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CBF nega 'culpa' em punição ao América; diretor de competições da entidade aponta contradição

Há mais de cinco meses, Virgílio Elísio admitiu falha em caso do Figueirense. Nessa quinta, Confederação avisou Botafogo sobre possível irregularidade de Jóbson

postado em 26/09/2014 07:00 / atualizado em 26/09/2014 08:14

Redação /Superesportes

Jaqueline Maia/DP D.A Press

A culpa é de quem? Os torcedores do América querem uma resposta sobre a responsabilidade da escalação irregular do lateral-esquerdo Eduardo em quatro partidas da Série B do Brasileiro. Tal situação resultou na retirada de 21 pontos do clube mineiro em julgamento no STJD. Sem apontar erros, a diretoria alega que não está completamente errada e confia em vitória no Tribunal Pleno. A CBF, por sua vez, informa que não tem obrigação de comunicar os clubes sobre possíveis ilegalidades.

O Superesportes procurou a Confederação para tratar do assunto. Ninguém do setor de registro e transferências quis se pronunciar. Apenas a assessoria da entidade se manifestou, porém de maneira sucinta.

“A CBF não tem obrigação em comunicar nada. A princípio, não terá mais nenhum posicionamento”.

No dia 16 de abril de 2014, o site da ESPN publicou uma reportagem na qual a CBF reconhecia falha no caso do Figueirense, que utilizou irregularmente o atleta Luan na vitória sobre o América, por 4 a 2, ainda pela 2ª rodada da Série B de 2013. O documento assinado por Virgílio Elísio, diretor de competições da Confederação, sinaliza a obrigatoriedade de comunicar de imediato ao Tribunal as situações que fogem à regra. Os parágrafos 3, 4 e 5 explicitam tais condições. O Icasa foi o autor da denúncia, assim como fez o Joinville com o América no mês passado.

1. Investigamos em nossos registros qual era a situação do atleta Luan Niedzielski, em 28/05/2013, por ocasião do jogo América-MG x Figueirense/SC, válido pelo campeonato brasileiro da Série B, no qual o referido atleta efetivamente atuou pelo Figueirense/SC.


2. Por se tratar de registro de contrato de atleta, consultamos a DRT - Diretoria de Registro e Transferência, da nossa entidade, a qual informou-nos formalmente que o referido atleta na data do jogo tinha contrato em vigor com o CA Metropolitano; no mesmo memo, a DRT informa ainda que o atleta em questão tinha também contrato com o Figueirense FC.

3. Por óbvio, caberia indagar porque a DCO - Diretoria de Competições - somente estaria se manifestando agora, diante da denúncia apresenatda pelo Icasa/CE, e encaminhada pelo STJD, considerando que, como regra, a DCO sempre encaminha ao tribunal, de pronto, todos os casos de possíveis irregularidades, como tem constatado o próprio STJD.

4. É necessário informar, nesse contexto, que a DCO utiliza há anos um sistema informatizado, projetado para detectar casos de irregularidades com atletas em partidas. São situações previstas no sistema: atleta que atue com três cartões amarelos, atleta que atue com cartão vermelho, atleta que atue com punição pendente de cumprimento aplicada pelo STJD, e atleta que atue com problemas de registro de contratos.

5. No caso do atleta em questão, o sistema não acusou a irregularidade (estamos investigando as causas). Nessa cirscunstâncias, tornou-se impossível a detecção dessa ocorrência, até que a denúncia surgisse.

6. Dado o exposto, somente com o surgimento da denúncia e seu encaminhamento pelo STJD tornou-se possível à CBF/DCO identificar o problema e proceder à sua verificação, o que aqui relatamos
(documento publicado pelo ESPN.com.br no dia 16/04/2014)".


Dessa vez, a resposta dada pela CBF foi diferente. A assessoria insistiu. "Se o STJD não aceitou a denúncia, não chega até a gente (ao comentar caso do Figueirense em 2013)", finalizou, contradizendo o relatado por Virgílio Elísio há mais de cinco meses.

Se fosse punido na ocasião, o Figueirense perderia seis pontos e o Icasa, que terminou o torneio em quinto, herdaria a última vaga na Série A do Campeonato Brasileiro. O caso, entretanto, acabou arquivado pelo Tribunal.

Botafogo avisado nessa quinta-feira

Botafogo/Divulgação
A CBF não atentou para uma irregularidade na utilização de Eduardo pelo América. Como o lateral-esquerdo havia defendido o São Bernardo, na Copa do Brasil, e a Portuguesa, na Série B, o Coelho contrariou o artigo 49 do Regulamento Geral das Competições (RGC), que impedem um atleta de defender mais de dois clubes em quaisquer competições nacionais da mesma temporada. A retirada de 21 pontos foi determinada pelo artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Eduardo teve o nome inscrito nas vitórias sobre Paraná Clube, Oeste e ABC, e na derrota para o América-RN. Ele participou, de fato, somente de um jogo, ficando na reserva nos outros três.

Por outro lado, o Botafogo foi avisado pela CBF nessa quinta-feira sobre a possibilidade de perder pontos em virtude da inscrição de Jóbson na súmula da partida contra o Goiás. Depois de receber ligação de um integrante da entidade, o Alvinegro optou por cortar o jogador, supostamente suspenso durante quatro anos depois de se recusar a fazer exame antidoping (o atleta enfrentava problemas relacionados ao vício em cocaína). O advogado do atacante, Marcos Motta, desconhece a punição e diz não ter sido notificado pela Fifa.

Sem Jóbson, o Bota venceu por 1 a 0 com gol de cabeça do zagueiro Bolívar e ganhou sobrevida na luta contra o rebaixamento. O América, por sua vez, segue amargando a lanterna da Segunda Divisão, somando apenas 16 pontos.

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