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Cruzeiro negocia com Seedorf para assumir lugar de Mano Menezes, e diretor está na Itália

Thiago Scuro tentou desconversar, mas admitiu que estava no exterior

postado em 04/12/2015 22:31 / atualizado em 05/12/2015 17:17

REUTERS/Giampiero Sposito

O Cruzeiro pode surpreender na escolha do substituto de Mano Menezes. E o nome da vez na Toca da Raposa II é Seedorf, de 39 anos. O diretor de futebol Thiago Scuro está na Itália para apresentar o projeto do clube ao holandês.

Em contato com a reportagem nesta sexta-feira à noite, Thiago Scuro tentou negar a informação de que estaria fora do país, mas foi traído pela secretária eletrônica do celular, que em uma das tentativas de contato reproduziu mensagens em italiano.

"Estou mesmo viajando, mas por várias razões. Não vou confirmar e nem negar qualquer possibilidade. O que posso dizer é que estou trabalhando bastante. (...) O Cruzeiro está trabalhando com a hipótese de não mais ter o técnico Mano Menezes e temos inúmeras possibilidades", disse Thiago Scuro.

Ao ser indagado se Seedorf era mesmo o motivo de sua viagem, Thiago Scuro ficou em silêncio por vários segundos, aparentemente surpreso pelo vazamento dessa negociação. "O Cruzeiro vai apresentar o seu projeto a vários profissionais. É preciso ter cuidado e responsabilidade pelo investimento que o clube faz", disse, evasivo.

Em entrevistas e conversas informais com a imprensa, a diretoria do Cruzeiro tem demonstrado falta de confiança nos treinadores brasileiros disponíveis no mercado, tanto que o auxiliar Deivid está entre os cotados para assumir o lugar de Mano.

Ao ser perguntado se o primeiro nome da lista do clube seria um estrangeiro, Scuro se esquivou novamente. "Não estamos atrás de uma nacionalidade, mas sim de um conceito. Queremos um perfil para dar continuidade a essa nova filosofia do Cruzeiro".

Ainda de acordo com Scuro, a pretensão do Cruzeiro é anunciar o novo treinador em duas semanas, no máximo. "O Cruzeiro tem o privilégio de fazer essa transição em dezembro, com o Brasileiro encerrado. Independentemente do que aconteça, o Mano dirige o time até domingo. Por isso teremos tranquilidade e nossa expectativa é anunciar o nome em uma ou duas semanas".

Também procurado pela reportagem, o empresário Bruno Paiva, representante de Seedorf no Brasil, pediu que novo contato fosse feito no sábado, pois estava em um jantar.

O interesse do Cruzeiro por Clarence Seedorf também foi noticiado nesta sexta pelo portal Goal.com.

REUTERS/Max Rossi

Trabalho discreto no Milan

Seedorf encerrou a carreira como jogador no Botafogo, em 2013. No início de 2014, justamente na metade da temporada europeia, ele assumiu o comando do Milan, mas não conseguiu fazer um grande trabalho e acabou demitido em junho. Nessa primeira experiência como técnico, ele dirigiu o clube italiano em 22 jogos e obteve 11 vitórias, dois empates e nove derrotas. O aproveitamento foi de 53%.

Com Seedorf, o Milan terminou o Italiano em oitavo, sem conseguir vaga para as competições europeias.

Se a carreira de Seedorf como treinador é curta, na essência ele tem pensamentos que casam com o que a diretoria cruzeirense pretende. O holandês é adepto do futebol bem jogado, de toque de bola e ofensivo. Historicamente, essa é a característica da 'escola cruzeirense', e que Mano Menezes tão bem executou até aqui no Brasileirão.

Elogio à torcida cruzeirense em 2013

Em outubro de 2013, quando o Cruzeiro já despontava como campeão brasileiro, Seedorf, então jogador do Botafogo, fez um elogio à torcida celeste pelo comparecimento maciço em jogos no Mineirão. Na ocasião, ele se mostrou decepcionado pelo apoio discreto dos botafoguenses ao time nas partidas como mandante na competição.

”Sempre vi na minha carreira o torcedor apoiando, lotando o estádio, principalmente quando o time está precisando. Porque há momentos que todo o time tem uma caída. Só que quando tem aquela energia especial, você também tem mais energia. Isso é científico. A gente pediu várias vezes durante o ano esse apoio, mas nosso torcedor não respondeu do tamanho que a gente precisava para ter aquela energia a mais em casa. Quando estávamos lutando nos primeiros lugares, a torcida do Cruzeiro começou a lotar o estádio lá e, infelizmente, a gente não conseguiu fazer a mesma coisa. Faz a diferença. Nenhum time consegue vencer ou fazer uma campanha importante sem a torcida. Não existe”, comentou à epoca.

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press




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