
Zinho atuou em 32 partidas pelo Cruzeiro em 2003, quando integrou o elenco campeão brasileiro
Considerado um dos maiores times da história do futebol brasileiro, o Cruzeiro de 2003 era uma mescla entre jogadores jovens e veteranos. E um dos atletas experientes daquele elenco era o meia Zinho, tetracampeão mundial pela Seleção Brasileira.
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"O Zinho era muito chato, cara. Eu (estava começando) e ele tava indo para a parte ranzinza do jogador de futebol. (O Zinho) é um cara sensacional, mas é muito chato dentro de campo", brincou o agora agente de atletas.
"Nós íamos jogar contra o Athletico Paranaense na Arena da Baixada. Normalmente tinha um rachão um dia antes do jogo. Esse era o pior dia para o Zinho, jogar ao lado dele era complicado. Se você jogasse a bola para ele, o Zinho reclamava porque você (não) jogou de uma forma (que ele queria). E se não jogasse, ele reclamava também", complementou Gomes.
Além da Copa do Mundo de 1994 com o Brasil, Zinho conquistou quatro Campeonatos Brasileiros, três Copas do Brasil, uma Copa Libertadores, uma Copa Mercosul e diversos títulos estaduais em sua longa carreira por Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras e Flamengo.
"O Zinho já estava no meu coração há muito tempo. Eu pensava: 'eu sou jovem, como vou falar alguma coisa para ele?'. Mas nesse dia eu apelei: 'Zinho, não sei o que que tem, mas você é chato demais'. Aí o Zinho arrumou uma confusão, um foi encarar o outro, e isso foi para dentro do ônibus. O (Vanderlei) Luxemburgo teve que intervir, ele foi até o fundo do ônibus para falar "acabou, não quero mais ouvir isso". E depois a gente pediu desculpa, continuamos (a vida) e não deixamos aquilo influenciar negativamente dentro do campo", disse.
"Eu pedi perdão a ele porque eu saí fora daquele que é o meu princípio de respeito aos mais experientes. Para mim havia passado do limite daquilo que eu podia reclamar", ponderou Gomes.
Respeito dos jovens pelos mais velhos
Apesar da briga com Zinho, Gomes reiterou que havia muito respeito dos jogadores mais jovens pelos mais velhos.
"Era um vestiário onde todos se entendiam. Havia ainda no futebol um respeito dos jovens pelos mais velhos, como Alex, Zinho, Cris... Infelizmente, hoje um atleta que dá um chute no profissional já acha que é 'o cara'. Com os nossos atletas, dentro da empresa (que trabalho), a gente tenta trabalhar isso, para que eles tenham respeito por quem já está no profissional.
O ex-goleiro do Cruzeiro também criticou a forma como os bastidores do futebol são expostos hoje em dia nas redes sociais.
"Nós, principalmente os jovens, tínhamos muito respeito, mas tínhamos também a liberdade de poder ter um vestiário sadio. Nossas roupas eram lavadas dentro do vestiário. Não tinha Instagram ainda. Não íamos para o Instagram para poder lavar as nossas roupas. Infelizmente, qualquer coisa que acontecesse você tem que colocar lá", afirmou.
"(Estamos num) mundo moderno, mas para muitas coisas a modernidade avançar, e essa é uma delas. O futebol tem que ser mantido ali. Se sair, atrapalha o ambiente, atrapalha um clima vencedor", finalizou.