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Estes dados prometem dar 'veredito' sobre a fase dos atacantes do Atlético

Ricardo Oliveira pôs fim a um longo jejum dos centroavantes alvinegros no último sábado, mas a desconfiança sobre ele e os jovens Alerrandro e Papagaio continua

postado em 15/08/2019 06:30 / atualizado em 14/08/2019 20:43

<i>(Foto: Bruno Cantini/Atlético)</i>

Aos seis minutos do segundo tempo do jogo contra o Fluminense, Ricardo Oliveira explodiu de alegria. A finalização precisa de pé direito, no cantinho do goleiro Muriel, ajudou o Atlético a vencer por 2 a 1, no Independência. E mais: fez com que o centroavante de 39 anos encerrasse jejum de 15 partidas sem gols.

Enquanto Ricardo Oliveira lutava para sair dessa fase, o mesmo ocorria – e persiste – com os jovens Alerrandro e Papagaio, ambos de 19 anos. O primeiro não marca há cinco partidas, enquanto o segundo ainda não balançou as redes em seis duelos incompletos.

Apesar do gol do titular contra o Flu, as desconfianças continuam. Na prática, o que significa esse período instável dos centroavantes alvinegros? Há uma métrica que promete analisar com precisão o desempenho dos jogadores na hora de finalizar. o “Expected Goals” (xG), ou “gols esperados”, em tradução livre.

De forma simplificada, é um valor que demonstra a probabilidade de uma finalização parar no fundo das redes. Para chegar a ele, especialistas da inglesa Opta – que desenvolveram a fórmula – levam em consideração fatores como local e ângulo do chute, análises históricas de milhares de partidas e se a conclusão foi com a cabeça ou o pé.

Por exemplo: se o dado apontar 3.44 de expected goals, significa que aquele time ou jogador “deveria”, estatisticamente, ter feito pelo menos três gols. Há, naturalmente, os que superam ou ficam abaixo da média histórica. Tudo depende da qualidade da finalização.

Professor do Departamento de Estudos de Mídia da Universidade de Amsterdã e estudioso de big data, o alemão Markus Stauff explica que a criação desse tipo de métrica para o futebol é resultado da influência de outros esportes. “O intenso uso de estatísticas em esportes dos Estados Unidos, especialmente beisebol e basquete, também inspirou as pessoas a buscarem métricas adicionais ou mais precisas no futebol. Como podemos quantificar aspectos do jogo que representam verdadeiramente a performance?”, detalhou, ao participar de palestra no Seminário Internacional Esportes, Mídias e Tecnologias, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Embora muito questionada por torcedores, a métrica tem se mostrado confiável. Veículos de comunicação europeus a utilizam com frequência, justamente para analisar o desempenho de times e jogadores para além do resultado da partida. Até treinadores, como o emblemático Arsène Wenger, recorreram ao xG para avaliar um jogo de futebol.

Em 2017, o ex-técnico do Arsenal citou a métrica ao comentar a derrota por 3 a 1 para o Manchester City, apontando 0.7 para o adversário e 0.6 para sua equipe. O problema, porém, é que mencionou números errados. A estatística mostrava 1.83 de expected goals para o City e 0.31 para o Arsenal. Isso gerou críticas ao treinador, muitas vindas de quem questiona o método. “Pesquisas sociológicas mostram que crenças populares frequentemente se opõem à fantasia tecnológica da perfeição e do controle”, completa Stauff.

E qual o desempenho dos centroavantes do Atlético, afinal? Para aplicar a métrica a Ricardo Oliveira, Alerrandro e Papagaio, foram consideradas apenas partidas do Campeonato Brasileiro. Por conta da não transmissão pela TV, não há dados da derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, na quarta rodada.

O xG de Ricardo Oliveira é de 4.55. O centroavante, porém, só foi às redes duas vezes. Já o de Alerrandro, que também marcou dois gols, é de 3.18. Papagaio ainda não finalizou. Portanto, o xG é 0.

Eficiência

Apesar do desempenho questionável dos centroavantes, o Atlético tem conseguido ser efetivo ofensivamente. A equipe tem o quarto melhor ataque da competição: 22 gols, superado apenas pelo terceiro colocado, Flamengo (28), o líder, Santos (25), e o vice-líder, Palmeiras (23).

Marcaram para o Atlético Cazares (quatro gols), Chará (três), Fábio Santos (dois), Ricardo Oliveira (dois), Vinícius (dois), Alerrandro (dois), Nathan (dois), Jair (um), Iago Maidana (um), Adílson (um) e Elias (um), além de um contra de Juninho, do Fortaleza.
<i>(Foto: Soraia Piva/Superesportes)</i>
<i>(Foto: Soraia Piva/Superesportes)</i>

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