RACISMO
Torcedora que chamou Aranha de "macaco" chora na chegada à delegacia em Porto Alegre
Patricia Moreira chegou à delegacia nesta manhã para prestar depoimento
postado em 04/09/2014 11:19 / atualizado em 04/09/2014 11:41
Agência Estado
Patricia Moreira, de 23 anos, chegou chorando no local, onde era aguardada por policiais do grupo de Operações Especiais que faziam vigilância do local, temendo possíveis represálias dos torcedores. O depoimento está sendo realizado a portas fechadas e a imprensa ainda não teve acesso.
Na partida entre Grêmio e Santos, que ocorreu na quinta-feira da semana, pela Copa do Brasil, uma câmera da ESPN Brasil flagrou a torcedora chamando Aranha de "macaco", nas arquibancadas da Arena do Grêmio. Após a divulgação das imagens, Patricia começou a ser alvo de xingamentos e até ameaças em seus perfis nas redes sociais. Temendo maiores represálias, a gremista se refugiou na casa de familiares.
Exclusão
Por causa dos atos de injúria racial sofridos pelo goleiro Aranha, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil. Essa foi a decisão da 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em julgamento de mais de três horas e meia, realizado na tarde dessa quarta-feira, no Rio. Como cabe recurso, o caso ainda terá uma decisão final no Pleno do tribunal (última instância), provavelmente em até duas semanas.
No julgamento desta quarta-feira, o clube gaúcho ainda foi multado em R$ 50 mil, enquanto os torcedores gremistas que foram identificados com autores das ofensas raciais estão proibidos de frequentar estádios por 720 dias. O caso aconteceu na última quinta, quando o Santos venceu por 2 a 0, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, e Aranha foi vítima de insultos quando estava em campo.