CRUZEIRO 100 ANOS
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CRUZEIRO 100 ANOS

Palhinha, o 10 do Cruzeiro no bi da Copa da Brasil e da Libertadores

Palhinha chegou à Toca da Raposa como parte de uma das maiores trocas do futebol brasileiro na década de 1990

postado em 23/12/2020 07:00 / atualizado em 23/12/2020 19:54


(Foto: EM/D. A Press)
A passagem deste camisa 10 pelo Cruzeiro foi relativamente rápida, cerca de um ano e meio, mas o suficiente para Jorge Ferreira da Silva, o Palhinha, marcar o seu nome na história centenária do Cruzeiro. Revelado pelo América, ele chegou à Toca da Raposa no início de 1996 depois de ser bicampeão da Copa Libertadores e Mundial em 1992 e 1993 pelo São Paulo.

Palhinha desembarcou em Belo Horizonte como parte de uma das maiores trocas do futebol brasileiro na década de 1990. Chegaram ainda à Raposa o lateral-direito Vítor, o zagueiro Gilmar, o volante Donizete Oliveira e o atacante Aílton. Por outro lado, os cruzeirenses Belletti e Serginho trocaram a Toca pelo Morumbi.

Experiente (então com 28 anos) e com currículo vencedor, Palhinha era um meia técnico e com ótima visão de jogo. Logo, ele não demorou a fazer jus à camisa 10 que foi usada antes por gênios como Dirceu Lopes. Em 1996, comandou em campo o time campeão mineiro e bicampeão da Copa do Brasil sobre o poderoso Palmeiras da Parmalat, em São Paulo.

“O Cruzeiro é um time que está mais que no coração, agradeço todos os dias por ter vestido essa camisa. Eu saí do São Paulo onde muita gente dizia que eu só jogava bem porque era um grande time, que eu não tinha muito mais a oferecer. Aí em 1996, no Cruzeiro, fomos campeões mineiros, da Copa do Brasil e começamos a provar que o Cruzeiro é grande, que as pessoas tinham que ver diferente”, afirmou ao Superesportes no especial de 20 anos daquele título nacional.

Foi ainda no primeiro semestre de 1996 que Palhinha se entendeu com um dos grandes parceiros da carreira: o atacante Marcelo Ramos. “Jogar com o Marcelo era fácil, porque ele pensava rápido. Uma assistência inesquecível para ele foi na final do Mineiro de 97, contra o Villa Nova, jogo que teve o recorde de público do Mineirão. Eu fiz um lançamento por cima e ele marcou o gol do título.”

A temporada 1997, aliás, colocou Palhinha de vez na galeria dos grandes jogadores celestes. Afinal, foi ano em que o Cruzeiro conquistou o seu segundo título da Copa Libertadores da América. A caminhada foi difícil. O time perdeu os três primeiros jogos na fase de grupos e viu o técnico Oscar Bernardi ser demitido e substituído por Paulo Autuori. Com três triunfos no returno do Grupo 4, o clube conseguiu a sonhada vaga para os jogos eliminatórios.

Nas oitavas de final, o Cruzeiro passou pelo El Nacional-EQU nos pênaltis, graças ao goleiro Dida. Nas quartas, eliminou o Grêmio, com direito a gol salvador de um machucado volante Fabinho já no fim. Nas semifinais, superou o Colo Colo também na disputa de penalidades máximas. Na final diante do Sporting Cristal, no Mineirão, o título veio com o famoso gol de Elivélton, em chute de fora da área. O Cruzeiro voltava ao topo da América.

O título continental marcou a despedida de Palhinha do Cruzeiro. Em 14 de agosto, um dia após a conquista, Palhinha viajou para a Espanha para se apresentar ao Mallorca, que pagou US$ 1,5 milhão para contratá-lo. Ele voltou ao Brasil no ano seguinte para defender o Flamengo e ainda atuou por Grêmio, Botafogo-SP, América, Sporting Cristal-PER, Gama, Alianza Lima, Marília, Khaimah Sports-EAU, Uberaba, Bandeirante-SP, Ipatinga, Chapecoense, Farroupilha-RS, até encerrar a carreira no Guarulhos.

No Cruzeiro, o craque da camisa 10 marcou 26 gols em 76 apresentações.

Palhinha foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 1992 e disputou a Copa América de 1993, no Equador. Ao todo, foram 16 jogos com a Amarelinha e cinco gols marcados. 

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