Palmeiras em vender o jogador para o mercado brasileiro. Nós, então, recebemos diversas sondagens e diversas ligações do procurador e do jogador, dizendo que não queria mais permanecer no Atlético, que tinha propostas do mercado europeu, ‘Mundo Árabe’ e China, como acabou acontecendo. Valores estratosféricos envolvidos. Evidentemente, chegou um momento em que a gente não tinha mais como segurar. O que nós pudemos fazer foi, obviamente, defender os interesses do Clube Atlético Mineiro e impor que o clube tivesse uma compensação financeira muito melhor até do que aquela prevista no contrato de empréstimo com o Palmeiras, que era de 5% de vitrine em cima dos 25% que o Palmeiras detém do passe do jogador. Na verdade, o jogador está sendo negociado para o Shandong por algo em torno de 9 milhões de euros. Desse valor aí, o Atlético vai receber, praticamente à vista, até o dia 10 de agosto, algo em torno de 2,5 milhões de euros. Também um fato inédito é que nós exigimos que o procurador do jogador devolvesse metade da comissão que ele recebeu no início do ano, quando ele trouxe o jogador e, obviamente, recebeu uma comissão pelo período total de contrato, que deveria terminar em dezembro. E que agora, infelizmente, veio a ser interrompido. Não tínhamos outra solução senão pelo menos exigir uma compensação financeira. É realmente uma perda muito grande, o jogador vinha bem, encaixado no nosso sistema de jogo, artilheiro do campeonato, mas, infelizmente, não tivemos como segurar.”
 
Detalhes
 
“A questão da negociação envolvendo esse valor de 2,5 milhões de euros, na verdade, aconteceu da seguinte forma. Ontem à noite, fui contatado pelo Palmeiras, dizendo que eles tinham essa proposta de 9 milhões de euros pelo atleta. No contrato de empréstimo que foi feito pelo Palmeiras com o Atlético, havia uma cláusula em que o Atlético teria a preferência na aquisição do atleta caso o Palmeiras recebesse qualquer proposta. Essa preferência poderia ser exercida pelo clube em 72 horas. Obviamente, se eles notificassem da proposta do Shandong, eu teria o direito de só responder a eles 72 horas depois de receber a notificação. A menos que eu antecipasse essa resposta, abrindo mão do jogador para que ele fosse negociado para outro clube. Obviamente, nós jogamos com isso. Eu coloquei para eles que eu só anteciparia minha concordância com essa venda para o Shandong e não exerceria nosso direito de preferência na aquisição do atleta caso nós tivéssemos uma compensação financeira de 2,5 milhões de euros. Na hora, obviamente, eles não aceitaram, fizeram uma proposta de 1 milhão de euros. E aí, no decorrer do dia de hoje, fomos discutindo e só batemos o martelo quando eles chegaram ao valor que nós impusemos para poder fazer a liberação do jogador. Foi isso que aconteceu. Não houve mudança nenhuma de percentuais. O nosso percentual, na verdade, era de 5% em cima dos 25% do Palmeiras, porque, obviamente, o contrato de empréstimo era só entre Palmeiras e Atlético. O Palmeiras não poderia negociar participação em cima de um percentual que pertence ao Criciúma. Se fosse levar em consideração valores do contrato com o Shandong, sendo vendido por 9 milhões de euros, os 5% em cima desses 25% do Palmeiras significariam alguma coisa, hoje, em torno de 110, 115 mil euros. Então, por isso é que eu acho que a negociação acabou sendo fantástica para o Atlético, porque nós saímos desses cento e pouco mil euros para 2,5 milhões de euros, o que eu considero um valor muito significativo, que com certeza vai ajudar muito o clube no seu dia a dia.”

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