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Victor se defende e rebate críticas que considera 'injustas' por desempenho recente no Atlético

Assim como parceiros de defesa, goleiro tem sido questionado por erros

postado em 03/08/2018 15:38 / atualizado em 03/08/2018 18:55

Leandro Couri/EM/D.A. Press
Nem Victor escapa de questionamentos por conta do mau desempenho do sistema defensivo do Atlético. Dono da segunda defesa mais vazada do Campeonato Brasileiro após 16 rodadas, o time alvinegro sofreu 24 gols  - média de 1,5 por partida. Os números são melhores apenas aos do Vitória, que levou 30 gols. E o goleiro tem sido criticado justamente por aqueles que o alçaram ao status de ídolo: os torcedores.

Questionado sobre o tema, Victor se mostrou tranquilo e disse aceitar críticas construtivas, mas demonstrou estranhamento ao ser perguntado sobre eventuais falhas na saída de bola. Pelo contrário: para o goleiro, esse foi um dos aspectos pessoais que evoluiu a partir do modelo de jogo pensado pelo técnico Thiago Larghi.

“Eu procuro trabalhar. Até por característica daquilo que o Thiago (Larghi) pede, do que é característica da nossa equipe, que é evitar dar o chutão, evitar jogar em bolas longas na saída de bola, eu vou jogar mais com os pés, vou participar mais com os pés. Quando você tem mais a bola no pé, quando você participa mais, a tendência é você também errar mais. Mas eu, exceto no jogo do Bahia, em que tive uma situação na qual saí jogando errado, não me lembro de situações em que teve algum erro que comprometesse o andamento. Talvez seja uma observação talvez não muito bem fundamentada, porque tenho buscado fazer aquilo que o Thiago me pede, sempre direcionando o passe. Acho que hoje meu jogo com os pés evoluiu bastante. Não sei, cada um tem sua opinião, tem sua análise. No futebol, todo mundo tem o direito. Nunca me omiti das minhas responsabilidades, de onde preciso evoluir”, disse o goleiro, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, na Cidade do Galo.

Bolas aéreas

O Atlético tem sofrido no Campeonato Brasileiro com jogadas de bola aérea. Na derrota por 3 a 2 para o Palmeiras, exemplo, o gol da vitória alviverde saiu aos 49 minutos do segundo tempo em um lance desse tipo.

Na jogada, Marcos Rocha cobrou falta do meio-campo e encontrou Deyverson na área. O centroavante ganhou da zaga do Atlético na disputa aérea e passou a bola para Bruno Henrique, livre, decretar o resultado no Allianz Parque, no último dia 22, pela 14ª rodada.

Victor saiu mal do gol no lance e não conseguiu disputar no alto com Deyverson. Essa jogada em especial fez com que as críticas ao goleiro por conta desse tipo de situação aumentassem. Questionado sobre o tema, ele analisou o desempenho coletivo e individual.

“A gente tem procurado buscar alternativas para minimizar gols sofridos nesse tipo de situação. Em relação ao meu posicionamento, eu tento fazer aquilo que eu trabalho durante os treinamentos, no sentido de tentar inibir a batida do adversário, até me expondo um pouquinho mais do que eu deveria para tentar ajudar. Mas é questão de ajuste, de treinamento para a gente corrigir isso aí, porque a gente tem sofrido muito com esse tipo de situação”, disse.

Críticas exageradas?

Para Victor, os questionamentos sobre o desempenho de um jogador que já fez história no clube tendem a ser mais frequentes. O goleiro, campeão da Copa Libertadores (2013), da Recopa Sul-Americana (2014), da Copa do Brasil (2014) e de três Campeonatos Mineiros (2013, 2015 e 2017) pelo Atlético, garantiu não fugir da responsabilidade, mas afirmou que não leva em consideração todas as críticas que recebe.

“A gente que está lá dentro de campo está sujeito a isso [críticas], ainda mais quando a equipe passa por um momento em que está sofrendo gols. E, por toda história que tenho no clube e por tudo o que conquistei aqui, sempre vou ser cobrado por um trabalho de excelência. Sempre procuro evoluir, sempre procuro trabalhar. Errar, eu vou errar. Procuro trabalhar para não errar, mas todo mundo que está dentro de campo vai errar. Só erra quem está lá dentro de campo. Nunca me omiti, nunca me eximi da minha responsabilidade. Sei da minha responsabilidade, sei do que posso fazer. Mas eu sempre vou assumir quando sei que houve a falha, quando eu errei, quando algo poderia ser feito de forma diferente. Só acho que tem que haver um certo cuidado também no sentido de criticar com justiça ou de fazer uma análise técnica quando realmente houve erro, e não que qualquer gol que você acaba sofrendo isso acaba sendo da minha responsabilidade. As críticas são bem-vindas desde que sejam construtivas e bem fundamentadas”, completou o goleiro.

