Júnior Moraes deixou o Corinthians após 21 jogos e um único gol marcado. Nesta segunda-feira (19), ele falou pela primeira vez sobre as crises alérgicas que teve enquanto estava no clube.
O atacante foi chamado de “covarde e mentiroso” por Alessandro Nunes e considerou “desrespeitosa e infeliz” a declaração do gerente de futebol do Corinthians. Moraes ficou pouco mais de um ano no clube e conseguiu a rescisão de contrato na Justiça.
Júnior Moraes se defende
– Esse tempo todo, fui treinar todos os dias, a maioria em dois períodos. Fui profissional para c… Queria muito viver o sonho de ser campeão pelo Corinthians. Isso fugiu do meu controle, do controle de qualquer pessoa, porque foi uma questão de saúde – defende-se o atacante, em entrevista ao podcast Denílson Show.
– Fiz meu máximo para poder performar, como em todos os outros clubes que passei. Realmente não deu. E está tudo bem, faz parte da minha vida, tenho que aceitar que faz parte não performar em todos os lugares – completa Júnior Moraes.
Tinha chegado animado ao Corinthians
Ao longo da entrevista, o centroavante diz que não teria saído da Ucrânia se não fosse a guerra e que chegou a considerar uma proposta da Coreia do Sul, mas preferiu o Corinthians.
– Eu corri risco de vida, de não estar mais com minha família. Passei [por isso], agora estava com minha família. Vou voar no Corinthians, ninguém me pega, vou para cima – pensou Júnior Moraes quando aceitou a proposta.
Pesadelos com a guerra
Júnior Moraes conta que os médicos do Corinthians recomendaram terapia para deixar a guerra no passado. Segundo ele, tinha que ter “cuidado com momentos de decisão ou frustrações muito grandes”, mas logo a estreia teve disputa de pênaltis nas quartas de final do Paulistão – ele marcou, e o Alvinegro se classificou.
– Tive que começar a tratar [com psicólogo], porque estava tendo pesadelos. Acordava de madrugada, pensando que tinha tido uma explosão, que meus filhos tinham morrido nos meus braços. Eu não queria dormir. Quando dormia, tinha pesadelos e acordava suando – conta o atacante.
Alergia dentro da concentração
– Começou a acontecer coisas que fogem do meu controle, que nunca imaginei. Comecei a ter alergia, dentro da concentração. Todos estavam jantando, na mesa, e de repente meu rosto começava a inchar durante o jantar, inchada a ponto de deformar o rosto. Nunca tinha tido isso, e tinha que ir ao hospital, medicação na veia para poder sarar. A pele coçava, inchada também.
Tomava medicação, mas mesmo assim queria jogar. Foram seis meses de investigação médica para entender o que estava acontecendo: a imunidade estava baixa, o que desencadeou a alergia. Júnior Moraes diz ter sido cortado de vários jogos para não cair no doping por causa da medicação.