Quando deixou o Cruzeiro após quase 20 anos e assinou contrato com o Atlético em 3 de março, o goleiro Rafael sabia que teria uma dura jornada para se adaptar ao novo ambiente. Mas as coisas se tornaram mais fáceis com a ajuda de um concorrente, que virou amigo: Victor, um dos ídolos máximos da história alvinegra.
Engana-se quem pensa que a disputa pela vaga no gol atleticano criaria inimizade entre os goleiros, que por anos estiveram em lados rivais. Titular em todos os jogos desde a chegada do técnico Jorge Sampaoli, Rafael conta que Victor foi um dos pilares para a rápida adaptação à Cidade do Galo.
Em entrevista à Fox Sports, o ex-cruzeirense contou bastidores da relação com o companheiro de posição, com quem construiu um forte vínculo rapidamente. “Muito se falou sobre como seria minha relação com o Victor. Eu, particularmente, sabia que ia ser algo muito tranquilo, mas não imaginava que seria essa amizade incrível que acabamos fazendo”, disse.
Rafael relembra que, já em seu primeiro dia no CT alvinegro, foi muito bem recebido por Victor, que havia sido titular desde que chegou ao Galo, em 2012, com exceção dos momentos em que esteve lesionado.
“Ele foi o primeiro jogador a me receber. Ele chegou mais cedo ao CT no dia da minha apresentação justamente para me receber. O Victor é um cara grande não só dentro de campo, mas também fora dele, como pessoa. Foi um dos pilares para me ajudar a conhecer todo o clube e a me sentir o mais breve possível em casa”, prosseguiu.
Apoio na estreia
Apenas 11 dias depois de assinar vínculo com o Atlético, Rafael desbancou Victor na disputa pela titularidade. Recém-contratado, o goleiro de 30 anos foi o escolhido por Sampaoli para jogar contra o Villa Nova, pelo Campeonato Mineiro. Antes de disputar pela primeira vez uma partida com a camisa alvinegra, ele recebeu conselhos do ídolo atleticano. Em campo, ajudou o time a vencer por 3 a 1.
“No meu primeiro jogo, quando eu tinha uma semana de Galo, o Sampaoli me colocou para jogar no jogo do Mineiro, contra o Villa Nova, antes da pandemia. E ele (Victor) me falou uma coisa muito legal. A gente estava se preparando para entrar no jogo. Ele me cumprimentou e falou: ‘Rafael, boa sorte. Arrebenta. Vou estar torcendo para você. Saiba que, hoje, é você que vai estar lá dentro representando todos nós aqui, todos os goleiros. Então, faça o seu melhor’. Desde então, tem sido isto: um clima de muita amizade, muito respeito”, disse.
“Trabalhar com profissionais e goleiros como ele só faz o nível de treinamento crescer. Eu sou muito grato de poder trabalhar com o Victor, que, para mim, é o maior goleiro do Atlético e que se tornou um amigo. Eu falo isso em relação a todos os goleiros, que me receberam de braços abertos, ao Rogério Maia também, que é nosso treinador. Nós criamos uma família aqui no quesito goleiros. Eu tenho certeza que independentemente de quem estiver vestindo a camisa lá dentro de campo, todos os outros vão estar torcendo pela vitória e pelo sucesso do companheiro”, completou.