CRUZEIRO 100 ANOS
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CRUZEIRO 100 ANOS

Gols e dribles imortalizaram Joãozinho, herói do Cruzeiro em 1976

Foi do Bailarino da Toca o gol do título da primeira Copa Libertadores

postado em 26/12/2020 07:00 / atualizado em 25/12/2020 19:07

(Foto: Arquivo EM/D. A Press)
A alcunha de Bailarino da Toca só reforça a genialidade de Joãozinho. Habilidoso, técnico e goleador, o atacante, que atuou  com a camisa azul nos anos 1970 e 1980, é um dos maiores da centenária história celeste. Como se não bastasse o seu futebol brilhante e envolvente, foi dele o gol do título da Copa Libertadores de 1976.

O craque chegou ao clube em 1970, aos 16 anos, depois de se destacar no campo do Inconfidência, no bairro Concórdia, em Belo Horizonte. Joãozinho estreou no time profissional em 3 de maio de 1973, em um empate sem gols com o Uberlândia, pelo Campeonato Mineiro. Ao marcar o  primeiro gol, 10 dias mais tarde, na goleada por 3 a 0 sobre o Valério, mostrou todo o seu talento ao dar um toque de efeito para encobrir o goleiro.

Mas nada disso teria ocorrido se não fosse o pai de João Soares Almeida Filho. O então garoto não pensava em ser profissional da bola, preferindo trabalhar em oficinas mecânicas, onde tinha contato com uma das paixões: os carros.

Para fazê-lo levar a sério, o rígido senhor João recorria até a safanões. O futebol ganhou um craque, que, porém, nunca levou a carreira tão a sério, preferindo a molecagem, dentro e fora de campo, à obediência tática ou os horários impostos por treinadores carrancudos.

Joãozinho foi o grande personagem da final do Campeonato Mineiro de 1974, contra o rival Atlético, marcando um gol e deixando outro para Vanderlei na vitória por 2 a 1. Vice-campeão brasileiro no mesmo ano, foi convocado para a Seleção Mineira que representou o Brasil na Copa América de 1975, sendo reserva do atleticano Romeu.



(Foto: Arquivo EM/D. A Press)


A consagração de Joãozinho veio em 1976. Na estreia na Libertadores, fez dois gols e deu duas assistências para Palhinha na histórica goleada por 5 a 4 sobre o Internacional. O jogo é, até hoje, considerado o mais emocionante do Mineirão. Fez mais quatro gols até a final, quando se superou. Depois de goleada celeste por 4 a 1, no Mineirão, e vitória do River Plate por 2 a 1, no Monumental de Nuñez, houve o jogo extra no Estádio Nacional, em Santiago, que estava empatado em 2 a 2 até os 42min do segundo tempo. Palhinha foi derrubado na meia-lua da área adversária. “Todos esperavam que Nelinho fosse cobrar, o goleiro adversário olhava fixamente para ele. Mas lembrei que no gol de empate deles, os argentinos cobraram rápido, não esperaram o apito. Então, quando o goleiro (Landaburu) olhou pela última vez, fui lá e mandei no ângulo.”

(Foto: Reprodução)


A comemoração foi intensa e também tensa. Afinal, ao entrar no vestiário, o técnico Zezé Moreira queria bater no Bailarino por ele ter arriscado a cobrança no lugar de Nelinho, o especialista naquele fundamento. 


Ainda em 1976, Joãozinho foi chamado pela primeira vez para a Seleção Brasileira principal. Em 1977, com a saída de jogadores como Palhinha e Jairzinho, o ‘Bailarino’ virou a principal estrela do Cruzeiro e teve novamente chance no Escrete Canarinho, mas sem destaque. Assim também foi em 1979 e 1980.

No início de 1981, Joãozinho sofreu fratura exposta durante jogo contra o Sampaio Corrêa pelo Campeonato Brasileiro. Voltou nove meses depois aos gramados, mas uma série de contusões musculares o impediu de dar sequência ao jogo em alto nível.

(Foto: Arquivo EM/D. A Press)


Joãozinho foi vendido ao Internacional em 1982 e retornou à Toca um ano depois, sendo campeão mineiro pela quinta vez em 1984. Aquele título encerrou encerrou a hegemonia de seis anos do rival. Cada vez mais longe da melhor forma, foi emprestado ao Palmeiras e ainda passou por Atlético-PR e Coritiba, onde pendurou as chuteiras em 1987.

Joãozinho é o nono maior goleador da história do Cruzeiro, com 119 gols em 485 jogos

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