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De novo titular do Cruzeiro, Fábio desabafa: 'Infelizmente as pessoas não reconhecem a história'

Goleiro mostrou certa mágoa de torcedores que não queriam o seu retorno

postado em 14/05/2017 19:46 / atualizado em 14/05/2017 21:18

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

A volta do goleiro Fábio à condição de titular do Cruzeiro, neste domingo, foi marcada pela vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo na abertura do Campeonato Brasileiro e também por uma declaração que mostra certa mágoa com os torcedores que já não queriam a sua volta, diante do grande momento vivido por Rafael.

Logo depois da partida, em entrevista à Rádio Itatiaia, Fábio destacou que, quando se tornou evangélico, em 2007, deixou a vaidade de lado. Ainda assim, ele desabafou ao lembrar que seus feitos e títulos no Cruzeiro parecem ter sido esquecidos por muitos.

Até sofrer uma lesão no ligamento cruzado do joelho direito, em agosto do ano passado, Fábio era capitão do Cruzeiro e já tinha se tornado o atleta com mais partidas pelo clube. O jogo deste domingo, contra o São Paulo, foi o de número 708 do camisa 1.

Essa trajetória foi até tema de palestra para o grupo antes da partida contra o São Paulo. “Falei ontem para os jogadores e hoje, antes de entrar em campo. Na nossa profissão, de jogador de futebol, infelizmente o que vale é o presente. Não interessa quantos jogos você fez, quantos títulos você ganhou, a campanha que você fez. O que vale é o presente. E eu, na minha vida, sempre levei dessa forma. A cada ano, sempre me dedicava mais para fazer tudo de novo, porque eu sabia a cobrança que ia ter, independentemente do que tinha feito no ano anterior. Sempre foi isso que me fortaleceu e me capacitou para ficar esse tempo todo como titular do Cruzeiro. A gente vai aprendendo que, infelizmente as pessoas não reconhecem a história, mas sim o momento e eu pude ver isso bem claramente, mas Deus sempre esteve comigo e sempre, nos momentos mais difíceis, Ele me fortaleceu. Deus me encheu de esperança, de força, de vontade de jogar, e mostrar que tenho potencial de jogar aqui no Cruzeiro, em outras equipes, pois sempre surgem especulações, e esse era meu objetivo: voltar, voltar bem e tive a oportunidade de estar novamente dentro de campo com a camisa do Cruzeiro”, disse o goleiro.

Na visão de Fábio, o retorno definitivo ao time poderia ter ocorrido há mais tempo, já que ele voltou às atividades normais em fevereiro. Antes da partida contra o São Paulo, ele só havia entrado em campo na vitória por 2 a 0 sobre o Democrata-GV, pela fase de classificação do Mineiro, em 9 de abril.

De qualquer forma, Fábio preferiu respeitar a estratégia de Mano Menezes de manter Rafael no gol cruzeirense na reta final do Mineiro e nos jogos contra o Nacional do Paraguai pela Copa Sul-Americana. A ideia do treinador era promover a mudança apenas na abertura do Campeonato Brasileiro.

”Todas as situações foram colocadas bem claramente. Algumas situações é claro que eu não achei que foram coerentes, mas é como eu falei, não era mais importante a minha vontade e sim a vontade do Cruzeiro, do melhor para o Cruzeiro, para o grupo, e abri mão de achar que algumas coisas poderiam ser diferentes. E apoiei sempre, e a oportunidade apareceu novamente no Brasileiro. O Mano tinha conversado, tudo é bem dirigido pelo Mano, não tem dificuldade nenhuma de relacionamento, algumas pessoas acham até que a gente tem problema de grupo, de falta de contato com treinador. Não. O ambiente é saudável, o grupo é amigo, todo mundo se doa um pelo outro, e antes do jogo todo mundo se fechou, a gente se dá muito bem, e o Mano consegue aliar todas as vontades dos jogadores, prevalecendo a dele, que é o comandante. Então já estava meio que pré-determinado o Rafael terminar as competições que ele começou, e eu tenho que me colocar também no lugar do Rafael, que estava vindo de uma final de campeonato, e nada mais justo que ele jogar. Eu queria jogar, mas o mais importante era o grupo. Continuei trabalhando, independentemente da minha vontade, o mais importante era o grupo. Deus sabe o momento certo e era hoje, contra o São Paulo”, disse Fábio.

Nesse período de espera, Fábio conta que aprimorou a forma técnica para se manter firme como titular no restante da temporada. “Pude me preparar cada vez melhor. Cada dia que passava, que não jogava, pude aperfeiçoar, treinar mais e esperar a oportunidade. Tenho as minhas convicções, o que eu achava que tinha que acontecer, mas naquele momento eu tinha que pensar não na minha vontade, mas na vontade de estar com o grupo, passando força, confiando em quem estava jogando. O mais importante era o Cruzeiro. E trabalhei muito, como sempre fiz, respeitei sempre todos, independentemente de estar jogando ou não, e sabia que Deus tinha preparado o retorno na hora certa”, concluiu.


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