O mais exaltado era Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro e da Primeira Liga. Assim como fez na semana passada, ele atacou a CBF, dizendo que é uma entidade dirigida por pessoas com mentalidade ultrapassada. O anúncio do veto da entidade ao torneio foi respondido com ironia.
”(Recebi a notícia) com a maior decepção de novo. Essas coisas tornam a gente descrente com pessoas que estão lidando com o futebol brasileiro. É bom que grandes clubes brasileiros estão sendo dirigidos por pessoas novas, diferentes, que estão chegando para consertar o futebol brasileiro. Isso que está acontecendo é uma vergonha”, criticou.
O fato de o “veto” da CBF ter sido publicado a 48 horas do início da Liga irritou ainda mais o presidente da organização criada pelos clubes. “Isso não é coisa de gente séria”.
”A decisão da CBF não vai impedir os clubes da Liga de disputar essa competição amistosa. Os jogos serão amistosos, não há obstáculo para se realizar, não há necessidade de autorização oficial da CBF. Precisamos da autorização em 2017 para torná-la competição oficial. Em 2016 a competição é considerada amistosa, e a CBF não pode impedir jogos amistosos que não vão coincidir com campeonatos regionais e com competições da CBF. Os clubes, coesos, vão manter a decisão tomada na última assembléia geral de disputar a Liga”, acrescentou o cruzeirense Gilvan de Pinho Tavares.
O presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, manteve o discurso de Gilvan. “Nem discuto mais (sobre realização da Liga). Respeito o torcedor, vendemos ingressos, o torcedor está esperando o jogo com o Flamengo, acertamos datas com Figueirense e América, não é possível mudar isso, ter posicionamento contrário faltando 48 horas. Não tem mais o que discutir, a bola tem é que rolar. (...) Não é questão de bater de frente (com a CBF), isso foi definido, tivemos reunião pesada no Rio no fim de dezembro. Ali foi determinante para a continuidade dos trabalhos. Todos foram unânimes de que iam jogar”.
Alencar da Silveira Júnior, um dos presidentes do América, considerou a posição da CBF desrespeitosa com clubes e torcedores. “Também acho que os jogos vão acontecer. Tem seriedade na coisa. São profissionais que trabalharam seis meses para fazer a competição e dar um bom espetáculo para o torcedor. Isso é falta de atenção, de consideração com os clubes participantes. Como se muda a regra do jogo depois que os ingressos foram vendidos, os patrocínios vendidos e os contratos assinados? A posição do América, assim como de todos, é de jogar a Liga”.