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Justiça condena Galo a pagar multa a R10, mas ironiza outro pedido do jogador: "Inusitado"

Ex-atleta do Alvinegro, Ronaldinho Gaúcho solicitou não pagar custos do processo, o que não foi aceito pelo juiz; ele receberá do Atlético a quantia de R$ 300 mil

postado em 09/12/2016 19:30 / atualizado em 10/12/2016 00:39

Bruno Cantini/Atlético

O meia Ronaldinho Gaúcho teve sentença favorável em julgamento de ação trabalhista movida contra o Atlético. O ex-jogador do Galo cobrou uma multa no valor de R$ 300 mil por atraso no pagamento da rescisão de contrato. O clube foi condenado a pagar a quantia para o astro.

Ronaldinho firmou contrato com o clube mineiro em 4 de junho de 2012, com salário de R$ 300 mil. Em 30 de novembro de 2012, foi feito um aditivo até 31 de dezembro de 2013, mantendo o salário. Já em janeiro de 2014, novo aditivo, até 31 de dezembro, seguindo com 300 mil de salário. A rescisão foi acertada em julho daquele ano.

De acordo com a petição inicial, o Atlético teria que fazer o pagamento de duas parcelas mensais no valor de R$ 415.082,50 cada nos dias 25/08/2014 e 25/09/2014. Contudo, o depósito foi efetivado somente na primeira semana do mês de julho deste ano, quase dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

O julgamento, feito pelo juiz Daniel Cordeiro Gazola, foi realizado no dia 14 de novembro, na 30ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, no Barro Preto.

A reportagem do Superesportes entrou em contato com Lásaro Cunha, diretor jurídico do Atlético. Ele explicou os motivos que fazem o clube acreditar em reviravolta na Justiça: valor pago corrigidamente e a situação de Ronaldinho. Para o diretor, o jogador, por ter um contrato diferente, não deve se apegar à legislação comum.

“Se discute no processo parcelas rescisórias. As parcelas foram pagas fora do prazo de dez dias. Mas o acordo foi feito com os procuradores do Ronaldinho. O Atlético pagou fora do prazo, mas com o valor corrigido monetariamente. A legislação implica multa de 100%. A defesa do Atlético é que houve um acerto, o valor foi corrigido monetariamente. E um jogador como o Ronaldo tem um contrato especial, diferente de um trabalhador comum. Ele não é um trabalhador comum, ele é um jogador de futebol. Jogadores que ganham esse valor não podem se aplicar na legislação comum. Como houve acerto, a gente entende que a legislação trabalhista não vale nesse caso. Mas é direito dele ir à Justiça”, disse.

O Atlético já recorreu da decisão da Justiça e uma nova audiência deve ser marcada. Lásaro acredita que o processo vai demorar mais de um ano para ter um desfecho.

“O Atlético recorreu. Esse julgamento deve demorar, no mínimo, um ano para acontecer. Cada um está olhando o seu lado. Ronaldinho olhando o dele e o Atlético também”, completou.

Pedido ironizado

Na petição inicial, Ronaldinho Gaúcho fez pedido de gratuidade de Justiça. Na sentença, o jogador foi ‘ironizado’.

"O pedido de gratuidade de Justiça, formulado pelo autor, é, no mínimo, inusitado. O autor, tendo atuado com destaque em alguns dos maiores clubes do futebol mundial, como o Paris Saint-Germain, o Barcelona, o Milan, o Glorioso Clube Atlético Mineiro e o Imortal Tricolor Gaúcho Grêmio Football Portoalegrense, além da Seleção Brasileira, merecidamente amealhou uma das maiores fortunas que um atleta profissional de futebol poderia conquistar. Trata-se de um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, um craque legítimo, um gênio da bola! Merece todos os aplausos por tudo que já proporcionou aos amantes do futebol, mas não faz jus aos beneplácitos da gratuidade de Justiça", diz o juiz.

Dívida maior

Em entrevista no ano passado, o empresário e irmão de Ronaldinho, Roberto Assis, revelou uma outra dívida, essa milionária, do Galo com Ronaldinho. O caso também deve ir para a Justiça.

“O que existe em relação ao Ronaldo e Minas Gerais é que o Atlético ainda nos deve R$ 10 milhões, e em nenhum momento pressionamos para receber, pois o Ronaldo tem uma história linda no clube. É claro que precisamos receber, pois é dinheiro de trabalho, de suor, de títulos”, disse Assis, no dia 28 de abril de 2015.

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