Respostas de Victor sobre críticas

Saída de bola

Eu procuro trabalhar. Até por característica daquilo que o Thiago (Larghi, treinador) pede, do que é característica da nossa equipe, que é evitar dar o chutão, evitar jogar em bolas longas na saída de bola, eu vou jogar mais com os pés, vou participar mais com os pés. Quando você tem mais a bola no pé, quando você participa mais, a tendência é você também errar mais. Quanto mais você participa, isso também pode acarretar maior número de erros. Mas eu, exceto no jogo do Bahia, em que tive uma situação na qual saí jogando errado, não me lembro de situações em que teve algum erro que comprometesse o andamento. Talvez seja uma observação talvez não muito bem fundamentada, porque tenho buscado fazer aquilo que o Thiago me pede, sempre direcionando o passe. Acho que hoje meu jogo com os pés evoluiu bastante. Não sei, cada um tem sua opinião, tem sua análise. No futebol, todo mundo tem o direito. Nunca me omiti das minhas responsabilidades, de onde preciso evoluir. Sempre procuro no sentido de trabalhar, de procurar ficar próximo da perfeição. Perfeição não existe, mas a gente sempre trabalha pelo maior número de acertos. Procuro trabalhar para isso. Na verdade, tenho buscado fazer aquilo que o Thiago me pede, que é sair jogando, tentar encontrar o companheiro melhor colocado, evitando chutões, porque as características da nossa equipe são jogar com a bola no chão e tentar ficar sempre com a posse de bola. E é isso que eu tenho tentado fazer.

Considera as críticas justas ou exageradas?

A gente que está lá dentro de campo está sujeito a isso [críticas], ainda mais quando a equipe passa por um momento em que está sofrendo gols. E, por toda história que tenho no clube e por tudo o que conquistei aqui, sempre vou ser cobrado por um trabalho de excelência. Sempre procuro evoluir, sempre procuro trabalhar. Errar, eu vou errar. Procuro trabalhar para não errar, mas todo mundo que está dentro de campo vai errar. Só erra quem está lá dentro de campo. Nunca me omiti, nunca me eximi da minha responsabilidade. Sei da minha responsabilidade, sei do que posso fazer. Mas eu sempre vou assumir quando sei que houve a falha, quando eu errei, quando algo poderia ser feito de forma diferente. Só acho que tem que haver um certo cuidado também no sentido de criticar com justiça ou de fazer uma análise técnica quando realmente houve erro, e não que qualquer gol que você acaba sofrendo isso acaba sendo da minha responsabilidade. Não me abalo com críticas, não me importo. Procuro trabalhar. As críticas são bem-vindas desde que sejam construtivas e bem fundamentadas. Não me ausento da minha responsabilidade. Então é continuar trabalhando. Sei daquilo que posso fazer. Como falei, críticas bem fundamentadas e críticas construtivas são bem-vindas. Mas críticas injustas eu simplesmente descarto, porque tenho autocrítica, tenho a análise do meu treinador, que também me passa feedback de onde a gente acertou e errou para poder fazer o trabalho em cima daquilo que a gente precisa evoluir.

Saída na bola aérea adversária

A gente tem procurado buscar alternativas para minimizar gols sofridos nesse tipo de situação. A gente sabe que bola parada é um tipo de situação que define jogos. Então, a gente tem procurado ajustar o posicionamento, até porque em alguns jogos nossa equipe não estava uma equipe alta. Então a gente tem que buscar posicionamentos para dificultar o adversário. Em relação ao meu posicionamento, eu tento fazer aquilo que eu trabalho durante os treinamentos, no sentido de tentar inibir a batida do adversário, até me expondo um pouquinho mais do que eu deveria para tentar ajudar. Mas é questão de ajuste, de treinamento para a gente corrigir isso aí, porque a gente tem sofrido muito com esse tipo de situação. Se você analisar os gols dos adversários nos últimos jogos, foram muito em cima de bola parada. É algo que a gente tem procurado trabalhar para minimizar isso aí.

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