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ENTREVISTA

Técnico Enderson Moreira fala sobre os planos do América na Série A e pensa alto

Comandante está feliz com projeto do clube e tem muito claro o que precisa ser feito para alcançar os objetivos. Prioridade é ficar elite, mas ele quer mais

postado em 06/01/2018 11:00 / atualizado em 06/01/2018 10:59

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Primeiro campeão brasileiro da Série B de 2017 a ter seu contrato renovado e considerado peça fundamental pela diretoria para o projeto do América nesta temporada, o técnico Enderson Moreira (foto) encara os objetivos traçados como um grande desafio: vencer o Campeonato Mineiro e, principalmente, se manter na Série A em 2019. Em entrevista ao Estado de Minas, Enderson diz que está feliz por ter permanecido no América, aponta erros e acertos da campanha e o que deve ser feito para melhorar ainda mais em 2018.

A PERMANÊNCIA

“Estar aqui é muito bacana. Estou muito feliz, por fazer parte desse projeto. Além do mais, estou em casa e ainda trabalho com pessoas de quem gosto muito. Tenho um ótimo entrosamento, por exemplo, com o Ricardo Drubscky.”


ATAQUE

“O América, na Série B, não foi só a melhor defesa. Foi também, segundo as estatísticas, o time que mais criou chances de gol. Não marcou tantas vezes, mas criamos as chances de gol, muito mais que nossos adversários. Isso é o que teremos de corrigir agora. É um ajuste a ser feito sim. Mas não digo que é a prioridade. Nunca fomos um time que jogava atrás e tentava o gol adversário nos contra-ataques. Pelo contrário. Criamos muito. Agora temos que acertar o gol.”

SISTEMA DEFENSIVO

“Nossa defesa tem de manter o desempenho da Série B. Passamos 21 dos 38 jogos sem sofrer gol. Isso chamou muito a atenção.”

GRUPO COESO


“Não tem problema algum ter Rafael Moura e Bill no grupo. Posso jogar com um, com outro, ter ambos ou até entrar sem os dois. Todos os jogadores têm a mesma importância para a equipe e, por isso, a preocupação em ter um grupo coeso, que busque o mesmo ideal.”

OBJETIVOS

“Não é a primeira vez que vivo a situação de subir com uma equipe da Segunda para a Primeira Divisão e ter de mantê-la nesse patamar. Em 2012, fui campeão da B com o Goiás. Subimos para a Série A e o objetivo era fazer com que o time permanecesse na Primeira Divisão. A duas rodadas do final da competição, estávamos brigando pela vice-liderança. Mas vieram duas derrotas e terminamos em sexto. Por pouco não conseguimos uma vaga na Libertadores, o que seria o máximo. O mesmo acontece agora. Temos não só de permanecer na Série A, mas temos a pretensão de pensar no título, não por agora, mas temos de pensar assim.”

CONTINUIDADE

“Foram dois momentos, mas com um só objetivo. Para montar o time que disputou a Série B, desde o início, dissemos que teríamos de ter jogadores com experiência de Série A. Para se jogar em cima, é preciso que haja atletas com passagem, experiência para participar da competição. Por isso, digo que o nosso trabalho é uma continuidade. Grande parte dos titulares permaneceram para este ano.”
Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

PERDAS

“Lamento duas saídas: a do Ernandes, que foi para o Ceará, e do Ruy, que era emprestado pelo Coritiba. Eles sim faziam parte dos planos para este ano. Não podemos fazer nada nesse caso, mas eram dois jogadores que queria muito que estivessem no grupo.”

PLANEJAMENTO

“Neste momento, lembro-me da situação do América, que caiu em 2016. Apenas dois jogadores daquela época permaneceram: o João Ricardo e o Juninho. Agora é mais fácil, pois temos a permanência de um grupo inteiro. E os reforços que vieram são pontuais e chegaram para somar. Essa é a grande diferença do América de outros tempos para o de agora.”

UMA CERTEZA

“Tenho a preocupação de começar bem a Série A. Um time que vem da Série B e começa mal a Série A tem muitas dificuldades para se recuperar. Isso é o que não podemos deixar acontecer. Nossa situação é bem diferente da dos chamados ‘times grandes’. Uma equipe dessas, quando começa mal, troca cinco jogadores por outros cinco, vai buscá-los fora. Nós não temos condições de fazer isso.”

REALIDADE

“Eu procuro trabalhar com os pés no chão. Sei da situação financeira do América. Não adianta querer um jogador que está além do que o clube pode pagar. Eu entendo isso e não vou forçar uma situação. Seria constrangedor.”

USO DA BASE

“Não estão descartadas novas contratações. Hoje, posso dizer que estou tranquilo com relação ao gol e à lateral direita. Nas outras posições, podemos sim precisar de reforços. Esses, no entanto, podem vir até mesmo da nossa base. Por isso, vou observar os jogos da Copa São Paulo de juniores. A nossa previsão é para trabalhar com 30, no máximo 32 jogadores.”

RISCOS

“O nosso objetivo maior é a Série A. Permanecer na Primeira Divisão. Mas vamos lutar pelo título mineiro, com certeza. Vamos também com força para a Copa do Brasil, que entraremos nas oitavas de final. Só o que não pode acontecer é ganhar o Mineiro e depois cair para a Séria B. Isso significará andar pra trás. Isso não podemos deixar que aconteça.”

PLANOS

“Temos de pensar passo a passo. No Brasileiro, o primeiro objetivo é somar 45 pontos, o que nos garantirá em 2019. No entanto, a partir daí, podemos pensar maior, numa vaga na Sul-Americana, por exemplo.”