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Chapa 'Força Azul' supera 'Transparência' e é eleita para Conselho Fiscal do Cruzeiro

Força Azul ganhou eleição desta segunda-feira por 191 votos a 150

postado em 01/07/2019 22:13 / atualizado em 02/07/2019 00:57

<i>(Foto: Matheus Muratori/Superesportes)</i>
O Conselho Deliberativo do Cruzeiro elegeu nesta segunda-feira o novo Conselho Fiscal do clube. Por 191 votos a 150, a chapa Força Azul, alinhada com o presidente Wagner Pires de Sá, superou a chapa Transparência, tratada como “oposição”. Houve ainda 25 votos não computados por serem de conselheiros remunerados pela agremiação (funcionários nos regimes da CLT ou pessoa jurídica).

A chapa Força Azul conta com os titulares Nagib Geraldo Simões, Paulo César Pedrosa e Wander Gonçalves Santos, além dos suplentes Tarcísio Dionísio Vítor, João Luiz Silva e Afrânio Greco. Eles tomarão posse de suas atribuições nesta terça-feira (2/7) e ficarão no Conselho Fiscal até o fim do mandato do presidente Wagner Pires de Sá, em dezembro de 2020.

“É um desafio. Fiquei honrado. Quero agradecer aos conselheiros efetivos, natos e beneméritos pela eleição de nossa chapa, a Força Azul. Vamos ter tranquilidade no Cruzeiro, é isso que eu posso garantir à torcida. Não teremos nenhum problema em analisar as contas, porque o Conselho Fiscal eleito é subordinado ao Conselho Deliberativo. E tudo que nós precisarmos vamos solicitar ao presidente do Conselho Deliberativo para marcar reunião com os conselheiros. São os conselheiros que têm de tomar conhecimento sobre qualquer irregularidade”, afirmou Paulo César Pedrosa, que negou ter mantido contato com a diretoria para solicitar qualquer tipo de apoio.

<i>(Foto: Sidney Lopes/EM D.A Press)</i>

“Nós não tivemos apoio nenhum da atual diretoria. A gente esperava ganhar com margem de mais de cem votos. Em momento algum a diretoria atual me procurou para falar que ia apoiar. Não me reuni nem com Wagner, nem com Itair Machado, nem com Paulinho (Céu Azul), nem com Sérgio (Nonato). A chapa é totalmente independente”, acrescentou.

Pedrosa garantiu ainda que “nada será jogado debaixo do tapete” na análise do balanço do Cruzeiro. “Primeira medida é o presidente do Conselho marcar a posse. Será amanhã. Teremos essa semana mais duas reuniões, vamos começar a requisitar os documentos e apaziguar. Fui reeleito semana passada presidente da federação de hotéis para mais um mandato. Sou conselheiro fiscal do Hotel Mercure, que é a maior rede de hotéis do mundo. Então estou absolutamente tranquilo em analisar documentos e mostrar aos conselheiros o que está errado ou certo. Tudo tem que ser cruzado: documentos, nota fiscal, contratos. Nada será jogado debaixo do tapete ou escondido dos conselheiros”.

Uma das missões do Conselho Fiscal será analisar as contas da atual gestão do Cruzeiro, que aumentou a dívida geral de R$ 384 milhões, em 2017, para R$ 520 milhões, no exercício de 2018. O órgão trabalhará “sob pressão”, já que a atual diretoria é investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Minas Gerais por suspeitas de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica, além de possíveis quebras de regra da Fifa, da Confederação Brasileira de Futebol e do Governo Federal.

<i>(Foto: Matheus Muratori/Superesportes)</i>


Protesto


Durante a votação, cerca de 100 integrantes da Máfia Azul protestaram em frente ao parque esportivo do Cruzeiro, no Barro Preto, em Belo Horizonte. Eles compareceram ao local com instrumentos de percussão, bandeiras e foguetes. Entre várias críticas, os cruzeirenses chamaram os conselheiros de “omissos”, jogaram pipocas e cobraram transparência da diretoria.

Houve um princípio de confusão quando um torcedor tocou um gradil na porta do parque esportivo e insultou um dos líderes da organizada. Depois do empurra-empurra, a Máfia Azul deixou o local.

Em seguida, foi possível visualizar discussões “acaloradas” entre simpatizantes das chapas Força Azul e Transparência. Apesar do clima quente, policiais militares que patrulhavam a área não precisaram intervir na situação.

Reestruturação


A reestruturação do Conselho Fiscal do Cruzeiro se deveu à renúncia de todos os membros efetivos e suplentes, sob a alegação de falta de transparência na gestão do presidente Wagner Pires de Sá.

Em 8 de maio, os efetivos Celso Luiz Chimbida, Geraldo Luiz Brinat e Ubirajara Pires Glória apresentaram pedido formal de desligamento em função da limitação de dados fiscais repassados pela diretoria administrativa do Cruzeiro.

Uma normativa criada pela atual gestão criou impedimentos para que o Conselho Fiscal recebesse, por exemplo, informações sobre salários de dirigentes, jogadores e comissões.

Já em 28 de maio, os suplentes Valter Batista e Daniel Faria, que assumiriam como efetivos após as renúncias de Celso Luiz Chimbida, Geraldo Luiz Brinat e Ubirajara Pires Glória, também oficializaram suas saídas em carta encaminhada ao Conselho Deliberativo.

Placar da eleição do Conselho Fiscal do Cruzeiro


Chapa Força Azul - 191

Chapa Transparência - 150


Conselheiros Beneméritos


Força Azul - 8

Transparência - 4


Conselheiros Natos


Força Azul - 76

Transparência - 81


Conselheiros Efetivos


Força Azul - 107

Transparência - 65

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