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Mano Menezes dispara contra árbitro Eber Aquino após erro grotesco em expulsão de Dedé: 'É o culpado por tudo que aconteceu'

Zagueiro do Cruzeiro foi injustamente expulso em derrota para o Boca

postado em 20/09/2018 01:14 / atualizado em 20/09/2018 03:06

AFP / EITAN ABRAMOVICH
A decisão absurda do árbitro Eber Aquino de expulsar Dedé, zagueiro do Cruzeiro, por causa de choque acidental com o goleiro Andrada, do Boca Juniors, gerou muita incredulidade em quem acompanhou o duelo desta quarta-feira, na Bombonera, pelas quartas de final da Copa Libertadores. O técnico Mano Menezes disparou contra a decisão do paraguaio, que consultou o recurso tecnológico do VAR e ainda assim mostrou o vermelho ao defensor, aos 29min do segundo tempo. O time celeste acabou derrotado por 2 a 0, gols do atacante Zárate, aos 35min do primeiro tempo, e do meio-campista Pablo Pérez, aos 36min da etapa final.

Além de reclamar de Aquino, Mano cutucou a Conmebol e lembrou a final Copa Libertadores de 2007, na qual o Boca Juniors foi beneficiado pela arbitragem no lance do primeiro gol da vitória sobre o Grêmio, por 3 a 0, na Bombonera – Palermo, responsável pela assistência, e Palacio, autor do gol, estavam impedidos no instante em que Riquelme cobrou a falta para a área.

“Não preciso falar sobre a expulsão. O mundo inteiro está falando sobre a expulsão. Então, não gostaria de falar mais sobre isso, porque não tem sentido fazer nenhum tipo de análise. Achei que as coisas iam mudar. Prometeram que as coisas iriam mudar na Conmebol. Em 2007, tomei um gol aqui com três jogadores impedidos. Três. Mudaram as direções, os comandos da Confederação e agora vieram com o VAR, que seria usado para que não tivéssemos grandes injustiças no futebol. Mas hoje vemos a injustiça novamente. Não se trata de perder a concentração, mas sim de perder matematicamente um jogador, no melhor momento em que estávamos na partida. O Cruzeiro fazia um bom segundo tempo, e aí tem uma atitude inexplicável dessa. Você não precisa olhar nenhuma vez para não ficar em dúvida. E aí olha 10 vezes, como tem a oportunidade de ver. Então, sem comentários quanto a isso. Vamos guardar nossas forças, juntar toda essa raiva que você leva e transformar em algo positivo no jogo de volta, que temos chances de reverter”, declarou Mano.

O lance envolvendo Dedé ocorreu aos 24min do segundo tempo. Em cruzamento para a grande área, o zagueiro cruzeirense foi ao encontro da bola, mas atingiu cabeçada no rosto de Andrada, que sofreu corte na gengiva e precisou de atendimento médico durante seis minutos. Enquanto o camisa 1 do Boca recebia os primeiros socorros, Eber Aquino foi chamado no ponto eletrônico pela equipe responsável por monitorar a partida. O árbitro, então, direcionou-se ao monitor instalado na lateral de campo para assistir ao vídeo. E a decisão surpreendeu a todos no estádio: cartão vermelho para o camisa 26 por um lance absolutamente involuntário. Mano Menezes atribuiu a culpa exclusivamente ao árbitro paraguaio.

“Ontem tivemos uma reunião sobre o VAR. As duas equipes tiveram essa reunião. Foi explicada a maneira como seriam conduzidas todas as situações. Quando há um lance que alguém acha que é diferente do que o árbitro marcou, porque ele não marcou nada, o lance seguiu. Alguém do VAR, nesse caso, chama o árbitro e diz: ‘olha, aconteceu um lance que merece ser revisto por você no monitor’. Alguém achou que alguma coisa estava diferente. Mas ninguém do campo achou. Nem os jogadores do Boca. Tanto que estavam preocupados que poderia ser algo contra eles. Questionaram o árbitro: ‘aconteceu algo?’. Então o árbitro tomou a decisão. Ninguém toma por ele. Ele tomou a decisão de cartão vermelho e é o culpado por tudo isso que aconteceu”.

AFP / EITAN ABRAMOVICH

Sem Dedé, que fazia jogo impecável e anulava os principais lances de ataque do Boca pelo lado esquerdo, o Cruzeiro ficou com posicionamento vulnerável e levou o segundo gol aos 36min do segundo tempo. O lateral-direito Edilson falhou ao tentar cortar o cruzamento de Jara, e a bola sobrou para Pablo Pérez chutar forte a gol. Depois de o time argentino ampliar o placar, Mano colocou o zagueiro Manoel no lugar de Rafinha e reajustou o setor defensivo do time.

A respeito do rendimento do Cruzeiro na Bombonera, o treinador avaliou dois tempos distintos. No primeiro, o time não apresentou bom futebol. No segundo, melhorou a produtividade até sofrer a expulsão injusta. Mano crê na reação na partida de volta, dia 4 de outubro (quinta-feira), às 21h45, no Mineirão.

“Nos faltou profundidade no primeiro tempo. A bola, quando começa a chegar à frente e voltar com facilidade, você passa a sofrer sem posse de bola. Numa dessas jogadas de área, a bola sobrou para Pérez, na entrada da área, e ele deu uma assistência bem feita. Defensivamente, teve uma parte. Sofremos o gol aí. Aqueles minutos que vêm depois de você sofre gol são favoráveis ao adversário, então cometemos mais dois ou três erros em sequência e perdemos o controle do que estávamos fazendo. No segundo tempo fiz a inversão, coloquei Rafinha pela direita, trouxe Robinho para dentro e desloquei Thiago para a esquerda. O time voltou bem, perdemos um gol incrível com Rafinha, a bola esteve para entrar. Acho que o segundo tempo tem a ver com o que podemos fazer lá, com um poder ofensivo maior, traduzindo um domínio em chances criadas e gols”.

O Cruzeiro confirmou, por meio do vice-presidente de futebol Itair Machado, que tomará as providências cabíveis na Conmebol para anular o cartão vermelho mostrado a Dedé. Assim, o camisa 26, em grande momento técnico na carreira, teria condições de enfrentar o Boca no Mineirão. Diretoria e comissão técnica são unânimes quanto à importância do zagueiro para a formação da equipe titular.




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