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Secretário do DF critica Atlético por ideia que resultou em veto da venda de mandos

Ideia partiu do Atlético e acabou aprovada em reunião do Conselho Técnico da CBF no começo desta semana, no Rio de Janeiro

postado em 23/02/2017 14:54 / atualizado em 23/02/2017 15:21

Portal da Copa/ME/Novembro de 2013/Tomás Faquini
O secretário de turismo do governo do Distrito Federal, Jaime Recena, usou as redes sociais para criticar a decisão dos clubes, em conjunto com a CBF, de proibir a venda de mandos de campo nas Séries A e B do Brasileiro. Com a medida, as equipes ficaram impedidas de levar suas partidas para fora do estado de origem e uma das cidades mais atingidas será Brasília.

A decisão, que partiu de uma sugestão da diretoria do Atlético, gerou insatisfação no secretário do DF, que disparou contra o clube mineiro: "O Atlético, que liderou isso, acredita que só tem torcida em Belo Horizonte? Garanto que tem muitos no Distrito Federal, muitos deles meus amigos", disse Jaime Recena em entrevista ao portal da ESPN.

A insatisfação do secretário de turismo do Distrito Federal é explicada pelo fato de o Estádio Nacional Mané Garrincha só receber jogos de expressão quando há venda de mando ou amistosos da Seleção Brasileira. Os clubes da capital federal e do DF levam públicos diminutos a campo. O estádio foi reconstruído para receber partidas da Copa do Mundo de 2014 e se transformou em “elefante branco” apesar dos investimentos na ordem de R$ 1,7 bilhão. Atualmente, o Mané também depende de amistosos e shows musicais para reduzir os prejuízos de sua manutenção.

Além do Mané Garrincha, estádios como a Arena das Dunas, a Arena Amazônia e a Arena Pantanal também sofreriam com a nova regra. Jaime Recena destacou ainda que a principais vítimas da proibição são as torcidas dos clubes residentes fora do estado de origem, que perderiam a oportunidade de assistir partidas dos times de coração.

Reprodução
"Essa semana, alguns clubes da 1ª divisão do Campeonato Brasileiro decidiram acabar com a possibilidade da equipe mandante de mudar o local da partida. Essa decisão prejudica principalmente os torcedores dessas próprias equipes que moram em outros estados. O maior patrimônio de um clube são os seus torcedores. Acordem!!! Até quando esses cartolas continuarão com decisões equivocadas como essa?", escreveu nas redes sociais.

Assim como o secretário de Brasília, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, se mostrou contra a decisão dos clubes de proibir a venda dos mandos de campo.

"O Flamengo não votou a favor, tem torcida em todos os lugares. A decisão foi ruim porque inviabiliza três, quatro arenas da Copa do Mundo, que sobrevivem com jogos dos clubes de fora dos estados, principalmente o Flamengo. Fomos absolutamente contrários, mas não tem nada a fazer", afirmou Bandeira de Mello, ao fim da reunião na CBF.

Posição do Atlético

Para Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético, o grande problema é que alguns clubes passaram a se beneficiar tecnicamente com a venda de mandos em fases decisivas do Brasileiro. Por isso, a maioria votou a favor da proibição.

“A ideia de levar o time para jogar em outras praças é linda, mas o que aconteceu na prática foi que clubes que não tinham mais o que disputar venderam o mando por questão financeira e inverteram o mando. Isso é contra qualquer fair play. Empresários apareceram para comprar os mandos. Santa Cruz e América venderam o mando não com a intenção de levar público. Acaba gerando inversão de mando. Isso que somos contra”, argumentou Daniel Nepomuceno ao lembrar, por exemplo, dos jogos entre América e Palmeiras, em Londrina-PR, em 9 de outubro, e Santa Cruz e Corinthians, em Cuiabá-MT, em 12 de outubro, já na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Nas duas ocasiões, os visitantes tiveram mais torcedores.

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