Neste 2016 que não está fácil para 90% dos brasileiros e muito menos para o América Futebol Clube, os dirigentes do Coelho têm a estranha mania de promover ações equivocadas que os afastam da maioria dos torcedores. Caso típico foi essa venda de mando de campo do jogo contra o Palmeiras, que deveria ser no Independência, mas não, a bola vai rolar no Estádio do Café, em Londrina, no Paraná, bem longe dos torcedores sócios e não sócios do Coelhão. A venda de mando de campo dessa partida mostra desarticulação interna e incoerência dos dirigentes no seu relacionamento com a torcida.
Há alguns meses, para forçar o torcedor a se associar, aumentaram muito o preço dos ingressos para não sócios em jogos no Independência. Torcedores chiaram, mesmo porque o time estava na lanterna e não fazia por merecer a bruta facada no bolso. Porém, a tal “política” de convencimento a fórceps parece que funcionou e muitos americanos passaram a ser sócios-torcedores.
O time continuou na lanterna. Ainda assim, sócios e não sócios que durante anos pagaram para ver o América jogar contra o Asa, de Arapiraca, a Luverdense, de Lucas do Rio Verde, o Oeste, de Itápolis, e outros clubes menos votados, tinham a esperança de comparecer ao estádio para assistir às disputas com grandes times do futebol nacional.
Esperança frustrada justamente neste próximo jogo contra o Palmeiras, líder do campeonato, pois a diretoria decidiu chutar o balde e ir contra o desejo da torcida. Sabe-se que os dirigentes receberão bem mais do que as 30 moedas embolsadas por Judas, mas a torcida se sentiu traída como Jesus Cristo. Resultado desastroso: muitos torcedores estão cancelando seus contratos de sócios do clube. Gol contra, pixotada incrível da diretoria.
A coisa se torna mais grave quando vemos o desempenho do América como mandante no Independência, com 40,48% (18 pontos) de aproveitamento; e fora de Belo Horizonte, com apenas 9,52% (3 pontos) de rendimento. Ou seja, em termos futebolísticos, não parece boa ideia jogar em Londrina, e ainda mais contra o líder da competição. Se ao menos o time derrotar o Palmeiras...
A hora da base
Para não dizer que não falei de flores, os dirigentes conseguiram um surpreendente acerto ao renovar o contrato de Matheusinho até 2021, com multa rescisória de 30 milhões de euros para clubes do exterior. E para clubes brasileiros? A multa deveria ser alta também, para evitar a esperteza de levarem o garoto por ninharia e depois o revenderem por muito mais para o estrangeiro.
Passa da hora de a diretoria se reunir com Enderson Moreira e Milagres para, juntos, traçar uma política séria e permanente de aproveitamento concreto dos garotos da base no time titular. Danylinho, Christian, Xavier, Sávio,Vitinho Ruas, Messias, Roger, Jori, Glauco e Makton, que já integram o grupo profissional, terão seus contratos vencidos entre 2017 e 2020. O de Renato Bruno vencerá em dezembro. Espero que os contratos de todos eles sejam renovados. Boa sorte!
