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Kalil vê boa aposta do Atlético em Roger Machado após 'erros' com Aguirre e Marcelo

Ex-presidente revelou que não gostava dos nomes de Aguirre e Marcelo Oliveira

postado em 30/12/2016 12:06 / atualizado em 30/12/2016 12:58

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Presidente do Atlético na era mais vitoriosa da história do clube, entre 2008 e 2014, e prefeito eleito de Belo Horizonte para o mandato 2017/2020, Alexandre Kalil concedeu entrevista nesta sexta-feira ao canal ESPN e elogiou a escolha de Roger Machado para assumir o clube nas duas próximas temporadas.

”A aposta do Atlético no Roger é uma boa aposta porque é um técnico que mostrou um trabalho (no Grêmio), é jovem, moderno, e parece estudioso. Mas quero lembrar a todo mundo que, quando eu trouxe o Vanderlei Luxemburgo, e até hoje mantenho com ele uma ótima relação, a torcida do Atlético foi buscá-lo no aeroporto e nós quase caímos para a segunda divisão. Então, esse negócio de cobrar a engenharia de obra pronta eu não concordo não”, disse Kalil.

O ex-presidente lembrou que o sucessor Daniel Nepomuceno fez todos os esforços para montar "o melhor elenco do Brasil", mas não teve sorte nas escolhas dos dois primeiros técnicos de 2016: o uruguaio Diego Aguirre, no começo do ano, e Marcelo Oliveira, em maio.

Pessoalmente, Kalil revelou que sempre foi contrário aos dois nomes, mas preferiu não interferir nas escolhas de Nepomuceno. “Ele (Nepomuceno) cometeu erros porque são erros que eu costumo dizer o seguinte: se você trouxer um treinador estrangeiro para o Brasil, que fizer um sucesso absoluto, você está estreando. Vai ser uma estreia. Então, se o Aguirre fosse um fenômeno, que falaram que ele era, o presidente tinha feito uma grande descoberta. Porque ao que me consta, nenhum técnico estrangeiro fez grande sucesso no Brasil. Essa primeira aposta, eu disse isso a ele quando consultado. E quanto ao Marcelo Oliveira, eu não sou fã do Marcelo Oliveira, o próprio Marcelo sabe disso. Eu o respeito como treinador, os títulos que ele tem, mas foi o primeiro técnico que eu demiti quando entrei no Atlético. Então, eu também não fui consultado, mas acreditei que o Marcelo de 2009 (gestão Kalil) não era o Marcelo de 2016, que ele trazia quatro finais de Copa do Brasil, com um título, um bicampeonato brasileiro, mas também não fui consultado”.

Diego Aguirre teve aproveitamento de 59,14% no Atlético, mas ficou desgastado com a perda do título mineiro para o América e com a eliminação nas oitavas de final da Copa Libertadores para o São Paulo. Ao todo, ele dirigiu o time em 31 jogos, com 16 vitórias, sete empates e seis derrotas. Sob o comando dele, o Galo fez 54 gols e sofreu 28.

Já Marcelo Oliveira esteve à frente do Galo em 42 jogos, com 18 vitórias, 14 empates e 10 derrotas. Foram 68 gols pró e 58 contra. O aproveitamento foi de 53,97%. Com ele, o time terminou o Brasileiro em quarto lugar e chegou à final da Copa do Brasil. Oliveira foi demitido após a derrota por 3 a 1 para o Grêmio, no Mineirão, pela ida da decisão.

Sem interferências

Alexandre Kalil assegura que está muito afastado do dia a dia do Atlético e evita dar palpites na gestão de Daniel Nepomuceno. “Eu realmente fiz questão, porque eu penso isso, que quando você entrega a presidência de um clube para um sucessor, a última coisa que você deve fazer é enfiar o nariz nela. Haja vista que, em todos os clubes em que os ex-presidentes tentaram se meter, de sair achando que não tinham ainda tirado a bunda na cadeira, cometeram erros gravíssimos. O maior erro de um ex-presidente é tentar mandar no atual presidente”, concluiu.

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