Decepcionado com derrota para Phil Davis, Lyoto contesta decisão dos juízes

Vicente Ribeiro
Enviado especial ao Rio de Janeiro

 

Uma das atrações principais do UFC 163, que agitou a Arena da Barra, no Rio de Janeiro, entre a noite desse sábado e a madrugada deste domingo, Lyoto Machida não correspondeu à expectativa dos fãs. Ele foi derrotado pelo norte-americano Phil Davis por decisão unânime dos juízes, na segunda luta mais importante da programação, e reclamou bastante do resultado.

Em três rounds muito disputados, o brasileiro considera que teria vencido ao menos dois, com o norte-americano levando a melhor em um deles. Na entrevista coletiva depois do evento, Lyoto Machida deixou claro o desapontamento com os juízes e questionou a contagem dos pontos. Logo depois do resultado, os fãs também se manifestaram contra a decisão favorável ao norte-americano, com enorme vaia.

“A gente não entende qual regra é colocada, treinamos em cima de uma regra e muitas vezes somos surpreendidos. Eles analisam a luta como wrestling, ganha quem derruba mais. Mas o Phil Davis fez o jogo dele, critico apenas a postura dos árbitros”, afirmou o baiano radicado no Pará, que não teme represálias por reclamar do resultado. Ele ganhou apoio até mesmo do presidente do UFC, Dana White, que não esteve no Rio de Janeiro, mas se manifestou pelo Twitter também contestando a derrota de Lyoto.

“Eu apenas falo o que vejo. Se houver uma coisa parecida com isso (represália da organização), seria falta de profissionalismo do evento. Mas acredito que isso não vai acontecer”, frisou o ex-campeão dos meio-pesados, que teve interrompida sequência de duas vitórias consecutivas e ainda foi prejudicado por não ter sido efetivado como primeiro desafiante pelo cinturão da categoria. O campeão, Jon Jones, vai encarar o sueco Alexander Gustafsson, em setembro, no Canadá.

“A minha situação é complicada, esperava lutar pelo cinturão, mas falaram na época que o Jon Jones estava machucado. Depois, confirmaram a luta dele contra o Gustafsson. E agora aconteceu isso (a derrota para Phil Davis). Mas não posso ficar chorando mágoa, tenho que ver o futuro agora”, declarou o brasileiro, que teve uma torção no pé direito a poucos dias para o evento no Rio de Janeiro, mas ressaltou a vontade de lutar pela primeira vez em um evento do UFC no país.

Lyoto Machida surpreendeu os fãs com a música escolhida no walkout, a tradicional saída do vestiário rumo ao octógono. Ele entrou em ação ao som de O que é o que é, de Gonzaguinha, levantando o público na Arena da Barra. Ele explicou o motivo de ter preferido o tema. “É uma música que eu gosto muito, desde muito jovem. Estudei muito a letra da música, achei que ela tinha tudo a ver com a minha situação, minha vida. Representa muita coisa pra mim, também”, justificou o Dragão.