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Atlético nunca foi eliminado pelo Fluminense em torneios mata-mata

Equipes se enfrentam pelas quartas de final da Copa do Brasil

postado em 25/08/2021 04:00 / atualizado em 24/08/2021 18:30

(Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Há 21 anos, duas das mais tradicionais equipes do futebol brasileiro não se enfrentam na Copa do Brasil. A espera terá fim nesta quinta-feira, quando Fluminense e Atlético duelarão no Estádio Nilton Santos, a partir das 21h30, pela partida de ida das quartas de final da competição. Na teoria, o favoritismo é do time alvinegro, com investimento muito maior que o adversário. E, se o histórico for levado em conta, a suposta vantagem atleticana aumenta: o Galo nunca foi eliminado pelo Tricolor em torneios mata-mata.

Atlético e Fluminense se encontraram em competições eliminatórias em três oportunidades (sempre com partidas de ida e volta): uma pela Copa do Brasil e duas pela extinta Copa Conmebol. Em tese, o equilíbrio reina: foram duas vitórias para cada lado e dois empates, com 13 gols marcados pelo time alvinegro e dez pelos tricolores. Na prática, o Galo avançou todas as vezes.

Os confrontos de 2000 - também válidos pelas quartas de final - foram os únicos entre as equipes na história da Copa do Brasil. Diante de 16 mil pessoas no Maracanã no jogo de ida, o Atlético abriu 2 a 0, permitiu o empate, passou à frente novamente e viu o Flu buscar o 3 a 3.


O duelo decisivo foi na semana seguinte, no Mineirão. Antes, porém, o Atlético teve um compromisso, no mínimo, inusitado: um amistoso contra a Seleção Jamaicana no Gigante da Pampulha. A partida terminou com triunfo alvinegro por 2 a 1 e duas expulsões (uma para cada lado): Mancini, da equipe mandante, e Walter Boyd, dos visitantes.

Depois de três dias, o Atlético voltou a campo para, aí sim, decidir a vaga nas semifinais do torneio mata-mata diante de 25 mil pagantes. O time do técnico Márcio Araújo contou com gols de Ramon Menezes (de falta) e Guilherme para se classificar com o empate por 2 a 2 - o número de gols marcados fora de casa ainda era critério de desempate à época. Magno Alves e Júlio César marcaram para o Flu.

O Atlético seria eliminado na etapa seguinte da competição para o São Paulo, após derrota por 3 a 0 e empate por 3 a 3. O título acabou com o Cruzeiro. Desta vez, se avançar, o Galo pode voltar a encarar os paulistas, que enfrentam o Fortaleza nas quartas de final.

Copa Conmebol

O Atlético passou pelo Fluminense na caminhada rumo ao primeiro título continental: a Copa Conmebol de 1992. Mandante, o time carioca decidiu jogar a partida de ida das oitavas de final em... Minas Gerais. Isso mesmo. No Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, o Tricolor fez 2 a 1 e abriu vantagem no confronto.

Apenas três dias depois, o jogo de volta. No Mineirão com somente 6 mil pagantes, o Atlético atropelou o Fluminense, goleou por 5 a 1 - com direito a um golaço de falta de Moacir - e avançou às quartas de final. A partida marcou a despedida do técnico Vantuir Galdino, que foi para o futebol árabe. Procópio Cardoso fez o caminho inverso e assumiu o time para levá-lo ao título inédito. Na trajetória até a taça, o Galo ainda eliminaria Junior, El Nacional e Olimpia.

Em agosto do ano seguinte, Atlético e Flu se reencontraram novamente nas oitavas de final do torneio continental. Desta vez, a partida de ida foi com mando alvinegro. No Mineirão, a vitória por 2 a 0 (gols de Wiver) parecia encaminhar uma classificação tranquila.

Porém, o time tricolor devolveu o placar no Estádio das Laranjeiras e levou a decisão para os pênaltis. Nas penalidades, melhor para o Galo: 4 a 2 e vaga nas quartas de final garantida. A trajetória atleticana na competição terminaria com eliminação para o Botafogo na semifinal. O time carioca foi o campeão do torneio ao bater o tradicional Peñarol na final.

21 anos depois...

Nenhum personagem dos confrontos de 21 anos atrás, obviamente, segue nas equipes. O Atlético vive um momento promissor: líder do Campeonato Brasileiro, semifinalista da Libertadores e nas quartas da Copa do Brasil.

Já o Fluminense, eliminado no torneio continental, segue vivo nas outras duas frentes. A fase, porém, não é das melhores. O time tricolor está à beira da zona de rebaixamento na Série A e demitiu o técnico Roger (substituído por Marcão).

Fluminense e Atlético se enfrentaram nessa segunda-feira, pela 17ª rodada do Brasileirão. Em São Januário, os cariocas saíram na frente, mas viram o adversário empatar o jogo. O 1 a 1 poderia parecer uma prévia da partida desta quinta. Porém, o técnico Cuca crê que as diferenças entre as competições podem mudar o cenário do duelo.

"Vamos ver. Na quinta-feira, é outro jogo, outra competição, outros critérios, ainda que a Copa do Brasil não tenha mais o gol qualificado. Vamos pensar bem tudo o que a gente pode fazer, já sabendo que vamos ter dificuldade na quinta-feira, porque é um adversário que marca bem, atrás, e busca o contragolpe. Tem jogadores rápidos pelos lados do campo para buscar essa bola em profundidade", projetou o treinador.

Apesar do desgaste decorrente da disputa de três competições simultâneas, Cuca garantiu que não priorizará torneio algum. A expectativa é que o comandante mantenha a base do time titular que iniciou a partida dessa segunda, contra o Flu. E, se precisar, terá boas alternativas à disposição. É nisso que aposta o atacante Eduardo Sasha, que saiu do banco para empatar o jogo do Brasileiro.

"Um time ganha um jogo ou outro, mas o elenco ganha campeonato. A gente está na frente em praticamente todos os campeonatos. Isso mostra a força do elenco. Quando precisou mesclar o time que era considerado titular, quem entrou deu conta do recado. Quem não saiu jogando, entrou e ajudou de alguma forma", avaliou.

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