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Para dar 'rodagem' a promessas, Atlético encaminha parceria com clubes europeus

Jovens devem ser emprestados para equipes portuguesas em breve

<i>(Foto: Bruno Cantini/Atlético)</i>

O diretor de futebol do Atlético, Rui Costa, trabalha em um novo projeto para aproveitar melhor as revelações alvinegras. Ao lado de Júnior Chávare, coordenador das categorias de base, o dirigente negocia parcerias com clubes do exterior que vão funcionar como vitrines para atletas formados no Galo e que não têm espaço no elenco principal. A ideia do clube é que esses acordos deem rodagem aos jovens talentos.

Além da possibilidade de gerar novos negócios, a decisão do clube de emprestar alguns atletas promissores tem como pretensão fazer com que eles ganhem experiência internacional antes de servir ao profissional do Atlético.

“Vamos começar a pegar jogadores nossos, que já atingiram um limite (de idade) que não lhe permite mais jogar na base, mas que confiamos e depositamos muita confiança na sua qualidade. Nós vamos colocar esses jogadores na Europa. Eu preciso ver eles jogando, submetidos a processos de adversidade, contra jogadores de outra cultura tática. Lá eu consigo ver se ele vai voltar e ser meu jogador aqui”, disse Rui Costa, em entrevista ao Superesportes.

A reportagem apurou que, inicialmente, o Atlético vislumbra a cessão de alguns atletas a clubes estruturados do futebol português. Estão em avaliação equipes da segunda divisão e também um time da elite. Nas próximas semanas, alguns empréstimos devem ser divulgados.

Os nomes dos jogadores que serão utilizados inicialmente no projeto não foram divulgados por Rui Costa. Atualmente, o elenco principal conta com vários atletas revelados pelas divisões de base do clube: os goleiros Cleiton, Michael e Fernando, o lateral-esquerdo Hulk, os meias Bruninho e Daniel e os atacantes Alessandro Vinícius e Alerrandro. Destes, apenas Alerrandro e Bruninho têm jogado com mais frequência.

Aproveitamento de atletas

Nesta semana, o Atlético divulgou que alguns atletas que estavam no time principal voltaram para as categorias de base do clube: o zagueiro Matheus Stockl, para a equipe sub-20, e o volante Neto, para o sub-17. Além disso, o lateral-direito Renan Guedes foi liberado para procurar outro clube. 

De acordo com Rui Costa, o Atlético não vê eficiência em manter atletas no time profissional sem nenhuma perspectiva de atuar ou sequer compor o banco de reservas. O dirigente acredita que, dessa forma, o clube apenas cria estatísticas favoráveis ao trabalho das categorias inferiores.

“Por isso eu digo, até que ponto estar no profissional é formação? Ele não joga, só treina, não é escalado, não é sequer cogitado, porque ainda não tem condições. Isso é formação? Não, isso é criar estatísticas que te favorecem. O Atlético ter quatro jogadores da base atuando no futebol português, numa Série B, levando porrada, tendo adversidades e entendendo o que é estar no Atlético e não estar no Atlético, valorizando porque tem que estar pleno em sua atividade profissional para não sair do Atlético. Isso é formação”, justificou Rui Costa.

Na visão do dirigente, os empréstimos a clubes europeus visam também minimizar histórias de atletas que passam sem sucesso pelos clubes formadores e vingam no exterior em fases mais maduras da carreira. 

“Às vezes você tem oito jogadores da base no profissional que não agregam nada para você e você não agrega nada para eles. Aí, eles jogam dois jogos e a torcida diz que não dá mais, não aguentam mais o cara. Aí ele vai para outro clube, é vendido por R$ 40 milhões e o diretor de futebol é um imbecil”, concluiu. 

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