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Clube português sofre processo disciplinar da Fifa por não cumprir acordo com Atlético

Caso envolve a contratação do atacante Bruno Tabata pelo Portimonense

postado em 06/05/2020 16:36 / atualizado em 06/05/2020 17:42

(Foto: Divulgação)


A Fifa abrirá processo disciplinar contra o Portimonense por inadimplência com o Atlético. Em março, o clube português foi condenado a pagar indenização ao Galo pela contratação do atacante Bruno Tabata, mas não cumpriu o acordo e será investigado pela entidade máxima do futebol.

Tabata assinou com o Portimonense em abril de 2016, e o Atlético levou quase quatro anos para fazer com que a equipe portuguesa pagasse indenização pela transferência do jogador. O Galo, como clube formador, teria que receber o valor pela saída do atacante. Em 5 de março, o Portimonense foi condenado a pagar indenização de 110,8 mil euros - na cotação atual, aproximadamente 680 mil reais - e acréscimo no valor com juros de 5% ao ano. 

A partir da vitória judicial, o Atlético estipulou o prazo de um mês para receber o pagamento, que não ocorreu. Posteriormente, o caso foi levado à Fifa, e a entidade então anunciou o processo disciplinar contra o Portimonense, que se iniciará no dia 1º de junho.


Ao Superesportes, o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido, contou que o clube pode embolsar quantia maior do Portimonense. Além dos 110,8 mil euros previstos para o Galo por ser a time formador de Tabata, o alvinegro pode receber mais 160 mil euros em atuações judiciais. 


Entenda o caso


Bruno Vinícius Souza Ramos, conhecido como Bruno Tabata, chegou à Cidade do Galo em 2012, ainda na categoria infantil. Em novembro de 2015, jogador e clube se desentenderam sobre a renovação contratual. O meia-atacante tinha tinha vínculo com o Atlético até o 31 de março de 2016, mas, no final de 2015, começou a receber propostas de clubes da Europa.

A questão virou uma contenda judicial e Tabata passou um período apenas treinando, afastado dos jogos do Galo.

Em dezembro de 2015, o Atlético conseguiu uma liminar na Justiça para impedir que o atleta assinasse com outro clube, evitando, assim, que Tabata deixasse a Cidade do Galo de graça. O Atlético pretendia conseguir a renovação automática do contrato, sob o argumento de que a Lei garantia prioridade de renovação, caso igualasse qualquer proposta recebida pelo jogador. Se, mesmo assim, Tabata optasse pela transferência, o Atlético entendia que deveria ser indenizado.

Em janeiro de 2016, o Portimonense protocolou na Federação Mineira de Futebol uma proposta oficial de salário de 20 mil euros para Tabata. Como se tratava de um atleta da base - ao contrário do que aconteceria caso fosse um profissional em fim de contrato - o Atlético tinha o direito de igualar qualquer oferta feita ao jogador.

Porém, à época, o teto da remuneração dos jogadores da base atleticana era de R$ 2 mil, e o clube não abriu exceção para o atleta.

O Atlético perdeu a ação judicial em primeira instância, e Tabata foi liberado para assinar com o Portimonense. A juíza da 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte entendeu que o Galo optou por não exercer seu direito de preferência ao não equiparar o salário do atleta à proposta do clube português. O Atlético recorreu da decisão.

Posteriormente, o caso foi retirado da Justiça comum e levado para a Fifa. Tabata se apresentou ao Portimonense em abril de 2016, então com 19 anos. Em quatro temporadas jogando pelo clube português, ele fez 108 jogos e marcou oito gols.

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