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COPA LIBERTADORES

Boca Juniors: seis membros da delegação vão responder por crimes em BH

Quatro deles foram liberados ao assinarem um termo de compromisso e outros dois pagaram fiança

postado em 21/07/2021 15:01 / atualizado em 21/07/2021 16:03

(Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Ao menos seis integrantes da delegação do  Boca Juniors vão responder por crimes cometidos pela confusão após o jogo das oitavas de final pela Copa Libertadores contra o Atlético ,   no Mineirão. Foram registradas duas ocorrências nesta quarta-feira (21/7): uma de dano qualificado e outra de lesão corporal e desacato. Dois deles pagaram fiança e foram liberados, enquanto outros quatro assinaram um TCO (Termo Circunstancial de Ocorrência) na Delegacia de Plantão IV da Polícia Civil e vão responder pelos crimes posteriormente.



A delegação do time argentino passou a madrugada desta quarta (21) na Central de Flagrantes 4 (CEFLAN 4) da Polícia Civil, no bairro Alípio de Melo, região Noroeste de Belo Horizonte. Jogadores e membros da comissão técnica da equipe foram conduzidos à delegacia pela confusão no Mineirão após a eliminação para o Atlético, nos pênaltis, nas oitavas de final da Copa Libertadores da América.

Os argentinos partiram para a violência na área de zona mista. Alguns chegaram a atirar cavaletes, lixeiras e um bebedouro em seguranças do Atlético. Ainda assim, seguiram rumo ao vestiário do Galo e dos árbitros. No caminho, promoveram agressões e depredaram o estádio.

De acordo com o boletim de ocorrência, os responsáveis pelos crimes foram: 

  • O jogador Sebastián Villa arremessou um bebedouro contra os seguranças e funcionários;
  • O jogador Christian Pavón lançou um bebedouro contra os seguranças, funcionários e policiais;
  • o Sr. Araújo , funcionário do Boca Juniors, desferiu um soco no rosto de um dos seguranças;
  • Os jogadores González e Rojo agrediram seguranças e funcionários; após as referidas agressões, o jogador Rojo pegou um extintor de incêndio na porta do vestiário do Atlético, contudo não foi visualizado lançamento do referido objeto;
  • O jogador Norberto Briasco agrediu o funcionário do Atlético e tenta estocá-lo com uma barra de ferro retirada do estádio;
  • Carlos Zambrano cuspiu nos policiais do Batalhão ROTAM.



O boletim informa ainda que, no total, foram 13 vítimas, mas apenas 11 estiveram presentes na delegacia. Todas essas 11 manifestaram interesse em prosseguir com o caso na Justiça, segundo os delegados do caso. Foram expedidas a elas vias de exame de corpo de delito.

Por isso, segundo o delegado Luiz Otávio Matozinhos, dois jogadores vão responder pelo crime de dano qualificado. "Dois jogadores arremessaram dois bebedouros causando danos a esse equipamento. Em relação ao terceiro conduzido, nada foi demonstrado. Os elementos informativos colhidos não foram capazes de apontar para a prática de uma conduta de delito por parte desse terceiro integrante. Foi feita e arbitrada a fiança, conforme a legislação determina. O valor arbitrado foi recolhido e os integrantes da equipe foram liberados", explicou.


Cada um deles pagou a fiança de R$ 3 mil e foram liberados. Agora, eles vão responder o processo em liberdade. "A destinação da fiança vai depender do final da investigação. Se realmente for provado que eles cometeram o (inaudível) penal, esse dinheiro permanece. Mas isso vai depender da Justiça e não da Polícia. São jogadores e eles podem retornar ao país deles", acrescentou o delegado.

Outros quatro vão responder pelo crime de lesão corporal e desacato. De acordo com o delegado Henrique Miranda, eles assinaram um compromisso de comparecerem na audiência. "O TCO é uma espécie de prisão em flagrante onde é oferecido aos autores a possibilidade de evitarem a prisão mediante a assinatura de um termo de compromisso. Então eles assumem o compromisso de comparecerem à Justiça em uma audiência a ser designada. Nessa audiência vão estar presentes o Ministério Público e o Judiciários. Eles tentam chegar em um acordo que chamamos na Justiça de transação penal. Caso não cheguem em uma definição, esse processo pode ter seguimento, já com uma ação penal", afirmou.

Ele explicou que esses quatro argentinos devem comparecer na audiência e não devem mandar representantes. "A princípio eles têm que comparecer nessa audiência. Assumiram o compromisso de fazer isso e por isso foram liberados", disse.


O delegado também informou que uma perícia das imagens vai ser feita e com uma análise mais apurada, podem identificar mais pessoas para responderem pelos crimes. "Em uma análise posterior, se identificar que outros indivíduos participaram até do dano, por exemplo, nada impede que eles sejam incluídos no inquérito e posteriormente no final, constatados a prática do crime, sejam indiciados."

Os delegados informaram também que um representante da Minas Arena esteve presente acompanhando todo o caso. "Em relação aos danos ele forneceu informações essenciais que foram comparadas com as imagens que foram analisadas e permitiu a conclusão e a liberação de um desses conduzidos sem pagamento de fiança", disse Henrique. O consulado da Argentina também esteve presente e acompanhou o prosseguimento e o desenrolar do caso.

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