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Galo não tão doido: Cuca muda fórmula e alcança número defensivo histórico

Atlético sofreu apenas três gols na Copa Libertadores, terceira melhor marca entre os semifinalistas em todas as edições da competição

postado em 20/08/2021 04:00 / atualizado em 20/08/2021 16:05

(Foto: Pedro Souza/Atlético)
Em 2013, Cuca foi o responsável por montar um dos grandes esquadrões da história do Atlético. O time orquestrado por Ronaldinho Gaúcho ganhou a Copa Libertadores e encantou as Américas pelo poder criativo, coragem e DNA ofensivo. Fazia e tomava muitos gols. Passados oito anos, o treinador está de volta a Belo Horizonte para tentar levar o bicampeonato continental. Mas, agora, a fórmula é outra. O 'Galo Doido' - que atacava sem temor e também era muito castigado pelas ofensivas rivais - foi substituído por uma equipe muito mais sólida defensivamente.

No ano da conquista, o Atlético chegou à semifinal com o maior número de gols sofridos entre os quatro times em disputa: 14 (contra 12 do Newell's Old Boys, dez do Olimpia e sete do Santa Fe). Tinha, também, o melhor ataque - 25 bolas nas redes rivais, ante 21 dos paraguaios, 16 dos colombianos e 13 dos argentinos. O estilo "kamikaze" deu certo e levou o time à glória eterna.


Em 2021, o Atlético de Cuca levou apenas três gols nos dez jogos disputados. É o menor número entre os times que ainda disputam a competição. Mais do que isso: a marca é histórica. Na Libertadores neste formato com oitavas de final, só duas equipes alcançaram a semifinal com menos gols sofridos: o São Paulo de 2010 e o Corinthians de 2012, vazados duas vezes na trajetória. O Grêmio, em 2009, e o Boca Juniors, na edição de 2020, também levaram três.

"Nós seguimos firmes numa Libertadores fantástica, tomamos três gols na competição inteira - isso há de se ressaltar - contra adversários muito qualificados. A gente está no caminho certo", pontuou o técnico Cuca após a convincente vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, nessa quarta-feira. O resultado no Mineirão garantiu o Atlético na semifinal para enfrentar o atual campeão Palmeiras. Os duelos serão nas semanas dos dias 22 e 29 de setembro.

A eficiência defensiva alvinegra diz muito mais respeito a um coletivo que funciona bem, mas algumas individualidades têm chamado atenção neste momento de crescente do time. O goleiro Everson, o lateral-direito Mariano, os zagueiros Junior Alonso e Nathan Silva, além dos volantes Jair e Allan, têm desempenhado papel fundamental nesse sentido.

Impressiona o fato de o Atlético ter alcançado uma marca defensiva tão boa após enfrentar os gigantes Boca Juniors (oitavas de final) e River Plate (quartas) no mata-mata - e sem levar gol. Na fase classificatória, superou Cerro Porteño, América de Cali e Deportivo La Guaira, grupo considerado mais tranquilo.

Não significa dizer, porém, que se trata de um time retranqueiro. Ofensivamente, o Atlético também não deixa a desejar. O elenco conta com estrelas consagradas como Nacho Fernández, Vargas e Hulk e, a partir da semifinal, terá Diego Costa. Em dez jogos, marcou 19 gols - número significativo, mas inferior aos de Flamengo (28) e Palmeiras (26).

O Atlético de Cuca passou do "Galo Doido" para um Galo muito mais equilibrado. E tem dado certo. Uma outra fórmula para o mesmo sonho: voltar a pintar o continente de preto e branco.

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