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DA ARQUIBANCADA

Será que agora vai?

"Isso não apagará a tristeza do torcedor com o rebaixamento à Série B"

postado em 21/10/2016 09:08 / atualizado em 21/10/2016 09:20

Euler Junior/EM/D.A Press
Três integrantes do Conselho de Administração do América apresentaram ontem, à imprensa e à torcida, o novo diretor de futebol do clube, Ricardo Drubsky. Conforme foi dito, ele terá autonomia para fazer as mudanças necessárias para colocar a casa em ordem neste final de campeonato e, principalmente, para que em 2017 não se repita o vexame do Coelho no Brasileiro’2016.

Os dirigentes admitiram que erraram ao perder o timing para contratar jogadores e montar uma equipe de qualidade, capaz de conquistar posição digna na tabela e honrar a história centenária do América. Ufa! Antes tarde do que nunca, mas isso não apagará a tristeza do torcedor com o rebaixamento à Série B. Para não comprometer as finanças do clube, explicaram que cometeram erros, “mas não loucuras”, e que boa parte do orçamento deste ano (mais de R$ 50 milhões) foi gasta para acertar salários atrasados, quitar dívidas de 20 anos, e com o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut).

Não fiquei convencido, uma vez que o América aderiu ao Profut no segundo semestre de 2015 (governo Dilma), quando sua dívida com a União era de R$ 4 milhões (ninharia perto dos R$ 285 milhões então devidos pelo Atlético). Para quem não sabe, o Profut refinancia as dívidas do clube em um prazo de 20 anos (240 parcelas); além disso, reduz 70% das multas e 40% dos juros. Ou seja, sendo parcelada em 240 vezes, a dívida do América resultaria no pagamento de pouco mais de R$ 16 mil mensais, mixaria que, certamente, não esvaziou o cofre do Coelhão. Assim, há tempo e espaço para que haja transparência administrativa. Por ora, fica a dúvida em relação ao orçamento.

Já Ricardo Drubsky, que foi diretor interino do América quando da conquista da Copa Sul-Minas, em 2000, volta ao clube para participar ativamente da reestruturação do departamento de futebol, com a missão principal de fazer a integração das categorias de base com o time profissional. Segundo ele, “estamos assumindo a direção pensando no futebol como um todo. (...) Tentaremos criar uma rede de formação de atletas, fazer um modelo integrado de futebol em termos de pensamento, método de trabalho e objetivos. Os garotos do Sub-15 e do Sub-14 têm de saber que fazem parte de um conjunto, que estão inseridos no processo de uma organização profissional”.

Boas palavras, que soam bem aos ouvidos deste torcedor, que há muito tem criticado a má utilização dos pratas da casa no time profissional e sugerido aos dirigentes a efetivação de uma política séria e permanente no América em relação a isso. Em clubes de todos os continentes tem sido esse o mapa da mina: revelar talentos, prepará-los física e psicologicamente, lançá-los no time de cima e colher os frutos futebolísticos e financeiros desse processo.

Agora, é torcer para que as palavras não sejam apenas palavras que voam com o vento, mas que se transformem em ações práticas que tragam vitórias e alegrias ao torcedor do América. Chega de blá-blá-blá!

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