De títulos nacionais até jogos contra Milan e Roma: os números de Givanildo pelo América

A “era Givanildo Oliveira” está de volta. Diante do Joinville, nesta terça-feira, o técnico responsável por dois dos três títulos mais importantes da história do clube - a Série B de 1997 e a Série C de 2009 – assumirá o comando do América. Nas três passagens anteriores, Givanildo tornou-se cativante e motivador. Uma espécie de salvador da pátria. “Está ruim? Chama o Giva!”. A frase conhecida entre os torcedores pode conter um toque de descontração, mas os números comprovam que o pernambucano de Olinda sempre correspondeu às expectativas quando solicitado.

Entre amistosos e competições oficiais, Givanildo Oliveira treinou o América em 146 partidas. Venceu 70, empatou 37 e perdeu outras 39 vezes. O aproveitamento é de 56,39% dos pontos, número considerado bastante positivo. Com esse percentual, por exemplo, a equipe se credenciaria a garantir uma vaga entre os quatro melhores clubes da Série B ao final de 38 rodadas.

Givanildo é o quarto técnico que mais dirigiu o Coelho. Segundo dados do historiador Carlos Paiva, autor da Enciclopédia do América, ele perde apenas para Flávio Lopes, atual gerente de futebol (151), Jair Bala, maior jogador da história do clube (232), e Yustrich (278), folclórico treinador nas décadas de 50, 60 e 70.

Na sua primeira conquista, o nordestino faturou o troféu da Série B de 1997 com 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. No ano seguinte, deixou o CT Lanna Drumond antes do início do Campeonato Brasileiro, do qual o Coelho foi rebaixado ao empatar com o Palmeiras por 1 a 1, na última rodada, sob o comando de Wantuir Galdino.

Retorno à Série B e queda da elite

Doze anos depois, Givanildo novamente era apresentado pela diretoria do América depois do Campeonato Estadual. A missão principal: recolocar o clube na Série B do Brasileiro. Ordens cumpridas com sucesso. Nove vitórias, dois empates, três derrotas e o título da Série C conquistado sobre o ASA de Arapiraca – vitórias por 3 a 1, em Alagoas, e 1 a 0, no Independência. Ainda em 2009, um time 'B' formado por atletas de idade júnior disputou a Taça Minas Gerais. Em oito jogos, foram cinco empates e três reveses. Cláudio Prates liderava esse grupo.

Givanildo não continuou em 2010. Em seu lugar entrou Mauro Fernandes, outro técnico com grande identificação com o América, que garantiu o acesso à Primeira Divisão do ano seguinte. Mas o campeão nacional de 1997 e 2009 foi novamente chamado para tirar o Alviverde da lama. Depois de péssimos aproveitamentos de Mauro e Antônio Lopes, Giva tentou livrar o Coelho do rebaixamento, porém não conseguiu. Venceu sete partidas, empatou oito e perdeu 10. O aproveitamento de 38% só seria suficiente se Givanildo estivesse no comando desde o início do Campeonato Brasileiro.

O conselho de administração chegou a acordo com o técnico e renovou seu contrato até o fim de 2012. O início foi promissor. O Coelho alcançou a decisão do Campeonato Mineiro, sendo derrotado pelo Atlético. Liderou algumas rodadas da Série B, porém caiu de produção e, depois de três derrotas seguidas, Givanildo Oliveira foi demitido. Desde então, o clube luta, sem sucesso, para retornar à elite do futebol nacional.


Retrospecto internacional

Foi sob o comando de Givanildo Oliveira que o América enfrentou clubes famosos do cenário mundial. Em 1997, numa excursão na Áustria, houve empate por 2 a 2 com a Roma, da Itália, no dia 23 de julho. Marco Delvecchio e Di Biagio marcaram para o Giallorossi, enquanto Irênio e Celso anotaram a favor dos mineiros.

Treze dias antes, o Alviverde empatara com o Estrela Vermelha, da antiga Iugoslávia (atual Sérvia), por 1 a 1. Na mesma excursão, o clube fez 20 a 0 no Kaindorf, da Áustria, registrando a maior goleada de sua história. Também houve duelos com Varteks-CRO (2 a 2), SK Eintracht Wels-AUT (6 a 0), Publikum-ESL (1 a 1, 3 a 0 e 1 a 0) e Maribor-ESL (2 a 1).

Em agosto, na Copa Centenário de BH, o América fez jogo duro contra o poderoso Milan, tetracampeão europeu na época. Melhor jogador do mundo em 1995, George Weah colocou os italianos na frente, aos quatro minutos. Já nos acréscimos do segundo tempo, Celso driblou na entrada da área e deu toque por cobertura, decretando o empate por 1 a 1.

Também sob o comando de Givanildo Oliveira, em 2012, o Coelho enfrentou o Argentinos Juniors na inauguração do Novo Independência. Sebástian Balsas abriu o placar aos 25 minutos, porém Alessandro, duas vezes, marcou aos 37 e aos 44 minutos do primeiro tempo, definindo o triunfo histórico da equipe alviverde.

Os números de Givanildo Oliveira no América

1997
Campeonato Mineiro (10 jogos): 5 vitórias, 4 empates e 1 derrota
Excursão na Áustria (9 jogos): 5 vitórias e 4 empates
Série B (23 jogos): 14 vitórias, 4 empates e 5 derrotas
Copa Centenário (3 jogos): 3 empates

1998
Campeonato Mineiro (20 jogos): 7 vitórias, 6 empates e 7 derrotas
Copa do Brasil (6 jogos): 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas

2009
Série C (14 jogos): 9 vitórias, 2 empates e 3 derrotas

2011
Série A (25 jogos): 7 vitórias, 8 empates e 10 derrotas

2012
Amistosos (2 jogos): 2 vitórias
Campeonato Mineiro (15 jogos): 9 vitórias, 1 empate e 5 derrotas
Copa do Brasil (4 jogos): 1 vitória, 2 empates e 1 derrota
Série B (15 jogos): 8 vitórias, 2 empates e 5 derrotas

Total: 146 jogos, 70 vitórias, 37 empates e 39 derrotas (56,39% de aproveitamento)

Dados corrigidos e atualizados às 21h55 de 22/09/2014