Com média superior a R$60 por ingresso, clube se defende e cita vantagens para os americanos

Nem o título do Campeonato Mineiro desta temporada foi capaz de empolgar a torcida do América. Com um dos menores públicos do Campeonato Brasileiro, o Coelho ainda não levou ao Independência mais de dois mil torcedores numa mesma partida. O alto valor dos preços dos ingressos - média superior a R$60 para o não sócio - é apontado por vários torcedores como o fator crucial pelo estádio ‘vazio’ nos dois jogos realizados pela equipe até agora na competição nacional.

Um dos americanos que reclamaram bastante é Matheus Eduardo. Em entrevista ao Superesportes, o estudante, de 24 anos, revelou estar bastante insatisfeito com o valor cobrado pela diretoria em jogos do Brasileirão. "Eu acho um absurdo essa política de preços. É o momento que era para ter promoções e a diretoria faz isso com a torcida e com as pessoas que têm interesse em ir ao estádio. Eu não sou sócio, mas ia ao estádio em todos os jogos. Até agora não pude ir no Brasileiro, porque o preço é absurdo", afirmou.

No entanto, o diretor de marketing do América, Ronan Soares, defendeu o clube e afirmou que os americanos desconhecem o novo programa de sócio do Coelho, lançado no último dia 12. “Tenho certeza que os torcedores que reclamam do preço do ingresso não conhecem os programas do América. É um preço praticado para o adversário esse preço mais alto. O nosso torcedor paga R$ 10, R$ 20. Estamos intensificando a divulgação do Cartão Torcedor. Não faz sentido reclamar do preço dos ingressos. O Cartão Torcedor dá acesso a qualquer setor do estádio. É o preço mais barato do Brasil. Ainda está na fase de conhecimento do torcedor. Quando eles observarem as vantagens do programa, saberão que nossos programas e preços são vantajosos em relação a qualquer clube da Série A”, disse Ronan Soares à reportagem.

O Cartão Torcedor dá direito a descontos em todas as partidas do América como mandante. Além dele, o clube conta com o sócio Onda Verde, que garante a entrada do torcedor em jogos do Coelho. Nesse programa, os adeptos pagam uma mensalidade que varia de R$30 a R$120 de acordo com o plano.

Presente em partidas decisivas da campanha do acesso do América à Primeira Divisão em 2015, o torcedor Diego Santana ainda não foi a jogos da equipe na Série A por conta do valor dos ingressos para quem não é sócio. Ele, porém, concorda que a proposta do clube pode servir para angariar mais adeptos ao programa.

"O ingresso está caro? Está. O time tem feito por onde o valor desse ingresso? Não. Mas acredito que é uma boa tentativa de conseguir mais sócios-torcedores, já que os planos estão em conta. Ainda não fui à Série A, mas iria com a promoção do sócio", disse.

O baixo público no Horto é preocupante para as finanças do América. Diante do Fluminense, na estreia do clube no Brasileirão deste ano, a diretoria colocou à venda tíquetes no valor de R$80, R$120 e R$150. Nessa partida, o público foi de 1.955 pagantes, gerando uma renda líquida de apenas R$2.760,60. Já o jogo contra o Vitória, na terceira rodada da competição, o Coelho teve um prejuízo de R$4.989,22. Na ocasião, ingressos de R$60, R$100 e R$150 foram vendidos para 1.318 torcedores.

O próximo jogo para tentar elevar o número de americanos no Independência é nesta quinta-feira, às 19h30, contra a Ponte Preta, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. O time está na zona de rebaixamento, ocupando a 18º colocação com apenas dois pontos.

América 0 x 1 Fluminense (primeira rodada do Campeonato Brasileiro)

Ingressos: R$80, R$120 e R$150 (média R$81,82 para não sócios)
Público Pagante: 1.955 pagantes
Renda bruta: 86.500
Renda líquida (com os descontos das despesas da partida): 2.760,60

América 1 x 1 Vitória (terceira rodada do Campeonato Brasileiro)

Ingressos: R$60, R$100, R$150 (média R$38,45 para não sócios)
Público Pagante: 1.318
Renda bruta: 21.825
Renda líquida (com os descontos das despesas da partida): - 4.989,22